A palavra incubadora, originalmente usada para caracterizar um local que protege o recém nascido nos seus primeiros dias para aumentar suas chances de sobrevivência, foi emprestado pelo mundo da tecnologia para caracterizar o espaço que protege empresas startups recém nascidas com o mesmo propósito, aumentar as chances de sobrevivência nos primeiros e mais críticos meses de qualquer novo negócio. Recentemente as incubadoras (e também as aceleradoras), vem ganhando espaço também nas organizações, primeiro aquelas dedicadas ao desenvolvimento de tecnologia, mas agora cada vez mais populares em segmentos que não tem nenhuma relação com inovações tecnológicas. O motivo do crescente espaço que as incubadoras vem ganhando nas discussões em torno da inovação corporativa é bem simples, as organizações estão percebendo que é muito difícil conciliar internamente o discurso da inovação com o discurso da melhoria contínua, pois em muitos casos, são falas contraditórias que mais confundem do que orientam as pessoas nas empresas.
As incubadoras corporativas guardam muitas semelhanças com as incubadoras de novas empresas tradicionais, um espaço físico compartilhado entre várias pequenas empresas, que dividem as despesas de manutenção de infraestrutura e serviços administrativos, como correios, secretaria, salas de reunião, comunicação, recepção, etc. No entanto, o enfoque principal das incubadoras corporativas não é este compartilhamento de despesas, até porque, nas grandes organizações, esta economia não é, necessariamente uma grande vantagem. O principal objetivo das incubadoras corporativas é o estabelecimento de um espaço separado do negócio principal no qual as regras podem ser flexibilizadas em favor da inovação. Regras rígidas, hierarquia verticalizada, controles restritivos, procedimentos detalhados e forte organização e ordem, tão necessários para garantir a excelência e a eficácia na condução dos negócios, para gerar inovação são empecilhos que limitam a capacidade criativa das pessoas, inibem a ousadia, impõem medo de correr riscos, penaliza os erros e fracassos e, consequentemente, as pessoas não se sentem estimuladas à experimentar, tentar e testar ideias que teriam grande potencial para se transformar em novos negócios.
Nas incubadoras corporativas, não há cargos, não há horários de trabalho pré-estabelecidos, não se cumpre rotinas e sim executam projetos, não se estabelece controles rígidos, não há código de vestimenta, e por ser um ambiente voltado para a criatividade tão diferente no ambiente tradicional do negócio é que precisa ficar fisicamente localizado fora da empresa, embora em constante contato e interação com o negócio. Projetos e ideias, venham de funcionários, gerentes ou sejam definidos estrategicamente pela alta administração, são direcionados para a incubadora para que sejam explorados em todas as suas possibilidades e nuances, onde são feitos protótipos, provas de conceito, pesquisas de mercado, testes de viabilidade, experimentações, versões e concepção de desenhos de modelos de negócio.
Depois de testado e aprovado, o novo negócio ou novo produto, volta para a organização para que seja incorporado em alguma ideia de negócio e seja estruturado para, sem mais inovações, siga em busca de eficiência e eficácia, ou seja, a melhoria contínua do processo para que os erros, agora indesejados, sejam reduzidos ao mínimo no dia-a-dia do negócio. As incubadoras corporativas podem representar a resposta para as organizações que enfrentam o desafio de gerar inovações sem colocar em risco a operação corrente do negócio, deixando dois ambientes com políticas bem claras de condução.