As buscas por voz e os assistentes pessoais trazem novos desafios para os profissionais de marketing. As pesquisas por voz em desktops e dispositivos móveis são uma realidade que deve mudar radicalmente o futuro do SEO, por exemplo.
O objetivo das buscas por voz, de modo semelhante às buscas tradicionais, é auxiliar o usuário a realizar tarefas cotidianas em tempo real, como encontrar um produto, pessoa ou informação. No entanto, o usuário espera respostas diretas desta nova forma de pesquisa, o que afetará a maneira de pesquisar do internauta com o passar do tempo e, portanto, a conduta com relação às palavras-chave torna-se outra.
Mas como funcionam as buscas por voz?
As pesquisas por voz através dos smartphones atualmente são as mais difundidas em todo o mundo, entretanto, as possibilidades para esse tipo de busca são:
Busca tradicional
A pesquisa por voz em desktops ainda não pode ser utilizada por todos os usuários, mas já é uma realidade nos laboratórios do Google. Semelhante ao sistema empregado no Android, essa ferramenta poderá será acessada através de um microfone no campo de pesquisa.
Busca em website
O novo serviço do Google poderá ser usufruído ainda em páginas particulares. Os usuários que utilizam os mecanismos de buscas em seus sites poderão disponibilizar a pesquisa por voz apenas adicionando uma linha de comando no código do site.
Busca em mobile
A mais conhecida busca por voz tem como principais ferramentas o Google Now, utilizada em Android, a Siri, para iOS, e a Cortana, desenvolvida para Windows e outros sistemas.
Todas as três ferramentas foram desenvolvidas para uma compreensão contextual. Ou seja, muito além das palavras-chave, elas são capazes de responder a interrogações complexas com respostas mais objetivas. Vale lembrar ainda que o Google Now e a Siri são integradas aos seus sistemas operacionais, enquanto a Cortana pode ser usada também no Android e no iOS.
Como a busca por voz vai mudar o conteúdo de marketing
As novas formas de realizar pesquisas na internet vão impactar tanto o usuário quanto os profissionais de marketing. De modo geral, os smartphones são os grandes favorecidos com a alternativa, uma vez que falar ao microfone por esses dispositivos é muito mais simples e prático. Por outro lado, quem acessa a internet por desktops ou laptops também perceberá vantagens em utilizar o mecanismo.
Realizar uma busca sem precisar digitar cada palavra no teclado, por si, já é uma vantagem. Ou ainda, caso a pesquisa seja por um termo que o usuário não conhece a grafia exata, o assistente pessoal se encarregará de reconhecer a palavra falada.
Quem trabalha com marketing digital deverá se encarregar de adotar uma linguagem mais “conversacional” ao conteúdo que for publicar para atrair mais visitantes. O sistema que está cada vez mais próximo da realidade de todos os internautas é curioso e inovador, já apresentando dados interessantes como:
1. Buscas por voz têm em torno de três palavras, mas isso é só o começo
Segundo dados da Microsoft, a Cortana apresentou 33% de buscas originadas nas pesquisas por voz em apenas três meses após o lançamento da ferramenta. Observou-se também que as perguntas pesquisadas por texto foram mais curtas (por volta de duas palavras), enquanto as perguntas buscadas por voz mais bem-sucedidas contavam com três palavras.
O número significativo de buscas por voz com apenas três palavras é bastante curioso, pois se reconhece que o discurso falado normalmente é mais extenso. Por outro lado, deve-se considerar que o mecanismo foi adotado há pouco tempo e que, portanto, os hábitos dos usuários irão evoluir aos poucos.
Cabe considerar que, à medida que as buscas por voz forem se popularizando, ocorrerão mudanças radicais nas condutas de pesquisa. Ainda que não existam tendências evidentes que apontem um crescimento na contagem de palavras das perguntas, pode-se supor que mais à frente a pesquisa por voz aconteça de maneira mais pessoal, descritiva e particular.
2. Frases interrogativas são maioria neste tipo de busca
A curiosidade humana é manifestada também nas buscas por voz. De acordo com dados do Google, existe um crescimento de 61% em frases interrogativas nas pesquisas. Os enunciados englobam termos de conversação como “quem”, “o quê”, “onde”, “quando” e “como”.
As frases que mostram uma dúvida têm uma probabilidade maior de aparecerem na fala do que na digitação. Exemplificando, pense que você procura pelo termo “Steve Jobs”, mas, ao falar, pergunta “quem é Steve Jobs?” Percebe-se, assim, que esta é uma forma de busca que aparecerá mais nos comandos por voz do que comumente aparecem nas buscas tradicionais.
Questões de conversação oferecem uma possibilidade muito maior de supor a intenção do pesquisador. Dessa forma, esse novo tipo de pesquisa alterará também a maneira de produzir conteúdo original e personalizado, a fim de que apareça adequadamente nos resultados.
3. Microempresas e negócios locais devem se adaptar às mudanças
Há pouco mais de três anos, o gigante de pesquisa atualizou seu sistema para que o usuário tenha resultados mais específicos e interessantes quando pesquisa sobre sua localização atual e atividades para fazer no seu entorno. O Google considera ainda os dados históricos do pesquisador, a fim de alcançar maior relevância contextual nos resultados.
De acordo com pesquisa realizada pela empresa norte-americana Mediative, 89% dos usuários buscam por um negócio local em seus smartphones no mínimo uma vez por semana, sendo que 58% deles pesquisam pelo menos uma vez por dia.
As pessoas buscam por negócios locais geralmente dos seus smartphones, pela facilidade de acesso ou por não estarem em sua região de residência. Sabendo disso, é evidente que a busca por voz é muito mais provável de ser fundamentada localmente do que a busca por texto.
Aliar a pesquisa por voz aos resultados locais do Google é, portanto, uma grande oportunidade para alavancar negócios com presença regional. Deve-se considerar incluir ao conteúdo palavras-chave que englobem referências locais e lugares próximos. De acordo com o Google, consumidores preferem informações locais em anúncios e 18% das buscas locais feitas por dispositivos móveis levam à venda em até um dia.