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Por três anos seguidos, Brasil fecha mais empresas do que abre, revela pesquisa do IBGE

Pessoal assalariado nas empresas cai pelo segundo ano consecutivo

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Em 2016, a taxa de entrada das empresas (relação entre o número de empresas que entraram no mercado e o total de empresas) caiu pela sétima vez consecutiva, chegando em 14,5%, o menor valor da série histórica iniciada em 2008. A taxa de saída (relação entre o número de empresas que fecharam e o total de empresas) após cair entre 2014 e 2015, voltou a crescer em 2016, passando de 15,7% para 16,1%.

Pelo terceiro ano seguido, o saldo no total de empresas ficou negativo, registrando um decréscimo de 1,6% no número de empresas (70,8 mil a menos). Além disso, o pessoal assalariado caiu 4,8%, o que representa 1,6 milhão de pessoas a menos. Esta foi a segunda queda seguida no pessoal assalariado.

Em 2016, 38,0% das empresas que nasceram em 2011 ainda estavam ativas no mercado, inferior às taxas de sobrevivência de empresas nascidas entre 2008 e 2010. As seções de atividades das empresas que apresentaram as mais altas taxas de sobrevivência foram Saúde humana e serviços sociais (55,8%) e Atividades imobiliárias (49,4%). Já a taxa de sobrevivência do Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas, após cinco anos de atividade, foi a mais baixa (36,1%).

O Comércio também foi a atividade que apresentou tanto os maiores ganhos como as maiores perdas em pessoal ocupado assalariado provenientes dos movimentos de entrada e saída de empresas em 2016. A atividade revelou, contudo, ganho absoluto no pessoal ocupado assalariado, com um saldo positivo de 81,1 mil pessoas.

Além disso, 30,7% dos novos empregos foram gerados nessa atividade, que concentrou 227,3 mil das 739,38 mil ocupações assalariadas geradas pelas empresas que entraram em atividade em 2016. Ressalta-se, ainda, que o comércio é a atividade com o maior número de empresas ativas (1,9 milhão).

Em relação ao empreendedorismo, em 2016, existiam 20.998 empresas de alto crescimento, que ocupavam 2,7 milhões de pessoas assalariadas. As empresas de alto crescimento são aquelas que aumentaram o número de empregados pelo menos 20% ao ano, em média, por três anos consecutivos, e tinham 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas no ano inicial de observação.

Em relação ao ano anterior, houve uma redução de 18,6% no número de empresas de alto crescimento e de 23,6% no seu pessoal ocupado assalariado. Mesmo representando apenas 0,9% das empresas com pessoas assalariadas, elas ocuparam o equivalente a 8,3% do pessoal assalariado nessas empresas.

As empresas de alto crescimento do ano de referência 2016 cresceram 176,2% em pessoal assalariado entre 2013 e 2016, um incremento de 1,7 milhão de postos de trabalho. Destes, 1,3 milhão concentraram-se em cinco atividades: atividades administrativas e serviços complementares (438,6 mil), indústrias de transformação (300,5 mil), comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (267,0 mil), construção (171,8 mil) e transporte, armazenagem e correio (133,3 mil).

Quanto à distribuição dessas empresas por atividade econômica, as três principais seções foram comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (25,9%); indústrias de transformação (18,2%); e atividades administrativas e serviços complementares (11,7%).

Estes são alguns dos destaques do estudo Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo 2016. O estudo analisa a dinâmica empresarial através de indicadores de entrada, saída, reentrada e sobrevivência das empresas no mercado, pessoal ocupado assalariado, estatísticas das empresas de alto crescimento e gazelas (empresas de alto crescimento com até cinco anos de idade no ano de referência) além de indicadores relativos às unidades locais das empresas e atividades.

Saiba mais sobre o estudo na Sala de Imprensa da Agência IBGE Notícias.

Mercado perde 70,8 mil empresas entre 2015 e 2016

Em 2016, 648,5 mil empresas entraram no mercado, em um universo de 4,5 milhões de empresas ativas, o que representa uma taxa de entrada de 14,5%. Esta é a sétima queda consecutiva na taxa de entrada, atingindo o menor valor da série. O maior foi registrado em 2009 (22,2%).

Já a taxa de saída, após atingir o maior valor da série em 2014 (20,7%) e cair em 2015 (15,7%), voltou a crescer em 2016, ficando em 16,1%. A menor taxa de saída da série foi observada em 2013 (14,6%).
Assim, pelo terceiro ano seguido, o saldo no total de empresas ficou negativo, registrando um decréscimo de 1,6% no número de empresas (70,8 mil a menos).

A taxa de sobrevivência, por sua vez, cresceu e chegou a 85,5%, maior valor da série, representando 3,8 milhões de empresas que continuaram ativas de 2015 para 2016. Em 2009, as empresas apresentaram a menor taxa de sobrevivência da série (77,8%).

 

Número de empresas e respectivas taxas, por tipos de eventos demográficos – Brasil – 2008-2016
Ano Tipos de eventos demográficos
Ativas Sobreviventes Entradas Saídas
Total Taxas
(%)
Total Taxas
(%)
Taxas
(%)
2008 4 077 662 3 188 176 78,2  889 486 21,8 17,7
2009 4 268 930 3 322 254 77,8  946 676 22,2 17,7
2010 4 530 583 3 531 460 77,9  999 123 22,1 16,3
2011 4 538 347 3 666 543 80,8  871 804 19,2 19,0
2012 4 598 919 3 738 927 81,3  859 992 18,7 17,4
2013 4 775 098 3 903 435 81,7  871 663 18,3 14,6
2014 4 557 411 3 831 140 84,1  726 271 15,9 20,7
2015 4 552 431 3 843 787 84,4  708 644 15,6 15,7
2016 4 481 596 3 833 122 85,5  648 474 14,5 16,1
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Metodologia das Estatísticas de Empresas, Cadastros e Classificações, Cadastro Central de Empresas 2005-2016.

 

Por atividade econômica, entre 2015 e 2016, a taxa de entrada caiu em 17 das 18 seções. As atividades com maiores taxas de entrada foram atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (20,2%); atividades imobiliárias (19,5%); atividades profissionais, científicas e técnicas (19,4%); construção (18,5%); e informação e comunicação (18,4%). As menores taxas foram registradas em indústrias de transformação (10,5%); comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (12,6%); e indústrias extrativas (12,9%), que são as atividades com as maiores taxas de sobrevivência: 89,5%, 87,4% e 87,1%, respectivamente.

Já a taxa de saída cresceu em 12 seções. As maiores taxas foram observadas em eletricidade e gás (26,3%); construção (21,1%); informação e comunicação (19,6%); e outras atividades de serviços (19,3%). As menores taxas estão nas seções de saúde humana e serviços sociais (9,6%); educação (12,9%); e indústria de transformação (13,8%).

Pessoal assalariado nas empresas cai pelo segundo ano consecutivo

Na comparação com 2015, o total de pessoal assalariado caiu 4,8%, com 1,6 milhão de pessoas a menos. Esta foi a segunda queda seguida no pessoal assalariado. As entradas acrescentaram 739,3 mil pessoas assalariadas e as saídas tiraram 507,1 mil. Já as empresas sobreviventes ocupavam 31,2 milhões de pessoas assalariadas.

Assim, 97,7% do pessoal ocupado assalariado estava nas empresas sobreviventes e 2,3%, nas empresas entrantes. Já as empresas que saíram do mercado levaram o correspondente a 1,6% do pessoal assalariado.

Pessoal ocupado assalariado e respectivas taxas, por tipos de eventos demográficos – Brasil – 2008-2016
Ano Tipos de eventos demográficos
Ativas Sobreviventes Entradas Saídas
Total Taxas
(%)
Total Taxas
(%)
Taxas
(%)
2008 26 978 086 26 160 232 97,0  817 854 3,0 1,5
2009 28 238 708 27 373 575 96,9  865 133 3,1 1,6
2010 30 821 123 29 797 370 96,7 1 023 753 3,3 1,2
2011 32 706 200 31 726 069 97,0  980 131 3,0 1,3
2012 33 915 323 32 964 847 97,2  950 476 2,8 1,3
2013 35 050 524 34 162 830 97,5  887 694 2,5 1,5
2014 35 220 894 34 373 780 97,6  847 114 2,4 1,5
2015 33 623 393 32 845 567 97,7  777 826 2,3 1,5
2016 32 011 930 31 272 598 97,7  739 332 2,3 1,6
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Metodologia das Estatísticas de Empresas, Cadastros e Classificações, Cadastro Central de Empresas 2005-2016.

 

Novas empresas geraram 739,3 mil postos assalariados

Do total de 739,3 mil ocupações assalariadas geradas pelas empresas que entraram em atividade em 2016, 227,3 mil (30,7%) foram provenientes de comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas; 95,5 mil (12,9%) de alojamento e alimentação; 88,8 mil (15,6%) de indústrias de transformação e 76,8 mil (10,4%) de construção.

Já em relação ao total de 507,1 mil assalariados das empresas que saíram do mercado, 146,2 mil (28,8%) estavam no comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas; 79,3 mil (15,6%), nas indústrias de transformação; e 71,5 mil (14,1%), na construção.

As atividades que tiveram os maiores ganhos relativos de pessoal ocupado assalariado foram artes, cultura, esporte e recreação (3,0 pontos percentuais); alojamento e alimentação (2,7 pontos percentuais); e informação e comunicação (1,7 pontos percentuais). Em termos absolutos, o comércio foi a atividade com maior ganho de pessoal assalariado (81,1 mil).

Após cinco anos de atividade, 38,0% das empresas sobrevivem

Do total de 660,9 mil empresas que nasceram em 2011, 492,8 mil (75,2%) sobreviveram em 2012; 426,2 mil (64,5%), até 2013; 346,8 mil (52,5%), até 2014; 300,2 mil (45,4%), até 2015; e 251,1 mil (38,0%) sobreviveram até 2016. Assim, após cinco anos da entrada no mercado, 38,0% das empresas criadas em 2011 sobreviveram até 2016.

Observou-se, também, que empresas com mais pessoas ocupadas tendem a permanecer mais tempo no mercado, enquanto nas faixas de menor porte as taxas de sobrevivência são menores. Após cinco anos da entrada no mercado, a sobrevivência foi de 31,1% nas empresas sem pessoal assalariado, 55,7% na faixa de 1 a 9 pessoas assalariadas, e 65,2% na faixa de 10 ou mais pessoas assalariadas.

Nesse período, as seções de atividades que apresentaram as mais altas taxas de sobrevivência foram saúde humana e serviços sociais (55,8%) e atividades imobiliárias (49,4%). Já a taxa de sobrevivência do comércio, após cinco anos de atividade, foi a mais baixa (36,1%).

Sul e Sudeste apresentam as maiores taxas de sobrevivência

As 4,5 milhões de empresas ativas, em 2016, tinham 5,0 milhões de unidades locais ativas, que ocupavam 32 milhões de assalariados.

Metade (50,1%) das unidades locais estavam no Sudeste; 22,5%, no Sul; 15,4%, no Nordeste; 8,2%, no Centro-Oeste; e 3,7%, na região Norte. Do total de unidades locais, 4,2 milhões eram sobreviventes em relação a 2015 (85,5%), 711,9 mil (14,5%) foram entradas e as saídas totalizaram 781,4 mil (15,9%) de unidades.

As regiões Sul (87,2%) e Sudeste (85,7%) tiveram as maiores taxas de sobrevivência, contudo as maiores taxas de entrada e saída estavam nas regiões Norte (18,3% e 19,3%), Nordeste (16,1% e 16,7%) e Centro-Oeste (15,9% e 16,4%), assim como as menores taxas de sobrevivência (81,7%, 83,9% e 84,1%, respectivamente).

As regiões Sudeste e Nordeste apresentaram os maiores valores de pessoal ocupado assalariado correspondentes à criação de novas empresas, representando 51,0% e 18,2%, respectivamente, do total vinculado às entradas no mercado em 2016.

Número de empresas de alto crescimento cai 18,6% em 2016 e é o menor desde 2008

Em 2016, existiam, no Brasil, 20.998 empresas de alto crescimento, que ocupavam 2,7 milhões de pessoas assalariadas, pagavam R$ 70,7 bilhões em salários e outras remunerações e um salário médio mensal de 3,0 salários mínimos. Em relação ao ano anterior, houve uma redução de 18,6% no número de empresas de alto crescimento, de 23,6% no pessoal ocupado assalariado nessas empresas e de 21,8% nos salários e outras remunerações pagos por elas, em valores nominais.

Desde 2013, a quantidade de empresas de alto crescimento está caindo. O total de 2016 (20.998) é o menor da série, iniciada em 2008, e está 67,7% abaixo do número de empresas de alto crescimento registrado em 2012 (35.206), o maior da série.

Em 2016, a distribuição das empresas de alto crescimento por atividade econômica mostrou que as três principais seções foram comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (25,9%); indústrias de transformação (18,2%); e atividades administrativas e serviços complementares (11,7%). As duas primeiras seções também se destacaram por elevadas taxas de participação em 2014 e 2015. Contudo, a seção construção, que estava na terceira colocação nos dois anos, recuou para a quarta colocação em 2016, com 9,8% das empresas.

Empresas de alto crescimento concentram 8,3% do pessoal assalariado

As empresas de alto crescimento representavam 0,9% das empresas com pessoas ocupadas assalariadas e 4,6% das empresas com 10 ou mais pessoas assalariadas. No entanto, apesar da baixa representatividade, elas ocuparam o equivalente a 8,3% do pessoal assalariado nas empresas ativas com pessoas ocupadas assalariadas e pagaram 7,1% dos salários e outras remunerações.

Essas participações, no entanto, também vêm caindo ao longo da série histórica. Em 2008, representavam 16,7% do pessoal assalariado (4,5 milhões) e 16,0% dos salários e outras remunerações (R$69,4 bilhões). A partir de 2013, houve redução contínua tanto em termos absolutos quanto relativos em ambas as variáveis. De 2013 para 2016, o pessoal assalariado passou de 5,0 milhões para 2,7 milhões de pessoas e a participação relativa caiu de 14,2% para 8,3%. Os salários e outras remunerações passaram de R$ 107,5 bilhões para R$ 70,7 bilhões e a participação relativa se reduziu de 12,6% para 7,1% no período.

Em três anos, empresas de alto crescimento de 2016 geraram 1,7 milhão de postos assalariados

O pessoal assalariado das empresas de alto crescimento do ano de referência 2016 cresceu 176,2%, passando de 966,7 mil pessoas assalariadas, em 2013, para 2,7 milhões, em 2016, um incremento de 1,7 milhão de pessoas ocupadas assalariadas.

Destes, 1,3 milhão concentraram-se em cinco atividades: atividades administrativas e serviços complementares (438,6 mil), indústrias de transformação (300,5 mil), comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (267,0 mil), construção (171,8 mil) e transporte, armazenagem e correio (133,3 mil).

Em termos relativos, as atividades que tiveram maior aumento de pessoal assalariado foram: saúde humana e serviços sociais (231,0%), artes, cultura, esporte e recreação (227,0%), indústrias extrativas (220,8%), atividades administrativas e serviços complementares (202,6%) e atividades profissionais, científicas e técnicas (189,7%).

Número de empresas gazelas cai 23,5% em 2016

Em 2016, existiam 2.723 empresas gazelas, empresas de alto crescimento com até cinco anos de idade no ano de referência. Elas absorveram 240,5 mil pessoas assalariadas e pagaram R$ 6,8 bilhões em salários e outras remunerações. As gazelas representavam 13,0% do total de empresas de alto crescimento.

Esses valores foram os mais baixos da série. Em comparação com 2015, houve uma forte redução em todas as variáveis, com queda de 23,5% no número de empresas, 22,6% no pessoal ocupado assalariado e 15,7% no total de salários e outras remunerações, em termos nominais.

A representatividade das empresas gazelas em relação às empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas se manteve estável entre 2008 e 2014, em torno de 1,0%, declinando para 0,7% em 2015 e 0,6% em 2016.

Mais da metade do pessoal assalariado nas empresas de alto crescimento está no Sudeste

As 20,9 mil empresas alto crescimento, em 2016, tinham 45,7 mil de unidades locais ativas, que ocupavam 2,7 milhões de assalariados. Quase metade das unidades locais das empresas de alto crescimento encontrava-se no Sudeste (49,1%), seguida pelas regiões Sul (19,7%), Nordeste (17,5%), Centro-Oeste (8,5%) e Norte (5,2%).

Em relação ao pessoal ocupado nas unidades locais das empresas de alto crescimento, 50,5% estavam no Sudeste, 20,3% no Nordeste, 15,0% no Sul, 9,0% no Centro-Oeste e 5,2% na região Norte.

 

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