As alterações promovidas pelo Ministério da Educação, que constam da terceira edição da Grafia Braille para a Língua Portuguesa e da terceira edição das Normas Técnicas para a Produção de Textos em Braille, basearam-se, principalmente, no Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em 1990 e em vigor no Brasil desde 2016, visando a garantia da padronização dos textos produzidos em todo o país.
Os dois documentos que estabelecem as novas normas estão disponíveis no Portal do MEC e podem ser acessados. O material, apresentado pelo MEC nesta segunda-feira, 17, em Brasília, foi produzido pela Comissão Brasileira do Braille (CBB) em cerca de um ano de trabalho. A prática é indispensável para que todos os estudantes cegos ou com baixa visão possam usufruir dos livros em braille como importante instrumento para o seu desenvolvimento.
A Grafia Braille para a Língua Portuguesa é um documento normatizador e de consulta, destinado, especialmente, aos usuários do sistema braille, professores, transcritores e revisores. Já a publicação da terceira edição das Normas Técnicas para a Produção de Textos em Braille tem como objetivo a definição e qualificação das diferentes etapas da produção de um livro em braille. O material apresenta informações de grande importância para embasar o trabalho de transcrição realizado pelos profissionais e auxiliar na qualidade da produção de livros em braille.
“O trabalho apresentado é a soma de muitos esforços para que quase 83 mil alunos possam ter uma educação com maior qualidade dentro de uma padronização que a nova norma técnica está requerendo”, destaca o secretário de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do MEC, Júlio César Meireles.
De acordo com o Censo Escolar, foram matriculados 82.630 estudantes com deficiência visual nas redes de ensino, em 2017.
“A importância desses referenciais em braille se deve à necessidade de padronização do sistema braille adotado no Brasil, o correto uso da simbologia braille e da sua aplicação. O que possibilita, de fato, livros com qualidade para pessoas cegas que utilizam a grafia braille”, enfatiza a diretora de políticas de educação especial do MEC, Patrícia Raposo.
A consultora Tânia Regina Martins Resende, representante da Região Sudeste na CBB, explica: “Vou dar um exemplo: a hashtag, que todo mundo fala. Hoje temos um símbolo em braille que significa hashtag, que antes não existia. São símbolos que a língua vai produzindo e que o braille precisa ter também. A língua é viva.”
Ela lembra que, justamente por a língua portuguesa sofrer constantes mudanças, a necessidade de revisão da grafia braille é constante e que, dentro de alguns anos, o trabalho precisará ser retomado.
Braille – Para ler e escrever, as pessoas cegas dispõem do sistema de pontos em relevo mais utilizado em todo o mundo, que é o sistema braille. Ele foi desenvolvido pelo francês Louis Braille e a versão mais conhecida data de 1837. No Brasil, o sistema braille foi oficialmente adotado em 1854, junto à criação do Imperial Instituto de Meninos Cegos, atualmente Instituto Benjamin Constant.
Em 1999, o MEC criou a Comissão Brasileira do Braille (CBB), com o papel de adotar uma política de diretrizes e normas para o uso, o ensino, a produção e a difusão do Sistema Braille em todas as modalidades de aplicação. Em 2017, foi concluído o trabalho de atualização da Grafia Química Braille para Uso no Brasil.
Conheça a Grafia Braille para a Língua Portuguesa
Confira as Normas Técnicas para a Produção de Textos em Braille
CidadeMarketing com informações do Ministério da Educação