Uma nova pesquisa da Mintel mostra que o supermercado é o canal varejista onde os brasileiros mais compram cosméticos. De fato, ela revela que sete em dez consumidores, 72%, afirmou ter usado esse canal de vendas para a compra de produtos de beleza e cuidados pessoais nos últimos 12 meses anteriores à pesquisa (setembro de 2018). Dentre as motivações de compra citadas para esse canal, preços razoáveis foi a mais sinalizada, por 62% dos consumidores. Porém, apenas um em cinco brasileiros, 21%, afirmou utilizar esse canal por ele oferecer produtos de alta qualidade. As farmácias surgem como o segundo canal preferido, por quase seis em dez consumidores, 58%, e em terceiro lugar estão as vendas porta a porta e por catálogo, correspondendo a 37%.
“Sendo o principal canal de venda para produtos de beleza e cuidados pessoais, há oportunidades para que os supermercados ganhem ainda mais participação no setor. Eles poderiam investir em opções mais premium, e/ou criar espaços de beleza com produtos de nicho, como veganos e naturais/orgânicos. Dessa forma, eles também se posicionam como vendedores de itens inovadores e sofisticados”, afirma Juliana Martins, especialista sênior em Beleza e Cuidados Pessoais, da Mintel.
Entre os cosméticos mais comprados pelos brasileiros estão os desodorantes. A pesquisa Mintel revela que 83% dos consumidores compraram estes produtos nos últimos 12 meses, sendo que 76% em supermercados. Entretanto, apenas um em quatro brasileiros, 25%, afirmou comprá-los via internet.
“Em relação à compra online, alguns brasileiros veem barreiras para comprar nesse canal, como frete caro e dificuldade em trocar/retornar produtos caso seja necessário. Por esses motivos, o sistema click and collect poderia ser um incentivo à compra pela internet. Através dele, o consumidor adquire os produtos que deseja pela internet e os retira na loja que for mais conveniente e quando quiser”, sugere Juliana Martins.
A pesquisa Mintel também detectou a relevância da presença de especialistas no varejo. Para alguns brasileiros que compram produtos de beleza e cuidados pessoais em lojas de marca própria e em lojas especializadas que vendem produtos de várias marcas, a possibilidade de consultar alguém com conhecimento sobre os produtos é importante. De fato, 29% e 23% respectivamente disseram que compraram nesses locais por terem a oportunidade de consultar um especialista sobre os produtos.
Em relação às compras de produtos de beleza e cuidados pessoais pelos homens, a pesquisa Mintel mostra que metade deles, 54%, compra no varejo porta a porta pela possibilidade de ter contato direto com o vendedor. Além disso, a experimentação dos produtos antes da compra também parece ser importante para esse público. Por exemplo, dois em cinco brasileiros, 40%, disseram que a entrega de amostras de produtos foi um dos motivos para eles terem comprado produtos de beleza ou cuidados pessoais no varejo porta a porta, em comparação a 25% das mulheres.
A pesquisa Mintel também aponta que é importante que as marcas se comuniquem com seus clientes pelas redes sociais. Por exemplo, 41% dos consumidores leem/assistem a avaliações online de produtos antes de comprar, e também 41% concordam que muitas vezes assistem a vídeos ou tutoriais sobre produtos de beleza nas redes sociais. Complementando, 73% dos brasileiros gostam quando as marcas pedem sua opinião em redes sociais.
“O varejo de beleza também precisará ficar atento à tendência dos espaços ‘instagrammables’, ou seja, atraentes para serem postados nas redes sociais, como o Instagram. Criar produtos e espaços ‘instagramáveis’ para atrair os consumidores a ir, tirar fotos e compartilhar suas experiências nas redes sociais, chamando a atenção de outras pessoas para visitarem o ponto de venda, torna-se fundamental nos tempos atuais. Em Londres, uma loja, de uma das maquiadoras mais famosas mundialmente, oferece um espaço onde a consumidora senta, testa várias maquiagens em realidade virtual e, com a ajuda de um espelho e de iluminação, tira foto do look escolhido e dali mesmo já pode compartilhá-lo nas redes sociais”, conclui Juliana.