A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou ontem segunda-feira (28) que os procedimentos para identificação das vítimas fatais do rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, foram iniciados logo após a confirmação da ocorrência do evento e estão ocorrendo dentro do prazo.
Neste momento todos os esforços e recursos dos órgãos técnicos da PCMG estão sendo empregados para que as vítimas fatais sejam identificadas e liberadas aos seus familiares no menor espaço de tempo.
Para tornar mais eficiente os trabalhos, algumas metodologias de análise serão implementadas a partir da próxima quarta-feira (30), entre elas, a genética forense (DNA) e odontologia legal (arcada dentária), iniciando uma nova fase no processo de identificação por meio da complementação das informações de referência já iniciadas junto aos familiares pela Academia da Polícia Civil (Acadepol).
“Desde sábado já cadastramos quase 500 famílias de desaparecidos na Acadepol. Importante frisar, contudo, que pode haver duplicidade de registros, uma vez que familiares diferentes de um mesmo desaparecido por vezes realizam o cadastro em momentos distintos. A Polícia Civil já está processando esses dados para divulgar uma relação precisa dessa triagem”, destacou a Diretora da Acadepol, Delegada-Geral Cinara Maria Moreira Liberal.
Para atualização dos dados, os familiares das vítimas fatais serão convidados, via contato telefônico, a comparecerem ao Centro de Comando da Acadepol, localizado na Rua Oscar Negrão de Lima, 200 ¿ Prédio B, sala 6 – Nova Gameleira, Belo Horizonte/MG, em dia e horário agendados.
Conforme enfatizou o Superintendente de Polícia Técnico-Científica, médico-legista Thalles Bittencourt de Barcelos Bittencourt, a Polícia Civil está fazendo todo o esforço necessário para conseguir uma rápida identificação das vítimas, em vista do sofrimento dos familiares, sem contudo ferir os devidos protocolos médico-legais de modo a garantir a precisão das perícias. “É muito importante dizer que os corpos já liberados do IML aos familiares foram identificados com rapidez e eficácia pelo primeiro passo, que é a papiloscopia (comparação das digitais)”, explicou.
Segundo Bittencourt, a nova fase a ser seguida, portanto, visa à identificação dos corpos das vítimas que podem chegar ao IML com múltiplas lesões, o que é comum nesse tipo de evento como o de Brumadinho. “Por isso, estamos nos adiantando para complementar os cadastros e agilizar o processo de identificação”, afirmou o Superintendente. Ele lembrou que a coleta para exame de DNA é realizada pelo mucosa oral (boca), com equipamento próprio, e não oferece riscos ou desconforto aos familiares.
A Polícia Civil informa, ainda, que não é necessário que o familiar se desloque à Acadepol ou ao IML antes de receber a ligação telefônica para o agendamento. Em caso de dúvidas, poderá ser encaminhado e-mail para dvibrumadinho@gmail.com.
Orientações sobre o que deverá ser levado pelo familiar (por exemplo: fotografias, radiografias, objetos de uso pessoal da vítima) e sobre o transporte (Brumadinho-ACADEPOL-Brumadinho) serão passadas via telefone, conforme cada caso.