O setor público consolidado registrou déficit primário de R$18,6 bilhões em março, comparativamente a déficit de R$25,1 bilhões em março do ano anterior. No Governo Central houve déficit de R$20,4 bilhões, e nos governos regionais e empresas estatais, superávits de R$1,5 bilhão e de R$239 milhões, respectivamente.
Os juros nominais do setor público consolidado, apropriados por competência, alcançaram R$43,5 bilhões em março, comparativamente a R$32,5 bilhões no mesmo mês de 2018. Contribuiu para esse crescimento o resultado mais desfavorável das operações de swap cambial (perda de R$12 bilhões em março de 2019 e de R$1,9 bilhão em março de 2018). No acumulado em 12 meses, os juros nominais atingiram R$384,5 bilhões (5,55% do PIB), ante R$379,5 bilhões (5,74% do PIB) no acumulado até março do ano anterior.
O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$62,2 bilhões em março. No acumulado em 12 meses, o déficit nominal alcançou R$483,8 bilhões (6,98% do PIB), expandindo-se 0,03 p.p. do PIB em relação ao déficit acumulado registrado em fevereiro de 2019.
2. Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) e Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG)
A DLSP alcançou R$3.755,1 bilhões em março, 54,2% do PIB, reduzindo-se 0,3 p.p. em relação ao mês anterior. Esse resultado refletiu, sobretudo, a incorporação de juros nominais (aumento de 0,6 p.p.), o déficit primário (aumento de 0,3 p.p.), o crescimento do PIB nominal (redução de 0,3 p.p.) e o efeito da desvalorização cambial de 4,2% no mês (redução de 0,7 p.p.). No ano, a relação DLSP/PIB cresceu 0,1 p.p., influenciada pela incorporação de juros nominais (aumento de 1,4 p.p.), pela desvalorização cambial de 0,6% (redução de 0,1 p.p.), pelo superávit primário acumulado (redução de 0,2 p.p.) e pelo crescimento do PIB nominal (redução de 0,8 p.p.).
A DBGG – que compreende o Governo Federal, o INSS e os governos estaduais e municipais – alcançou R$5.431,0 bilhões em março, equivalente a 78,4% do PIB, 0,9 p.p. acima do percentual registrado em fevereiro. Contribuíram para essa evolução as emissões líquidas de dívida do governo geral (aumento de 0,7 p.p.), a incorporação de juros nominais (aumento de 0,5 p.p.), o efeito da desvalorização cambial (aumento de 0,2 p.p) e o crescimento do PIB nominal (redução de 0,4 p.p.). No ano, houve crescimento 1,1 p.p. na relação DBGG/PIB, decorrente, em especial, da incorporação de juros (aumento de 1,5 p.p.), de emissões líquidas de dívida do governo geral (aumento de 0,8 p.p.) e do crescimento do PIB nominal (redução de 1,1 p.p.).