“As expectativas da indústria continuaram piorando em maio e retratam agora um empresariado ligeiramente pessimista em relação aos próximos meses. Quanto ao desempenho do setor no mês, há sinais dúbios. Após meses andando de lado, o nível de utilização da capacidade voltou a subir, mas houve, em paralelo, acúmulo de estoques indesejados”, comenta Aloisio Campelo Jr., Superintendente de Estatísticas Públicas da FGV IBRE.
Em abril, a confiança caiu em 10 dos 19 segmentos industriais pesquisados. O Índice da Situação Atual (ISA) permaneceu estável em 98,5 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) caiu 1,5 ponto, para 95,9 pontos.
O indicador que mede a perspectiva de contratações do setor nos três meses seguintes recuou 3,6 pontos, exercendo a principal influência para o resultado negativo do IE no mês. A parcela de empresas que preveem aumento do total de pessoal ocupado caiu de 17,6% para 13,9% entre abril e maio, enquanto a das que projetam diminuição aumentou de 16,8% para 17,1% do total. Em menor proporção, o indicador que mede otimismo dos empresários em relação à evolução do ambiente de negócios nos seis meses também recuou, passando de 100,0 pontos em abril para 98,4 em maio, indicando leve pessimismo.
Com relação à situação atual, houve queda de 2,9 pontos do indicador do nível de estoques (101,7 para 98,8 pontos). As outras duas variáveis caminharam no sentido contrário levando à estabilidade do ISA no mês.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) subiu 0,8 p.p. entre abril e maio, retornando para 75,3%, o mesmo nível de novembro de 2018.