Diante do desequilíbrio econômico atual, os brasileiros de todas as classes sociais reduziram a demanda das categorias de bens de consumo rápido (FMGC). Neste cenário, no entanto, alguns produtos apresentam mudanças na maneira de serem consumidos, especialmente por causa de dois comportamentos: primeiro, a busca por opções mais saudáveis na mesa e, depois, o carrinho de compras tem cada vez mais espaço para categorias de indulgência e praticidade. De acordo com levantamento da Kantar, multinacional de painéis de consumo, analisando particularmente os bolos prontos industrializados nota-se uma retração da categoria com queda de 2,5% de frequência e redução de 1,9% no volume em compras em 2018 em comparação ao ano anterior. Em contrapartida, a categoria conquistou novos compradores.
Apesar do segmento ser dominado por bolos prontos normais (98,4% de share), os integrais, lights zero açúcar e zero lactose, que correspondem a apenas 1,6% do mercado, estão ganhando espaço e despontando como tendência na categoria. Os bolos normais perderam 3,9% de volume e 15,4% de frequência entre 2017 e 2018. Mesmo período em que as opções integrais e lights cresceram 53,3% em volume e 38,5% em frequência.
A mesma tendência é observada no tamanho das porções. Os bolos prontos individuais representam menos de 1% do mercado, mas sua frequência de compra cresceu 40%, mesmo tendo um preço médio 3x maior que os produtos tradicionais. Estas embalagens são mais consumidas em lares jovens, que têm de 3 a 5 pessoas e com crianças pequenas, relevantes principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Leste + Interior do Rio de Janeiro.
Já as embalagens familiares, que detêm maior parte do share de mercado, estão mais presentes nas prateleiras de famílias entre 1 e 4 pessoas e com shoppers mais maduros. Este formato se destaca principalmente no interior paulista.
A classe C concentra o consumo de bolos prontos industrializados no Brasil com 49% do volume consumido. “A categoria também se preserva com 31% de participação em volume entre as classes AB, especialmente por conta dos lares com crianças”, analisa Giovanna Fischer, Diretora de Marketing e Insights da Kantar.
O varejo tradicional concentra 27% da importância em volume, e neste canal, a frequência de compra cresceu 24% somente no último ano. Porém, houve queda no volume por viagem de 15%. O atacarejo por sua vez, subiu de 13% para 16% sua importância em volume, mas perdeu 7% e 4% em frequência e volume de compra por viagem, respectivamente.