Uma fintech de Curitiba (PR) criou uma campanha publicitária dando adeus à contabilidade e à gestão financeira nas empresas e causou polêmica em todo o Brasil.
Trata-se da ROIT – Consultoria e Contabilidade que iniciou a campanha do seu novo produto, “ROIT Bank – O Banco que Contabiliza”, que veio para mudar a forma tradicional de fazer contabilidade através de inteligência artificial.
Os entraves por causa da campanha começaram por causa de outdoors instalados nas cidades de Curitiba e Brasília e que diziam: “Despedidas são difíceis! Em breve, você dará adeus à contabilidade e à gestão financeira da sua empresa”.
A primeira crítica veio de contabilistas do Rio de Janeiro: a campanha foi taxada de exagerada e os argumentos utilizados foram de que critérios, normas e os princípios da contabilidade não podem ser automatizados e de que há muitos aspectos a serem interpretados e modificados de acordo com cada caso particular, algo que não poderia ser realizado por robôs.
A fintech rebateu fortemente. Segundo Lucas Ribeiro, diretor e sócio da ROIT, a ideia da propaganda é anunciar que a forma atual como as empresas fazem contabilidade e a gestão financeira vai evoluir e deixar de ser uma atividade operacional, tornando-se mais analítica e estratégica. Isso já acontece nos EUA e na Europa e agora está sendo feito aqui no Brasil com o ROIT Bank, pois automatiza todas as etapas e processos manuais, proporcionando aos contadores mais tempo para se dedicarem às estratégias contábeis.
“Respeitamos a classe contábil, valorizamos e incentivamos o setor empresarial a enxergar a contabilidade como algo nobre, estratégico e não mais operacional. A ROIT é especializada em Lucro Real e focada em grandes empresas, nenhum escritório de contabilidade será prejudicado com essa tecnologia e com a ROIT. Pelo contrário, o plano é até licenciar a solução para os ERPs integrarem a nós e os escritórios contábeis atenderem seus clientes com automatização de tudo que é operacional e, claro, tornar possível a dedicação aos clientes “, explica Ribeiro.
Apesar da polêmica, empresários viram a proposta do ROIT Bank com bons olhos, tanto que a campanha – que foi divulgada apenas nas cidades de Curitiba e Brasília – rendeu mais de 100 pedidos de todo o Brasil em apenas três dias, para uso da ferramenta, tanto de empresas quanto de escritórios contábeis.
O ROIT Bank é uma fintech baseada em softwares com inteligência artificial. Normalmente as empresas recebem contratos dos fornecedores, depois as notas fiscais e os boletos, efetuam os pagamentos, gerenciam os comprovantes, as conciliações e, por último, contabilizam e apuram tributos. Com a solução ROIT Bank, graças aos recursos de inteligência artificial, esse fluxo é invertido! Ou seja, os contratos, as notas e boletos são primeiro analisados pelo robô fiscal, contabilizados e, então, enviados para pagamento. Estando tudo integrado, não há conciliação bancária, além da redução expressiva de eventuais pagamentos em duplicidade ou com erro fiscal, como base de cálculo, alíquota ou retenção. E por último, além de pagar as contas através do ROIT Bank, ele também envia os dados para o ERP de cada cliente, via integração.Isso desonera sobremaneira a digitação, conferência e gestão de tantos documentos.
A ferramenta também gera de modo automático as guias para recolhimento de impostos e marca os pagamentos referentes a elas, após já apurar nas entradas créditos tributários e despesas indedutíveis. Além de inúmeras outras funcionalidades.
O ROIT Bank estará disponível a partir de novembro de 2019 para médias e grandes empresas, e a partir de março de 2020 será também licenciado para escritórios contábeis, que atenderão empresas de menor porte. A inteligência artificial utilizada pelo ROIT Bank já conta com mais de 15 milhões de combinações tributárias e já realizou mais de 1 milhão de lançamentos contábeis sem intervenção humana. “Nós pretendemos atingir o estado da arte na contabilidade, em que ela não é vista, nem sentida pelas empresas. Tudo acontece naturalmente, no mesmo fluxo bancário e financeiro”, conclui Lucas Ribeiro.