O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) assinaram na quinta-feira (15), em Brasília, um acordo de cooperação técnica com o objetivo de promover ações para expansão da internet no campo; aumento de produtividade; fomento a tecnologias e serviços inovadores; e o posicionamento do Brasil como exportador de soluções de Internet das Coisas (IoT) para a agricultura.
O acordo também estabelece a criação da Câmara do Agro 4.0, como parte do Plano Nacional de Internet das Coisas. A ideia é ter um órgão de debates com participação de governo, empresas e academia para construir uma estratégia para as fazendas conectadas, que utilizam soluções como automação, interatividade, monitoramento em tempo real, Big Data, entre outros.
Segundo o ministro do MCTIC, Marcos Pontes, entidades vinculadas como o CNPq, Finep e Embrapii são ferramentas importantes para apoiar pesquisas e empresas inovadoras no agronegócio. Já a conexão à internet nas áreas rurais pode ser reforçada com iniciativas do ministério e a aprovação do PLC 79.
“Nós temos um projeto de conectividade que utiliza fibras ópticas. O primeiro estágio será o Nordeste, depois o Norte e o Centro-Oeste. Temos também o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC) levando internet aos pontos onde a fibra não chega. A conexão depende de infraestrutura e nós temos a expectativa que o PLC 79 possa nos ajudar a ampliar o acesso. A gente está falando de R$ 20 a 40 bilhões de investimento”, disse.
Já a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, destacou o papel da tecnologia em garantir ao Brasil aumentos de produtividade aliados à preservação da natureza. “A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou uma safra recorde no país, um aumento de 6% de produção com crescimento de 0,6% da área plantada. Isso foi feito com muita pesquisa e nós temos que mostrar para o mundo que a gente produz mantendo a sustentabilidade. Não é à toa que a pesquisa e a inovação serão cada vez mais usadas”, afirmou.
O senador Luis Carlos Heinze falou sobre a necessidade de aumentar o número de empresas inovadoras no campo. “Nós temos 307 startups do agro no Brasil, enquanto há mais de 20 mil nos outros setores. Um Estado como o Mato Grosso, o maior produtor do Brasil, deve ter de 10 a 12. A gente precisa linkar os estudantes de Agronomia, Zootecnia, Veterinária a universidades e empresas do ramo. Temos um potencial enorme em estimular essa meninada a desenvolver projetos novos”, ressaltou.
Câmara Agro 4.0
A Câmara Agro 4.0 terá coordenação do MCTIC e do Mapa e participação de atores da iniciativa privada, academia e institutos de pesquisa para comporem os grupos de trabalho. Serão quatro GTs para debater e apresentar soluções nos eixos Desenvolvimento, Tecnologia e Inovação; Desenvolvimento Profissional; Cadeias Produtivas e Desenvolvimento de Fornecedores; e Conectividade no Campo.
O órgão faz parte do Plano Nacional de Internet das Coisas, formalizado por meio de decreto em junho, com o objetivo de fortalecer o ecossistema de inovação nacional e o desenvolvimento de projetos de Internet das Coisas. Além do Agro, fazem parte do Plano a Câmara da Indústria 4.0, inaugurada em abril, e as Câmaras de Saúde 4.0 e Cidades 4.0, que devem ser lançadas em breve.