A Coalizão Empresarial pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que reuniu empresas para uma iniciativa colaborativa de mobilização, foi formada em 29 de agosto, em São Paulo, em um café da manhã realizado pela Avon, Instituto Avon e ONU Mulheres. Esta aliança tem o objetivo de engajar líderes do setor privado e garantir o compromisso voluntário com o fim da violência contra mulheres e meninas.
As mulheres representam 60% da força de trabalho nacional. Vítimas de violência vivenciam maior instabilidade profissional, tem sua capacidade laboral, produtividade e poder decisório prejudicados, maior nível de estresse e um salário-hora menor quando comparado com outras mulheres que não sofrem violência. Uma em cada cinco faltas no trabalho, no mundo, é motivada por agressões ocorridas em casa.
Diante do reconhecimento de que as desigualdades enfrentadas pelas mulheres demandam esforços dentro e fora das empresas, a Avon, o Instituto Avon e a ONU Mulheres convidaram empresas para fundar a coalizão, que atuará alinhada com os Princípios de Empoderamento das Mulheres, da ONU Mulheres e do Pacto Global, e em contribuição à Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, especialmente o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5 – Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres. O grupo conta com apoio técnico da Fundação Dom Cabral.
Dentre as ações da Coalizão, estão previstas adesão aos Princípios de Empoderamento das Mulheres, engajamento pessoal da liderança empresarial para a realização de ações, atividades de formação e capacitação para o enfrentamento de diversas formas de violência contra as mulheres, desenvolvimento e implementação de políticas e procedimentos internos contra assédio sexual nas empresas, ambiente de trabalho seguro para funcionárias e colaboradoras vítimas de violência, promoção de campanhas de comunicação e conscientização para o enfrentamento da violência contra as mulheres e compartilhamento de resultados.
O Instituto Avon, que já atua há mais de uma década com o tema, coordenará o desenvolvimento de um plano de ações efetivas dividido em três etapas: treinamentos e capacitação; políticas internas e procedimentos de acolhimento e apoio às vítimas; e comunicação, com a elaboração de materiais para campanhas de conscientização, mobilização e engajamento do público interno.
Como mantenedora da coalizão nos primeiros dois anos, a Avon será a responsável pelo financiamento das atividades e gestão administrativa do grupo (reuniões, agendas, articulação de parceiros, entre outros). As empresas participantes serão responsáveis por cumprir os compromissos previstos na carta de fundação, ao lado de parcerias estratégicas. A iniciativa também contará com parcerias institucionais para somar esforços e visibilizar os resultados alcançados.
“Nossa intenção é promover a participação massiva dos líderes para firmar uma aliança, com planos efetivos e concretos para o enfrentamento à violência contra mulheres e meninas, que vai desde o treinamento, capacitação e comunicação para conscientização interna até a garantia de um ambiente de trabalho seguro para que funcionárias, vítimas de violência, tenham acesso ao suporte e apoio necessários dentro ou fora das dependências da empresa. Estamos nos valendo do poder de mudança das empresas e de Executivos para coordenar esforços neste tema e transformar vidas”, comenta José Vicente Marino, presidente da Avon.
Parceria para orientação estratégica para a realização do ODS 5, a ONU Mulheres agrega à Coalizão a adequação do cumprimento das normas e acordos internacionais relacionados à igualdade de gênero e ao empoderamento das mulheres, a atuação como liderança junto à cooperação internacional e a capacidade técnica para a implementação de programas, projetos, iniciativas e ações em diferentes áreas, a exemplo do setor privado.
Para a representante interina da ONU Mulheres Brasil, Ana Carolina Querino, “os efeitos que as situações de violência vividas nos ambientes laboral, incluindo assédio sexual e moral, e doméstico também afetam significativamente a produtividade das mulheres vítimas, aumentando a urgência de compromisso das empresas com o tema. Seja pelo seu papel no cumprimento dos ODS e agenda de direitos humanos das mulheres, como também uma questão de negócios, já que deixam de contar com pleno potencial das suas trabalhadoras”. Querino destaca, ainda, que a Coalização Empresarial pelo Fim da Violência contra as Mulheres “é boa para o Brasil, um dos países com altíssimos índices de violência contra as mulheres e marcadamente desigual nas questões de gênero e raça, por que tem o potencial de trazer o debate e ações concretas de prevenção às violências contra as mulheres para dentro das empresas, com um olhar que pode incluir não somente uma autoavaliação sobre as políticas empresariais de enfrentamento à violência e ao assédio no local de trabalho, mas também o investimento na transformação da cultura organizacional em busca de espaços mais seguros e equitativos para as mulheres”.
As mais de 100 empresas convidadas vão desde signatárias dos WEP’s Brasil, parte dos grupos Aliança pelo Empoderamento da Mulher e Movimento Mulher 360, às organizações de pequeno à grande porte, nacionais e multinacionais, dos setores de comunicação, beleza e cosméticos, tecnologia, varejo e associações/entidades de setor.
A cerimônia contou com assinatura da carta de fundação da coalizão e próximos passos do plano de trabalho serão coordenados por Instituto Avon com apoio dos parceiros estratégicos e técnicos.