Os números que envolvem a Conferência Ethos 360º em São Paulo são sempre superlativos, mas a 21º edição, que aconteceu nos dias 3 e 4 de setembro, são surpreendentes: 117 palestrantes, 60 painéis, seis palcos, 13 patrocinadores, 10 empresas apoiadoras, sete apoios de mídia, 14 parcerias estratégicas, 43 jornalistas de 32 veículos de imprensa e mais de 1000 participantes reunidos no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, integrando natureza, inovação e tecnologia com diálogo contemporâneo.
As reflexões sobre as soluções de economia da biodiversidade amazônica, o debate direto sobre o desmantelamento de órgãos de aferição do meio ambiente, a ação de ONGs e entidades nas regiões indígenas, o combate à corrupção, a construção de um novo e diverso ambiente corporativo e o respeito aos direitos humanos permearam a preocupação central – a defesa da democracia e de uma sociedade mais justa.
A Conferência Ethos 360º começou com uma reflexão sobre os compromissos para a construção de um Brasil unido, próspero com ambiente de respeito à diversidade racial e de gênero, etnias, em defesa da preservação da Amazônia e de toda biodiversidade, respeitado internacionalmente e respeitando a soberania das nações. Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos, abriu a Conferência inspirando os participantes a refletir sobre o Brasil, a ter atitude e defender a ordem jurídica constitucional, a imprensa livre e criar um ambiente de negócio saudável.
Jovens, acadêmicos, empresários, pensadores e empreendedores contribuíram para o debate de ideias e exemplos de boas práticas. O painel “A primeira geração sem esperança”,com a estudante e líder indígena Hamangaí Pataxó, mostrou a relação dos indígenas com a natureza. “Entendemos que a floresta é um dos elementos fundamentais para nossa existência, nos cura. É preciso fazer uma reconexão com a mãe terra, e a juventude tem esse compromisso e respeito, de seguir e continuar a luta de nossos antepassados”.
A mesa “Valorização da formação dos jovens, do empreendedorismo e da inovação”, apresentada por Ekarinny Myrela Brito de Medeiros, graduanda do curso de Ciência e Tecnologia da UFERSA que conquistou 12 prêmios com o projeto da Embacaju – embalagens biodegradáveis feitas a partir da folha do caju, para substituir as embalagens de isopor, ratificou a importância do investimento na educação: “Fico feliz em ser bolsista do programa Ciência para Todos e ser referência para outros jovens, dizer para eles que é possível que sejam cientistas. Porque isso é uma mudança de vida, olhar para minha casa, que sou só eu e meu irmão, e saber que teremos um futuro brilhante é muito valioso”.
Foi unânime a conclusão dos palestrantes: as ações para um futuro justo passam pela equidade, a integridade e indicadores que proporcionem um negócio sustentável. Paula Oda, Coordenadora de Práticas Empresariais e Políticas Públicas do Instituto Ethos, destacou que há a necessidade de ações coletivas entre as empresas, que não mais devem observar apenas as próprias práticas, mas também acompanhar a cadeia de fornecedores e as práticas adotadas pelas demais empresas do setor. “Temos migrado para uma espécie de segunda onda, em que as empresas primeiro observaram suas práticas internas e agora começam a olhar para os stakeholders e para os parceiros, entendendo ser este um processo de evolução necessário”.
O exercício do debate com respeito às ideias e os exemplos positivos de ações sustentáveis permitiram que em dois dias se discutissem da queimada na Amazônia, ao desastre de Brumadinho, passando pelo combate à corrupção, a liberdade de expressão, os direitos humanos e a equidade racial e de gênero. Considerando a ótica das mudanças na relação corporativa e analisando políticas públicas que possam auxiliar nesse contexto. Essa é a alquimia para edificar uma sociedade melhor. “Há neste momento, a oportunidade de uma construção coletiva para enfrentar a questão setorial, para mitigar de maneira radical a possibilidade dos desastres como o de Brumadinho e de Mariana. Precisamos seguir na direção de uma mudança significativa nos processos, operação, relacionamento com as comunidades e os impactos socioambientais”, considerou Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos no painel que abordou a questão da mineração.
Um ponto interessante foi a percepção quanto a transversalidade dos temas, culminando em uma nova narrativa que abrange não apenas as diferenças entre as agendas de direitos humanos, integridade e meio ambiente, mas sim, o ponto de convergência no qual as temáticas se relacionam. Em painéis que abordaram a questão ambiental, como por exemplo a mudança do clima, o diálogo abordou questões de integridade que levaram a atual situação, como a queima das florestas, e avaliou os danos aos direitos humanos, sobretudo dos povos indígenas. “Vivemos a urgência de não deixar ninguém para trás”, ressaltou Caio Magri, na abertura do evento, no painel que deu o tom de como seriam os dois dias de diálogos e reflexões.
CidadeMarketing com informações da Assessora de Imprensa Instituto Ethos.