O mês tradicionalmente fraco em vendas acabou surpreendendo: com a nova Semana do Brasil e a liberação dos saques do FGTS puxaram o movimento do comércio paulistano em setembro. Com alta de 2,2% nas vendas a prazo, e de 2,4% nas vendas à vista, a média do período ficou em 2,3%, segundo o Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
O resultado mostra que os eventos ajudaram a reverter a queda de 0,9% no indicador registrado em setembro de 2018, afirma Emílio Alfieri, economista da ACSP. “Era um cenário de incerteza eleitoral, e o consumidor estava com um pé atrás”, lembra.
Na comparação mensal, a variação nas vendas de bens duráveis, como eletrodomésticos, ficou zerada. Já as de não-duráveis, como vestuário e calçados, caiu 15,9% – um movimento normal, justificado pela sazonalidade e a comparação com agosto, que teve o Dia dos Pais, uma data consolidada, além de três dias úteis a mais do que em setembro.
“Na segunda quinzena de setembro, o tempo virou de repente e fez desacelerar as vendas da coleção primavera-verão”, diz Alfieri. “Mas em outubro, com o clima começando a firmar e com o Dia das Crianças, a alta deve ser retomada.”
Já no acumulado do ano, a média de 1,9% de alta medida pelo Balanço de Vendas é um bom sinal, já que está próxima à projeção de 2% de crescimento nas vendas e do último dado de aumento da massa salarial do IBGE, também de 2%.
“Se a Semana do Brasil pegar, a expectativa é que a queda sazonal diminua mais a cada ano”, sinaliza o economista da ACSP.