O governo de São Paulo vai desativar o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros e a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na zona oeste, para construção de um polo de desenvolvimento tecnológico. Segundo o governador João Doria, a primeira das quatro etapas do projeto, chamado de Vale do Silício Urbano, ficará pronta no primeiro semestre do ano que vem.
“No primeiro semestre de 2020, nós já teremos o Centro Internacional de Tecnologia e Inovação [CITI] funcionando na sua primeira etapa, onde hoje está o IPT [Instituto de Pesquisas Tecnológicas]”, disse o governador durante a apresentação do projeto. O Vale do Silício é uma região do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, que concentra empresas de tecnologia, incluindo, grandes marcas como Apple, Facebook e Google.
Nas duas fases inciais do projeto anunciado nesta quinta-feira (7), serão disponibilizados prédios do próprio governo estadual, próximos da Universidade de São Paulo (USP), para a instalação de empresas privadas. Nessa etapa, que deve entrar em funcionamento até abril de 2020, as desenvolvedoras de tecnologia poderão se instalar em 70 prédios do IPT, com uma área total de 300 mil metros quadrados.
“Estamos abrindo esse espaço para que a sociedade, as startups, as grandes empresas, os centros de tecnologia e inovação ocuparem isso conosco”, disse a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen. Segundo Patricia, o espaço estava subutilizado, apesar da boa localização. Também serão abertos à iniciativa privada 86 mil metros quadrados em imóveis do próprio governo em uma área próxima.
Cadeião
A terceira etapa prevê a desativação do CDP, conhecido como Cadeião de Pinheiros. O complexo tem três unidades com capacidade para quase 1,9 mil presos onde estão detidas atualmente 4,6 mil pessoas. São Paulo tem grande número de detentos, e é necessário fazer um trabalho de transição dessa população para as novas penitenciárias, disse Patricia sobre as negociações que estão sendo feitas para o fechamento do presídio.
De acordo com a secretaria, o Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), que reúne as empreiteiras, também vai ser ouvido para definir como a área pode ser aproveitada para implantação do CITI. Somado aos imóveis da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), o governo pretende disponibilizar nessa região 182 mil metros quadrados para as companhias de tecnologia.
Entreposto
Como já havia sido anunciado, o projeto prevê ainda o fim das atividades da Ceagesp na região. As atividades do maior entreposto da América Latina devem ser transferidas para área ainda não definida. A sede atual tem 630 mil metros quadrados, onde trabalham mais de 30 mil pessoas.
Segundo o governo paulista, a nova sede da Ceagesp deverá ter acesso privilegiado à malha rodoviária para facilitar o trânsito de mercadorias. A desativação do entreposto atual foi acordada com o governo federal, controlador da estatal, e com a prefeitura da capital paulista.
Prazo
Patricia Ellen informou que a previsão é que todo o projeto demore de quatro a seis anos para ser concluído. “É um projeto que começou há três anos, e o ciclo completo é de10 anos”, ressaltou a secretária.
Ela destacou que a proposta tem apoio nas três esferas de governo: “os três Entes estão completamente alinhados: município, estado e governo federal”.
CidadeMarketing com informações da Agência Brasil.