Estudo sobre mercado de trabalho divulgado nesta quinta, 12, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) destaca um cenário mais favorável, principalmente em relação à subocupação e ao desalento, com melhoria dos indicadores. A análise tem como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD) do IBGE e o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia.
No que diz respeito à subocupação, a participação do grupo de ocupados que trabalham menos de 40 horas semanais, mas que estão disponíveis e/ou gostariam de trabalhar mais, recuou em relação ao total da ocupação. Com essa melhora, a taxa combinada de desocupação e subocupação ficou em 18,2% no período de agosto a outubro (3º trimestre móvel), 0,2 p.p. abaixo da registrada no mesmo trimestre de 2018.
No mesmo período, na comparação interanual, o contingente de desalentados apresentou a segunda queda consecutiva ao recuar 1,6%. Em relação ao tempo de procura por emprego, o total de desocupados de longo prazo no país também vem recuando.
Uma boa notícia é o crescimento de 1,7% da renda domiciliar da faixa intermediária, que recebe entre R$ 2.461,02 a 4.110,60, na comparação interanual. Em 2017 e 2018 foi justamente essa faixa que mostrou a pior evolução da renda.
Em termos regionais, na comparação com o mesmo período de 2018, o trimestre teve expansão da renda média real no Sudeste (0,1%) e no Sul (2,1%). Em contrapartida, a Região Centro-Oeste registrou queda de 2,6%. O corte por gênero revela que os rendimentos recebidos pelas mulheres tiveram variação positiva (1%), contra uma queda de 0,3% nos homens.
Com relação à idade, os piores resultados nos rendimentos reais médios continuaram com os trabalhadores mais velhos (-6,6%). Com relação à escolaridade, todos os grupos apresentaram quedas nos rendimentos, sendo a maior delas entre trabalhadores com ensino fundamental incompleto (-2,2%). Em relação à idade, destaca-se o melhor resultado (1,6%) dos rendimentos dos ocupados entre 25 e 39 anos.
Na análise por vínculo de ocupação, o setor privado com carteira assinada apresentou queda real de rendimentos (-0,5%) no trimestre móvel encerrado em outubro, na comparação interanual – com exclusão dos empregadores. O destaque positivo ficou por conta dos trabalhadores por conta-própria, cujos rendimentos subiram 2,2% no período, com reversão da queda nos meses anteriores.
De acordo com o estudo, o crescimento dos trabalhadores por conta própria, que em um primeiro momento se creditava à piora do emprego no país, pode estar indicando uma mudança estrutural das relações de trabalho, em grande parte devido á consolidação da “economia de aplicativos”– no gênero Uber, IFood e outros – que tem aberto novas possibilidades de geração de renda.
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