Implantação da nova placa Mercosul, em São Paulo prejudicou emplacamentos no fim do mês
Nesta terça-feira, 4 de fevereiro, a Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, divulgou o desempenho do setor automotivo, no primeiro mês do ano. Segundo a entidade, os emplacamentos de veículos novos, considerando todos os segmentos (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros) somaram 298.417 unidades, o que representa retração de 19,52%, na comparação com dezembro do anopassado, quando foram emplacadas 370.776 unidades. Já em relação a janeiro de 2019, quando 303.295 veículos foram emplacados, o resultado representa queda de 1,61%.
Para o Presidente da entidade, Alarico Assumpção Júnior, o desempenho de janeiro foi resultado do maior volume de emplacamentos realizados em dezembro, aliado às consequências da implantação das placas Mercosul, em São Paulo, o que represou alguns registros nos últimos dias de janeiro. “Observamos, em janeiro, os reflexos da sazonalidade de compras, realizadas em dezembro, tipicamente, um mês muito forte, já que as marcas oferecem promoções antes do Natal. Além disso, a implantação das novas placas do Mercosul, em São Paulo, acabou represando a compra e emplacamentos veículos”, comentou Assumpção Júnior.
Os segmentos de automóveis e comerciais leves, somados, apresentaram queda de 26,9% em janeiro, se comparado com dezembro, totalizando 184.125 unidades, contra 251.795 em dezembro do ano passado. Já na comparação com janeiro de 2019, quando foram comercializadas 190.640 unidades, houve retração de 3,4%. “Mesmo com um dia a mais de emplacamento, janeiro não conseguiu superar esses obstáculos e perdemos cerca de 9 mil emplacamentos no mês”, explicou o Presidente da FENABRAVE.
Outros Segmentos
As vendas de caminhões também sofreram o impacto da implantação das placas Mercosul e os reflexos do período de férias coletivas. Assim, em janeiro, foram emplacados 7.186 Caminhões, contra 8.328 em dezembro, o que representa baixa de 13,7%. Na comparação com janeiro de 2019, quando foram emplacados 6.932 caminhões, o resultado aponta crescimento de 3,6%. Para Sérgio Zonta, Vice-Presidente do Segmento na FENABRAVE, o desempenho está dentro da normalidade para o período, por isso, as expectativas da entidade se mantém positivas.
Seguindo o mercado de veículos pesados, o segmento de Implementos Rodoviários apresentou, em janeiro, retração de 7,1% sobre dezembro, mas,ante o mesmo mês do ano passado, observou-se alta de 5,5%, no volume de emplacamentos.
Sem novas entregas para o “Programa Caminho da Escola” e contando com as influências da sazonalidade, o mercado de ônibus também apontou retração. Em janeiro, foram emplacadas 2.153 unidades, o que significou 2,3% de retração, com relação a janeiro de 2019, e queda de 11,5% diante do resultado de dezembro de 2019.
As vendas de motocicletas somaram, em janeiro, 91.689 unidades, o que significa retração de 2,5% sobre dezembro de 2019, que alcançou 94.108 unidades. Na comparação com as 90.713 unidades emplacadas em janeiro do ano passado, o resultado do primeiro mês de 2020 representa alta de 1,1%. “Além dos fatores que influenciaram o setor como um todo, a produção de modelos de até 300 cc, de todas as marcas, não foi suficiente para a demanda do mercado nesse mês,” comentou Carlos Porto, Vice-Presidente do Segmento de Motocicletas da FENABRAVE.
Tratores e Máquinas Agrícolas
Como as máquinas agrícolas e tratores não são emplacados, a FENABRAVE apresentou os dados de fechamento das vendas em 2019, que apontaram queda de 12,4% na comparação com 2018. Foram vendidas 43.269 unidades, em 2019, contra 49.375 unidades no ano anterior. Para Marcelo Nogueira Ferreira, Vice-Presidente da FENABRAVE, este desempenho é reflexo dos três meses em que o setor agrícola sofreu com a falta de recursos para financiamento de máquinas e equipamentos, situação que deve mudar, em 2020, com mais bancos operando no setor.
Projeções 2019
No início de janeiro, a FENABRAVE divulgou suas projeções para 2020, que contemplam aumento global de 9,7%, para todos os segmentos, o que representa 4.308.656 unidades.
“A oferta de crédito vai continuar agressiva por parte dos bancos, uma vez que já observamos uma retração expressiva na inadimplência e continuidade na política de redução das taxas de juros”, explicou Alarico Assumpção Júnior, Presidente da FENABRAVE.
Para os Segmentos de Automóveis e Comerciais Leves, a expectativa é de alta de 9%, totalizando 2.898.355 unidades.
As vendas de Caminhões devem seguir avançando, devendo registar 126.156 unidades. Com isso, a entidade espera alta de 24%.
Segundo as projeções da FENABRAVE, o Segmento de Implementos Rodoviários deve ter alta de 23%, e emplacar 78.015 unidades.
O mercado de motocicletas deverá crescer, no mínimo, 9% e emplacar 1.174.585 unidades.
Para Tratores e Máquinas Agrícolas, a expectativa é de crescimento entre 3,5% e 5%.