Após a confirmação do primeiro caso do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil, a Presidência da Fiocruz realizou uma reunião extraordinária nesta quinta-feira (27/2). No encontro, foram discutidas estratégias adicionais nas áreas de diagnóstico laboratorial, desenvolvimento tecnológico, produção e cooperação internacional no enfrentamento do Covid-19.
“A Fiocruz reafirma o compromisso com o Sistema Único de Saúde (SUS) na busca de soluções e respostas rápidas para a população brasileira frente a essa emergência sanitária, a exemplo do que já fizemos em outros momentos críticos para a saúde pública, como no enfretamento de H1N1, zika, chikungunya, febre amarela e até mesmo casos suspeitos de ebola”, destacou a presidente Nísia Trindade Lima.
A iniciativa faz parte das frentes de atuação da Fiocruz, que, desde o início deste ano, vem se articulando internamente e junto ao Ministério da Saúde para contribuir na preparação do país não apenas para a entrada do vírus em território nacional, mas também para a possibilidade de dar respostas rápidas a uma epidemia em larga escala.
“Temos ampla capacidade de resposta na instituição e estamos trabalhando em diversas frentes, tanto na articulação de iniciativas já em curso, como a produção de kits diagnósticos e a capacitação de laboratórios públicos para o diagnóstico laboratorial, mas também em ações prospectivas voltadas para a pesquisa e produção de fármacos e vacinas”, explicou a vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde, Marco Krieger.
Além de manter uma articulação permanente entre pesquisadores, gestores e técnicos da instituição, por meio da Sala de Situação em Saúde, criada em 24 de janeiro pela Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fundação, a Fiocruz participa do Centro de Operações de Emergências (COE), e foi convidada esta semana a integrar um comitê de especialistas, criado pelo Ministério da Saúde. A primeira reunião desse comitê acontecerá na próxima quinta-feira (5/3).
No âmbito interno, foi destacada a importância de permanente diálogo dos diretores e especialistas das unidades e escritórios regionais com os gestores municipais, garantindo a ampla mobilização da Fiocruz junto a todas as esferas do SUS no enfrentamento da emergência.
O campo da comunicação e da disseminação de informação de qualidade para a população também foi tema do encontro. Segundo a coordenadora de Comunicação Social da Fiocruz, Elisa Andries, o engajamento dos nossos especialistas no esclarecimento à população e, em especial, aos trabalhadores da saúde, é fundamental, mas deve ser feito de maneira responsável e sempre articulada com os profissionais de comunicação, seja da unidade ou da Presidência, para que, em tempos de fake news, a instituição possa contribuir com informações claras no entendimento dessa nova enfermidade.
Ao longo dos meses de janeiro e fevereiro, a Fiocruz conduziu uma série de iniciativas na área: capacitação de profissionais do Instituto Evandro Chagas, no Pará, e do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, para o diagnóstico laboratorial do novo vírus, bem como de representantes técnicos de nove países da América Latina (Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai); participação de reunião da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra, que reuniu centenas de cientistas de todo mundo para discutir estratégias de enfrentamento e definir prioridades de uma agenda de pesquisa global; realização de uma oficina para jornalistas; e participação no diagnóstico de repatriados da China.
A Fiocruz tem uma experiência de quase 60 anos com vírus respiratórios e é designada pelo Ministério da Saúde como referência para o diagnóstico laboratorial do novo coronavírus, por meio do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), e para o atendimento a pacientes, por meio do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz).
CidadeMarketing com informações da Fiocruz.