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Abandono de cães e gatos aumentou mais de 800% desde o início da pandemia, aponta pesquisa

Campanha do CRMV-BA alerta que animais não transmitem a Covid-19

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Reprodução/Instagram

Em tempos de coronavírus é preciso esclarecer algumas fake news e a primeira delas diz respeito aos animais e a transmissão do SARS-Cov-2, que causa a covid-19.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que, até o momento, não há evidências científicas de que cães e gatos possam se infectar e transmitir o novo coronavírus. Apesar disso, algumas notícias têm sido veiculadas sobre cães e gatos, e até mesmo tigres e leões, como o caso da tigresa Nadia, do zoológico do Bronx, em Nova York, que testou positivo para o novo coronavírus. O resultado tem sido o crescimento no número de abandono de animais. Em Salvador, de acordo com o Corpo de Bombeiros Voluntários do Estado da Bahia – Brigada K9, a quantidade de animais abandonados cresceu 860% nos cinco últimos dias de março, em uma comparação com o mesmo período de 2019.

Para afastar essas dúvidas e diminuir o número de animais abandonados, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Bahia (CRMV-BA) lançou a campanha “Seu pet não transmite o novo coronavírus. Fique com ele. Fique tranquilo”.

“Estatisticamente esses são casos isolados. Todos os animais testados como positivos tiveram contato com pessoas infectadas e, provavelmente, foram contaminados por intermédio de gotículas provenientes de tosse e espirros destas pessoas. Desta forma, os animais podem ter atuado como ‘superfície contaminada’ ou mesmo terem lambido as secreções que contaminaram o ambiente, não havendo, portanto, potencial de disseminação da doença”, argumenta Nádia Rossi de Almeida, médica-veterinária especialista em virologia e membro da Comissão de Ética, Bioética e Bem-Estar Animal do CRMV-BA.

Além de alertar para o fato de que os animais não transmitem a covid-19, a campanha lembra ainda a guarda-responsável dos pets e que a prática de abandono é crime, previsto no artigo 32 da Lei 9.605/95, que pune com três meses a um ano de prisão, além de multa estipulada pela Justiça quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais.

“Estamos no abril laranja, período em que conscientizamos a sociedade para o crime de maus-tratos aos animais e esse ano aconteceu de estarmos vivendo uma pandemia mundial que contribui ainda mais para a prática desse crime, motivo pelo qual decidimos investir nessa campanha, que é, sobretudo, de conscientização”, assinala o presidente do CRMV-BA, Altair Santana de Oliveira.

As denúncias de maus-tratos a animais devem ser feitas à Polícia Militar, Ministério Público ou Ibama, que oferece dois canais de atendimento: o telefone 0800 61 8080 e o e-mail linhaverde.sede@ibama.gov.br.

Central tira-dúvidas

O CRMV-BA, por meio da Comissão de Saúde Pública, e a Universidade Federal da Bahia, por meio dos Programas de Residência em Medicina Veterinária e do Hospital de Medicina Veterinária, estão juntos em um plantão para esclarecer as principais dúvidas da população sobre a covid-19 e o que se sabe sobre a relação da doença com os animais domésticos. A central funciona segunda à sexta-feira das 8h às 16h, pelo telefone (71) 3283-6736.  “Com essa central, vamos unir os trabalhos dos nossos residentes, preceptores e professores, com membros da Comissão de Saúde pública do CRMV-BA, para esclarecer as principais dúvidas da população sobre a covid-19 e os animais e, com isso, além de levar as informações corretas, esperamos contribuir, também, com a redução no número de abandonos de animais”, explica Rodrigo Bittencourt, tesoureiro do CRMV-BA e coordenador-geral dos Programas de Residência em Medicina Veterinária, da Universidade Federal da Bahia.

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