A FecomercioSP compreende a prorrogação da quarentena no Estado de São Paulo anunciada hoje (8 de maio) pelo governador João Doria até o dia 31 de maio, para preservação das vidas e reitera a importância de que a população respeite as regras de isolamento, para que a retomada seja possível, em momento oportuno. A Entidade cobra, no entanto, o detalhamento do Plano São Paulo, assim como da metodologia que vem sendo utilizada para medir o deslocamento dos cidadãos durante a quarentena, além de reiterar pedidos anteriores para mais crédito, de forma mais acessível e de rápida contratação pelas empresas, principalmente dos micros, pequenos e médios negócios.
De acordo com estimativa da Federação, levando em consideração que as atividades retornem somente no dia 1º de junho, conforme anunciado pelo governador, os prejuízos alcançados nos meses de março, abril e maio devem atingir mais de R$ 44 bilhões, com perda diária de R$ 659,7 milhões ao varejo paulista. Assim, a liberação de R$ 650 milhões em crédito pelo Governo de São Paulo, por meio do Banco do Povo e do Desenvolve SP, não cobre nem uma média diária do prejuízo no faturamento do comércio.
Além disso, apesar de o governo ter atendido parte do pedido da FecomercioSP pela suspensão do recolhimento do ICMS nesse período, a medida poderia ser prorrogada por seis meses (ao invés de três) e ampliada a todos os tipos de empresa.
Diante do cenário atual, a Entidade prevê ainda queda de 11% no faturamento anual do varejo na comparação com 2019, com baixa de R$ 83,4 bilhões. Sendo que R$ 61,7 bilhões se refere a parte do comércio considerado não essencial que precisou ficar de portas fechadas durante o período da quarentena.
Considerando um ambiente de pandemia controlada para a possível reabertura dos estabelecimentos, levando em conta as realidades locais quanto à avaliação constante da capacidade de infraestrutura e atendimento na área da saúde, bem como as características sociais e econômicas de cada região, a FecomercioSP não espera uma recuperação rápida frente essa crise, pois as famílias tiveram suas rendas encolhidas em razão das altas do desemprego e do endividamento, com intenção de consumo drasticamente reduzida, e focada apenas em produtos essenciais como alimentos e remédios, tal como ocorreu na recessão de 2015/2016.
A estrutura do comércio varejista também voltará bem debilitada, com quadro reduzido de funcionários, endividamento, baixa liquidez e níveis de estoques inadequados.