Estudo inédito realizado pelo Instituto Socioambiental (ISA) em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e com revisão da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revela que 20 mil garimpeiros ilegais podem se tornar o principal vetor de transmissão da COVID-19 dentro da Terra Indígena Yanomami.
Para evitar uma tragédia, o Fórum de Lideranças Yanomami e Ye’kwana lança hoje a campanha #ForaGarimpoForaCovid. O objetivo é mobilizar a sociedade e pressionar o governo para uma ação de retirada dos invasores ilegais do território, pois só assim os Yanomami poderão fazer o isolamento social necessário para evitar a transmissão do vírus.
Assista aqui ao filme criado pela Wieden+Kennedy São Paulo com notícias que poderão ser lidas em jornais do mundo todo se nada for feito a respeito agora. Além desse filme, estão previstas mais duas produções que serão veiculadas pelos próximos três meses. O plano de mídia contempla TV aberta, ações de mídias sociais e OOH – todas as peças pedem a assinatura desta petição.
De acordo com Bruno Weis, Coordenador de Comunicação na Instituto Socioambiental, “a Terra Indígena Yanomami é a mais vulnerável da Amazônia ao novo coronavírus. O sistema de saúde que atende ao território tem limitações relacionadas ao transporte de doentes, poucos leitos e respiradores. Além disso, o histórico de saúde dos Yanomami pode fazer com que a taxa de letalidade da doença seja maior entre eles do que na população brasileira em geral”.
O ISA projetou diferentes cenários de transmissão nas aldeias e, no pior deles, 5.603 Yanomami podem se infectar com o vírus, de um total de 13.889 indígenas vivendo a menos de cinco quilômetros de zonas de garimpo (50% da população da TIY). E, enquanto a crise econômica faz o preço do ouro bater recordes, o desmonte da política ambiental fragiliza as ações de repressão ao garimpo ilegal, tanto que o sistema de monitoramento do ISA tem registrado a expansão de garimpos ilegais em regiões próximas a comunidades indígenas.
Para Mariana Borga, diretora de criação da W+K, “não estamos falando de um futuro distante, de uma realidade que só será observada pela sua 4ª geração. Estamos falando de 15 dias, 1 mês”. Fabiano Higashi, também diretor de criação da agência, completa: “As atitudes agora têm efeitos imediatos na preservação da vida, da cultura e da história. Ou seja, não há campanha mais relevante para apoiarmos no momento”.