Aos poucos, bares e restaurantes por todo o Brasil vão experimentando a retomada. Com diversas restrições, que variam de uma cidade para outra, os estabelecimentos reabrem as portas, mas ainda têm faturamento abaixo do esperado e muitas incertezas quanto ao futuro. É o que diz uma pesquisa nacional realizada pela Abrasel no final de agosto, que contou com quase 1 500 respostas de empresários de todo o país. “Bares e restaurantes foram os mais atingidos pela crise, em todos os aspectos, tendo pago a conta de modo desproporcional, por causa do fechamento precipitado em alguns lugares e extenso demais em outros. O setor é o que mais emprega no Brasil. Precisamos de ajuda específica para que os empreendimentos possam sobreviver e voltar a contratar”, diz o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.
Pelo país, 73% dos estabelecimentos pesquisados já abriram as portas. Mas Solmucci alerta: “Muitos, no entanto, fecharam de modo definitivo, por isso nem responderam à pesquisa. Outros só estão abrindo agora, após seis meses, com enormes restrições. E o faturamento está abaixo do esperado para a grande maioria”. Segundo a pesquisa, os bares e restaurantes estão trabalhando em média com menos de 50% dos funcionários que tinham antes da crise. E 64% dos entrevistados dizem que não irão recontratar imediatamente.
Não é para menos: para 71% dos entrevistados o faturamento está abaixo da expectativa. A questão dos empréstimos é central para a sobrevivência das empresas, e a pesquisa aponta isto. Quatro em cada cinco empresas (78%) tentaram empréstimo de março para cá. E pouco mais da metade destes (57%) conseguiu acessar alguma linha de crédito. A maioria obteve o empréstimo pelo Pronampe (56%), quase sempre associado com alguma outra linha disponível. Dos que tiveram o empréstimo negado (43%), são 21% os que não receberam nem mesmo uma justificativa do banco para a falta de crédito. A pesquisa nacional da Abrasel foi realizada de 18 a 20 de agosto em todas as regiões do país.