A BRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, reporta receita líquida de R$ 11,6 bilhões no 2T21 e crescimento de 27,8% em relação ao mesmo período de 2020. O lucro bruto totalizou R$ 2,2 bilhões, aumento de 12,5% no comparativo com o segundo trimestre do ano passado. Já o EBITDA ajustado foi de R$ 1,27 bilhão, crescimento de 23,2% ante o 2T20, e o fluxo de caixa operacional alcançou R$ 667 milhões. Mesmo com a evolução do resultado operacional, a empresa registrou prejuízo líquido de R$ 199 milhões, impactado principalmente pelos efeitos inflacionários e cambiais nas despesas financeiras. A alavancagem líquida da dívida da Companhia caiu para 2,73 vezes e vem se mantendo abaixo de 3 vezes há oito trimestres consecutivos, fruto da evolução de sua estrutura de capital e disciplina financeira.
Os números apontam a maior geração de negócios, com um forte ritmo de lançamento de produtos e sustentação de liderança em todas as categorias. A empresa continuou a impulsionar o ritmo de inovações, atingindo 7,2% da receita, ante 6,7% do 1T21, com o lançamento de 37 produtos. Já a participação do mix de valor agregado alcançou o maior resultado histórico no Brasil, com 84,2% do volume comercializado.
Um dos destaques do período foi o avanço na Visão 2030, com a expansão da atuação em pet food, pela aquisição do Grupo Hercosul e da Mogiana Alimentos, empresas com atuação nas categorias premium, super premium e super premium natural, no segmento de alimentos para cães e gatos, que tiveram receita combinada de aproximadamente R$ 750 milhões nos últimos doze meses – ainda não reportada nas Demonstrações Financeiras. Com este movimento, a Companhia se torna um dos três maiores players do mercado de pet food nacional, com participação de aproximadamente 10%, conforme estimativas baseadas nos dados fornecidos pela ABINPET (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação).
No segmento de proteínas alternativas, a BRF fez o primeiro investimento em forma de Venture Capital na Aleph Farms, startup israelense que desenvolve carne cultivada a partir das células de animais, no valor de US$ 2,5 milhões, marcando a participação nesta iniciativa sustentável e pioneira na cadeia global de alimentos. Destaque também para a expansão da linha Sadia Veg&Tal com o lançamento de almôndegas, kibe e carne moída.
“Avançamos em nossa performance com resultados sólidos neste trimestre, evoluindo na qualidade e no mix de produtos tendo como objetivo consolidar a BRF como uma Companhia de alimentos de alto valor agregado e com marcas fortes e admiradas. Seguimos firmes na execução da Visão 2030 e estamos confiantes e preparados para atender a demanda oriunda da retomada da economia”, destaca Lorival Luz, CEO global da BRF.
No segmento Brasil, a Companhia apresentou crescimento de receita líquida, fruto de maiores volumes e melhoria do mix de produtos e canais – o que proporcionou mitigação parcial do aumento de custos dado o cenário inflacionário de matérias-primas (sobretudo grãos, embalagens e fretes) e gastos extraordinários com prevenção e combate aos efeitos da Covid-19.
As marcas da BRF continuam liderando a preferência dos consumidores nas últimas edições da pesquisa Kantar, com Sadia (27,8%), Perdigão (15,3%) e Qualy (52,6%). Em market share, a empresa também segue como líder absoluta em todas as categorias, com destaque para margarina (57,9%), frios (47,3%) e congelados (44,3%). O planejamento de expansão das iniciativas de “multicanalidade” continua em evolução constante, com a plataforma online Mercato em Casa atingindo recordes de comercialização e crescimento de 144% vs 1T21, além de ampliar o número de lojas do modelo Store In Store, chegando a 389 unidades. A Companhia atingiu também a marca de 290 mil clientes movimentados, aproximando-se do compromisso de 300 mil até 2023.
No segmento Internacional, as exportações avançaram com a retomada da demanda dos mercados. Na Arábia Saudita, houve uma recuperação do consumo com o reaquecimento da economia e aumento do turismo religioso. A Turquia também se destacou, com o crescimento de 42,7% ao ano nas exportações, após a reabertura dos mercados. Na Ásia, a demanda por proteína se manteve aquecida, principalmente na China, com aumento de volumes e preços em dólares. Nas exportações diretas, a BRF atingiu o maior volume desde o segundo trimestre de 2019, com alta de 23,1% ante 2T20, reflexo da retomada da demanda nos mercados-alvo.
Ainda no Internacional, a Companhia segue com a estratégia de desenvolver um portfólio de alto valor agregado, lançando 33 produtos no trimestre, que já representam 13% da receita do segmento. No mercado Halal, por exemplo, Sadia apresentou novos produtos das linhas Easy&Juicy e Broasted Chicken, enquanto a marca Banvit ampliou seu portfólio de empanados com a linha Crispy Chicken. Na China, a tulipa de frango in natura da Sadia chegou às gôndolas, com a nova identidade visual.
No centro da estratégia
Na agenda ESG, a BRF assumiu compromisso de se tornar Net Zero até 2040, meta que tem como objetivo reduzir as emissões de gases de efeito estufa em toda a cadeia e neutralizar emissões residuais. A Companhia também aderiu ao Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), reforçando os compromissos com as boas práticas ambientais, sociais e de governança. Junto com outras empresas multinacionais e brasileiras, a BRF é sócia-fundadora do MOVER, Movimento pela Equidade Racial. A iniciativa tem por objetivo atuar na redução do cenário da desigualdade racial no Brasil, gerando novas posições de liderança e oportunidades para negros. Por todas as ações realizadas, a empresa foi reconhecida como um dos destaques da indústria de alimentos na pesquisa Monitor Empresarial de Reputação Corporativa sobre Responsabilidade ESG Setorial, da Merco Consultoria.