O câncer é uma doença que, há séculos, assola a humanidade e, mesmo com grandes avanços científicos, ainda desafia a medicina. O que a ciência já sabe sobre os diferentes tipos de câncer e a busca por novos tratamentos são temas do documentário francês “Câncer — Os Novos Pioneiros”, que estreia no Brasil através do Curta! e pode ser visto também no Curta!On, o streaming do canal no NOW/NET e no curtaon.com.br. Dirigido por Marie-Pierre Jaury, o filme traz diferentes perspectivas que ajudam a entender o desenvolvimento dos tumores que matam 8 milhões de pessoas por ano – quase o dobro das mortes por Covid-19 registradas desde o início da pandemia.
O documentário traz depoimentos de médicos e outros especialistas, que explicam a formação de um câncer — através de um crescimento celular descontrolado — e apresentam um histórico dos tratamentos utilizados desde o século XIX – das primeiras cirurgias à quimioterapia, passando pela radioterapia. Em sua maioria, os entrevistados dizem que ainda há muito o que entender sobre a doença. “Não sabemos por que um determinado tumor responde especificamente a tal agente (…). Houve avanços, mas não entendemos necessariamente por que fizemos esses avanços”, afirma o oncologista Fabien Calvo, diretor do Instituto Nacional do Câncer da França.
O filme aborda, ainda, a teoria antiga do médico e fisiologista Otto Warburg, vencedor do Prêmio Nobel em 1931. Segundo ele, a chave para entender o câncer estava em seu metabolismo. Deixada de lado por mais de 50 anos, alguns estudiosos reconhecem agora que a teoria pode ser fundamental para novos avanços no tratamento de tumores.
Partindo dessa abordagem, médicos e membros da indústria farmacêutica comentam sobre o desenvolvimento de pesquisas e tratamentos experimentais promissores, e acreditam que podem estar diante de um novo caminho a ser traçado, para além das investigações genéticas. Porém, reconhecem que ainda estão distantes de desvendar todos os mistérios do câncer: “Meu objetivo seria o de reduzir os incidentes o quanto puder (…) para prolongar a vida ao máximo”, conclui a oncologista Pamela Goodwin, do Lunenfeld-Tanenbaum Research Institute, do Canadá. A estreia é na Sexta da Sociedade, 10 de setembro, às 23h.