Na evolução de receitas totais na série A do futebol brasileiro em 2021, o Atlético MG se destaca. O crescimento de 228% no volume de receitas foi o maior entre os clubes, passou de R$154 milhões em 2020 para R$506 milhões em 2021. Apesar do destaque do clube mineiro em terceiro lugar no ranking das maiores receitas, a distância para os primeiros colocados ainda é grande: Flamengo (R$ 1.054 milhões) e Palmeiras (R$ 911 milhões) ocupam as primeiras posições. Esses times concentram quase 1/3 das receitas dos clubes da série A. Além disso, juntos superam as receitas somadas de Atlético MG, Corinthians (R$503 milhões), Grêmio e São Paulo (ambos com R$465 milhões cada) e Internacional (R$382 milhões).
Os dados são do Relatório Convocados XP: Finanças, História e Mercado do Futebol Brasileiro em 2021. O documento elaborado pela XP em parceria com a consultoria Convocados traz um raio-x do futebol brasileiro com informações inéditas sobre as finanças dos clubes, características dos torcedores e o mercado consumidor de futebol no Brasil. Segundo o estudo, o Flamengo apresentou crescimento expressivo em publicidade, já as conquistas do Palmeiras com as duas Libertadores e a Copa do Brasil 2020 explicam o forte impacto nas receitas, e o Atlético MG com as premiações pelos títulos Brasileiro e da Copa do Brasil, além de semifinal de Libertadores.
No geral, a receita de clubes da série A do futebol brasileiro foi de R$6,6 bi em 2021, crescimento de apenas 1% nos últimos 3 anos. Os dados mostram que a composição das receitas totais dos clubes da Série A foi formada por Direitos de Transmissão (R$ 3,4 bilhões); Publicidade (R$ 1,06 bilhão); Negociação de Atletas (R$ 1,15 bilhão), Bilheteria (R$ 435 milhões) e outros (R$ 430 milhões). A fatia dos Direitos de Transmissão em 2021 sofreu um impacto das finais da Copa do Brasil e Libertadores de 2020, pagas em 2021, além do acúmulo de dois Mundiais e da premiação do Campeonato Brasileiro.
“O crescimento da receita em 2021 ainda que pequeno, é uma boa notícia, mas também um sinal de alerta aos clubes: as receitas com negociação de atletas estão mudando e serão cada vez menos uma tábua de salvação para clubes em dificuldades”, comenta Cesar Grafietti, sócio da consultoria Convocados. “Estamos vendo surgir novas fontes potenciais de receitas, como produção de conteúdo, apostas, games, dentre outros. Mais do que nunca, novas alternativas de relacionamento com um torcedor que quer estar mais próximo será vital para os clubes no longo prazo, considerando um crescimento marginal de receitas previsto até 2024”, completa Grafietti.
De acordo com o levantamento, ainda, a negociação de jogadores é a segunda principal fonte de receitas dos clubes, representa cerca de 18% do total. No entanto, as negociações de atletas que ultrapassam 25% das receitas denotam dependência de algo incerto e, as que ficam abaixo de 10% podem revelar problemas na formação de atletas de interesse externo. A principal fonte de receitas é dos Direitos de Transmissão com 53% do total; Publicidade e Marketing atingiram 16% do total, passando de 1,4% do investimento publicitário no Brasil em 2020 para 2% em 2021