O governo federal anunciou nesta segunda-feira (16) que o Brasil não terá horário de verão neste ano. A decisão foi confirmada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após uma reunião com representantes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). De acordo com o ministro, a atual situação energética do país garante que não há necessidade de adotar a medida para o verão de 2024.
“Chegamos à conclusão de que não há necessidade de decretação do horário de verão para este período”, afirmou Silveira em coletiva de imprensa na sede do ministério, em Brasília. No entanto, ele destacou que a medida poderá ser reavaliada no futuro, conforme as condições energéticas do país evoluírem, especialmente para o verão de 2025/2026.
Silveira defendeu que o horário de verão é uma política válida em determinadas circunstâncias, especialmente em momentos de crise energética ou com foco em impulsionar setores da economia. “Esta política deve sempre ser considerada, e sua adoção não deve ser apenas fruto de uma avaliação política ou dogmática”, explicou o ministro.
Contexto energético
O horário de verão foi instituído pela primeira vez no Brasil em 1931 e passou a ser adotado de forma sistemática a partir de 1985, com o objetivo de reduzir o consumo de energia elétrica, aproveitando melhor a luz natural. No entanto, em 2019, durante o governo Bolsonaro, a medida foi suspensa, sob o argumento de que mudanças nos hábitos de consumo da população haviam diminuído sua eficácia.
Embora o governo tenha considerado a possibilidade de retomar a medida este ano devido à pior seca registrada no país, Silveira informou que o cenário hídrico está se recuperando gradualmente. “Graças ao planejamento, nossos reservatórios estão com níveis de resiliência que garantem tranquilidade para o verão de 2024”, disse o ministro.
Pesquisas indicam divisão de opiniões
Apesar da decisão, a população brasileira segue dividida sobre a volta do horário de verão. Uma pesquisa do Datafolha divulgada recentemente aponta que 47% dos entrevistados são favoráveis à medida, enquanto outros 47% são contrários, e 6% se dizem indiferentes.
Outro levantamento, realizado pelo portal Reclame Aqui em parceria com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), mostrou que 54,9% da população apoia o retorno do horário de verão. O apoio à medida é visto principalmente em setores que se beneficiam do maior aproveitamento do período diurno, como turismo, bares e restaurantes.
Expectativa para os próximos anos
O governo federal deve continuar monitorando a situação energética do país para decidir se o horário de verão voltará a ser adotado em 2025. “É importante mantermos essa política como uma possibilidade em nossos debates futuros, principalmente em momentos de crise ou necessidade econômica”, concluiu Alexandre Silveira.
Com essa decisão, o Brasil terá mais um verão sem a mudança no relógio, algo que, para muitos, já se tornou um hábito, mas que ainda gera discussões sobre seus benefícios e desvantagens.
CidadeMarketing com informações da Agência Brasil.