A proposta de revitalização do Largo da Batata, em São Paulo, liderada pela PepsiCo, esteve no centro das atenções nas últimas semanas. A Prefeitura de São Paulo anunciou a suspensão do projeto para permitir uma análise detalhada pela Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), buscando garantir que todas as normas urbanísticas sejam respeitadas. Inicialmente, o plano previa melhorias significativas no espaço público, mas a associação do projeto com a marca Ruffles gerou polêmicas e questionamentos sobre a preservação do patrimônio urbano e cultural.
Em nota oficial, a PepsiCo esclareceu que o projeto, firmado por meio de um termo de cooperação e doação com a Subprefeitura de Pinheiros, não visava a mudança do nome do Largo da Batata, conhecido popularmente como “naming rights”. Segundo a empresa, a iniciativa tinha como objetivo promover melhorias estruturais no local, incluindo a revitalização de canteiros, instalação de novos mobiliários urbanos e a recuperação de jardins, sem incorrer em irregularidades legais.
“A PepsiCo esclarece que o projeto de revitalização do Largo da Batata prevê melhorias e benfeitorias para o espaço público, como revitalização dos canteiros, mobiliário e jardins. Trata-se de um termo de cooperação e doação, sem necessidade de licitação, que cumpriu todos os trâmites legais e que não incorreu em nenhuma irregularidade. A companhia reitera que seguiu todas as diretrizes do processo administrativo com a SubPrefeitura de Pinheiros e que a iniciativa não contempla a mudança do nome do Largo da Batata (naming rights). A PepsiCo aguarda a avaliação dos demais órgãos competentes ligados à Prefeitura para definir a continuidade da ação”, destacou a empresa.
A polêmica ganhou força nas redes sociais, onde internautas expressaram preocupação com a possibilidade de descaracterização do espaço histórico e cultural. Comentários como “Deixem o Largo da Batata em paz!” e memes criticando a proposta viralizaram, alimentando debates sobre o uso de áreas públicas para ações de marketing corporativo.
A Prefeitura de São Paulo justificou o cancelamento do termo de cooperação, informando que a decisão foi necessária para permitir que a Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU) avaliasse a proposta de comunicação visual vinculada ao projeto. “A decisão de tornar o termo assinado sem efeito nesta quinta-feira foi necessária para que a Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU) se manifeste a respeito da proposta de comunicação visual do parceiro para o espaço”, informou o Executivo municipal em nota.
O caso do Largo da Batata levanta discussões sobre o equilíbrio entre iniciativas privadas e a preservação de espaços públicos. Projetos de revitalização podem trazer melhorias significativas, mas, quando associados a marcas, demandam transparência e diálogo com a comunidade para evitar conflitos de interesse e garantir o respeito às identidades locais.