O Ministério da Justiça publicou nesta sexta-feira (27/12), no Diário Oficial da União, a atualização da classificação indicativa das icônicas séries mexicanas “Chaves” e “Chapolin”, exibidas atualmente pelo SBT. A mudança reflete preocupações com elementos de conteúdo como drogas lícitas e violência.
De acordo com o documento, “Chaves” passa a ser recomendado para maiores de 10 anos por conter “drogas lícitas e violência fantasiosa”, enquanto “Chapolin” recebeu uma classificação mais restritiva, sendo indicado para maiores de 12 anos devido à presença de “drogas lícitas e violência”.
O Ministério também recomendou que “Chapolin” seja transmitido apenas após as 20h na TV aberta. No entanto, o programa já é exibido às 22h pelo SBT, enquanto “Chaves”, que está na faixa das 20h45, mantém sua programação regular, sendo uma das principais audiências da emissora.
Embora a classificação indicativa seja de responsabilidade do Ministério da Justiça, a decisão sobre os horários de exibição é apenas orientativa. Desde 2016, uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) garantiu às emissoras de TV o direito de decidir livremente a programação, mesmo quando esta não segue as recomendações da classificação indicativa.
O retorno das produções de Roberto Gómez Bolaños (1929-2014) à grade do SBT em dezembro foi muito aguardado pelos fãs, após um hiato de quatro anos causado por disputas envolvendo direitos autorais que interromperam a transmissão em diversos países.
Criadas nos anos 1970, “Chaves” (1972) e “Chapolin” (1973) tornaram-se fenômenos de audiência ao mesclar humor ingênuo e situações fantasiosas. Contudo, elementos como violência cômica e representações de consumo de substâncias lícitas motivaram o ajuste na classificação, destacando o cuidado em proteger o público infantojuvenil.
Apesar das mudanças, as séries continuam sendo um marco cultural, atraindo novos espectadores e cativando gerações que cresceram acompanhando as aventuras do garoto órfão da vila e do atrapalhado herói de uniforme vermelho.