A Kibon trouxe de volta a promoção “Palito Premiado”, despertando a nostalgia de consumidores que, nos anos 1990 e 2000, aguardavam ansiosamente a chance de encontrar um palito premiado ao consumir os picolés da marca. Na época, a campanha fez grande sucesso, envolvendo famílias inteiras e marcando a memória afetiva dos brasileiros. No entanto, a nova edição da promoção gerou polêmica, levantando questionamentos sobre suas regras e alcance.
Campanha da Kibon de 2005 com abrangência nacional e distribuição de 3 milhões de palitos premiados.
Confira os principais pontos de discussão:
1) Promoção restrita ao litoral paulista
Ao contrário das edições passadas, que abrangiam todo o Brasil e contavam com ampla divulgação na televisão, a versão atual da promoção é limitada ao litoral de São Paulo. As regiões contempladas incluem Ubatuba, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Bertioga, Guarujá, Santos, Praia Grande, Itanhaém, Peruíbe e Ilha Comprida. A restrição geográfica foi um dos fatores que decepcionaram consumidores de outras regiões do país.
2) Probabilidade baixa de ganho
De acordo com o regulamento divulgado no site da Kibon e aprovado pelo Ministério da Fazenda, a chance de encontrar um palito premiado é de 1 em 198. O lote promocional terá 9,9 milhões de picolés, sendo apenas 50 mil unidades do Fruttare premiadas. Essa probabilidade foi comparada à Lotomania, que oferece 1 chance em 112 de acerto total, tornando o sorteio menos acessível do que muitos consumidores esperavam.
3) Baixa proporção de prêmios em relação ao faturamento
Se todos os picolés da promoção forem comercializados, a Kibon pode faturar R$ 89,1 milhões (9,9 milhões de unidades vendidas a R$ 9,00 cada). Em contrapartida, o valor total dos prêmios distribuídos será de apenas R$ 450 mil, representando cerca de 0,5% do valor arrecadado. Apesar dos investimentos em publicidade, identidade visual, treinamento e outros custos operacionais, a proporção entre faturamento e premiação gerou críticas por parte do público.
4) Exclusividade para sorveteiros de praia
Outro ponto de crítica é que a promoção estará disponível apenas entre os dias 15/01/2025 e 16/03/2025 e restrita a sorveteiros com carrinhos nas praias do litoral paulista. Isso significa que consumidores de outras localidades e aqueles que compram picolés da marca em supermercados e outros pontos de venda não poderão participar.
As polêmicas em torno da nova versão do “Palito Premiado” repercutiram amplamente em veículos especializados em economia, marketing e negócios. Comparada à versão clássica da promoção dos anos 1990 e 2000, a atual edição foi vista como uma estratégia mais restritiva e menos inclusiva. Muitos consumidores, que guardavam boas memórias da campanha original, expressaram insatisfação nas redes sociais, destacando o distanciamento entre a nova promoção e a experiência nostálgica que marcou gerações.
O CidadeMarketing entrou em contato com a marca Kibon para esclarecer alguns pontos sobre a nova edição da promoção Palito Premiado. Confira os questionamentos enviados:
- Nas redes sociais, muitos fãs da marca questionam o fato de a promoção estar segmentada apenas para São Paulo. A Kibon tem planos de ampliar o alcance geográfico da ação para outras regiões ou até mesmo para todo o Brasil?
- A marca realizou algum estudo estatístico sobre a probabilidade de um consumidor ser premiado? Se sim, poderiam compartilhar esses números?
- Quantos palitos premiados são distribuídos por dia nas praias participantes em São Paulo? E qual a proporção de picolés sem premiação em comparação com os palitos premiados que cada vendedor carrega diariamente? Além disso, quantos vendedores credenciados estão atuando por dia na região da promoção?
- Qual é o público-alvo da Kibon nessa ação? A promoção busca atrair uma nova geração que ainda não vivenciou o sucesso desta campanha ou pretende resgatar a conexão com a geração anterior que já teve essa experiência?
A Kibon respondeu a alguns questionamentos, enquanto deixou outros sem esclarecimento. A marca informou que a promoção foi registrada junto à Secretaria de Prêmios e Apostas, com a distribuição inicial de 50.000 picolés premiados. No entanto, a empresa afirmou que existe a possibilidade de dobrar esse número ainda neste verão, mediante aprovação das autoridades responsáveis. Além disso, a marca revelou que estuda expandir a ação para outras regiões do Brasil.
Confira a nota completa enviada pela Kibon:
“Com o objetivo de criar e resgatar momentos de conexão com os consumidores, a Kibon celebra o retorno da icônica Promoção Palito Premiado. Esta edição acontece exclusivamente por meio dos carrinhos de sorvete da marca, distribuídos nas praias do litoral de São Paulo (Santos, Guarujá, Praia Grande, Bertioga, São Sebastião, entre outras). Para o futuro, a marca estuda a expansão desta ação tão querida e aguardada para outras regiões do país. A Kibon reforça que foram registrados junto à Secretaria de Prêmios e Apostas a quantidade de 50.000 picolés premiados. Porém, existe a possibilidade deste número dobrar ainda neste verão, mediante aprovação das autoridades responsáveis. Considerando a quantidade de prêmios distribuídos e as vendas concentradas nas praias de São Paulo, as chances estimadas de ganhar um palito premiado são de 1 em cada 5 palitos.”
Diante da repercussão no mercado, resta saber se a Kibon fará ajustes na campanha ou se manterá o formato atual, apostando apenas na exclusividade regional e na alta demanda dos veranistas do litoral paulista.