Início Notícias Inflação no Café da Manhã: Preço do café e dos ovos dispara...

Inflação no Café da Manhã: Preço do café e dos ovos dispara no Brasil

Os consumidores buscam alternativas para equilibrar o consumo de alimentos que fazem parte da identidade cultural dos brasileiros.

0
O café Maratá, na embalagem de 500 gramas, pode ser encontrado por quase R$ 40. Foto: Thales Brandão
Anuncie no CidadeMarketing Anuncie no CidadeMarketing

Tomar um café acompanhado de ovos no café da manhã é um hábito enraizado na cultura alimentar dos brasileiros. No entanto, essa tradição tem se tornado cada vez mais cara devido à inflação dos alimentos. A combinação de fatores climáticos extremos, oscilações cambiais e o poder de mercado dos grandes produtores tem impulsionado o aumento dos preços do café e dos ovos, impactando diretamente o bolso dos consumidores.

Os consumidores têm buscado alternativas, como a compra de ovos caipiras diretamente de produtores familiares. Foto: Thales Brandão

O café é uma das bebidas mais consumidas no Brasil e no mundo, estando presente diariamente na rotina de milhões de pessoas. No entanto, o preço do produto tem disparado devido a uma prolongada seca que afetou a safra de 2025. A falta de chuvas reduziu significativamente a oferta, pressionando os preços no mercado.

Além das adversidades climáticas, a irrigação, que poderia minimizar os danos, é uma alternativa cara e muitas vezes inviável devido à escassez de água. Essa realidade tem afetado tanto os pequenos quanto os grandes produtores, limitando a produção e elevando os custos repassados ao consumidor final.

Até novembro, os principais importadores do café brasileiro foram os Estados Unidos (7,419 milhões de sacas, ou 16% do total), Alemanha (7,228 milhões), Bélgica (4,070 milhões), Itália (3,702 milhões) e Japão (2,053 milhões). O volume exportado para o Japão apresentou uma leve queda de 0,3% em relação ao mesmo período de 2023. A espécie de café mais exportada continua sendo a arábica, com mais de 33,97 milhões de sacas enviadas ao exterior em 2024.

Os ovos também sofreram uma expressiva alta de preço, impulsionada pelo calor extremo que atinge diversas regiões do Brasil, com temperaturas chegando aos 40°C e sensação térmica ainda maior. As aves são altamente sensíveis ao calor, o que impacta diretamente sua produtividade. Em condições climáticas adversas, elas consomem menos alimento, produzem menos ovos e algumas não resistem, elevando a taxa de mortalidade.

Outro fator que tem pressionado o preço dos ovos é o aumento expressivo no custo da ração para as galinhas. Como resultado, os produtores repassam esses custos ao consumidor final. Em cidades menores, grandes fornecedores controlam o mercado, distribuindo para quitandas, pequenos mercados e padarias a preços elevados, sem margem para concorrência.

Em Sergipe, por exemplo, uma cartela com 30 ovos vermelhos varia entre R$ 25 e R$ 35, enquanto o café torrado e moído de 500 gramas pode custar de R$ 24 a R$ 40. Marcas tradicionais e renomadas no mercado, como a Nescafé, chegam a vender um pote de 100g de café por R$ 22,19.

Os preços do café de marcas renomadas tendem a ser ainda mais elevados. Foto: Thales Brandão

Com essa alta, consumidores buscam alternativas, recorrendo a produtores familiares que criam galinhas soltas em quintais e vendem ovos caipiras, conhecidos no Nordeste como “ovos de capoeira”. Muitos desses produtores caseiros conseguem oferecer preços mais acessíveis do que os praticados no comércio formal.

Segundo a Agência Brasil, a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) prevê que a safra deste ano, cuja colheita começa em abril, contribua para a estabilização dos preços. O setor também tem grandes expectativas para a safra de 2025, que pode superar o recorde de 2020, ampliando a oferta e reduzindo os preços do café. No entanto, até que isso se concretize, os consumidores ainda devem sentir no bolso os efeitos da alta, já que a indústria ainda precisa repassar os custos elevados da produção.

Diante desse cenário, a inflação no café da manhã do brasileiro deve continuar a ser um desafio nos próximos meses. As condições climáticas e os custos de produção indicam que os preços podem permanecer elevados. Enquanto isso, consumidores buscam alternativas para driblar a alta dos preços, seja comprando diretamente de pequenos produtores ou reduzindo o consumo desses itens tão presentes na cultura alimentar do Brasil.

Anúncio Notícia #4 Anuncie no CidadeMarketing Anuncie no CidadeMarketing

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui