O Ibovespa (IBOV) abriu a semana em forte queda nesta segunda-feira (7), sucumbindo ao crescente temor dos investidores em relação à intensificação da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Por volta das 11h (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira recuava expressivos 2,51%, atingindo os 124.056,92 pontos.
O movimento negativo no mercado acionário doméstico acompanhava a aversão ao risco global, desencadeada pela retaliação chinesa às novas tarifas impostas pelo governo americano, liderado por Donald Trump. A perspectiva de uma recessão global, alimentada pela escalada das tensões comerciais, também impulsionava a alta do dólar frente ao real.
A moeda americana demonstrava sua força em meio ao turbilhão nos mercados internacionais. Nas primeiras negociações do dia, o dólar à vista registrava alta de 0,80% frente ao real, cotado a R$ 5,9020 por volta das 11h (horário de Brasília). A valorização da divisa estadunidense refletia a busca por segurança dos investidores, que preferem se refugiar em ativos considerados mais estáveis em momentos de incerteza econômica global.
O epicentro do impacto da guerra comercial se concentrou na Ásia, com a bolsa de Hong Kong sofrendo sua maior queda diária desde a crise financeira asiática de 1997. O índice Hang Seng despencou impressionantes 13,22%, arrastado para baixo por uma ampla gama de setores, incluindo tecnologia, energia solar, bancos e varejo online. A venda generalizada de ativos ligados ao crescimento e ao comércio global demonstrou o profundo temor dos investidores com as consequências da disputa entre as duas maiores economias do mundo.
A retaliação da China, com a imposição de suas próprias tarifas sobre produtos americanos em resposta às taxas de Trump, intensificou a turbulência nos mercados e elevou o risco de uma guerra comercial prolongada e danosa para a economia global. O temor de um impacto negativo no crescimento e nas cadeias de suprimentos globais tem levado investidores a liquidarem posições em ativos de risco, como ações de mercados emergentes, incluindo o Brasil.
O Ibovespa, sensível ao cenário internacional e ao fluxo de capital estrangeiro, não conseguiu se desvencilhar da onda de pessimismo. A forte queda no mercado acionário brasileiro nesta segunda-feira serve como um alerta para os potenciais impactos da crescente disputa comercial entre EUA e China na economia doméstica. Analistas acompanham de perto os desdobramentos do conflito, buscando avaliar os riscos e as oportunidades para os investidores em meio a este cenário de elevada incerteza.