A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo atingiu um novo patamar de intensidade nesta quinta-feira (10), com a Casa Branca confirmando que as tarifas totais aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos importados da China alcançaram a marca impressionante de 145%. A escalada vertiginosa nas taxas tarifárias, iniciada em fevereiro, ilustra a crescente hostilidade nas relações comerciais entre Washington e Pequim.
Para entender a trajetória que levou a essa taxação recorde, detalhamos a sequência de eventos que culminaram nesse cenário de forte protecionismo:
Fevereiro: Primeira elevação impõe taxa de 20%
No início de fevereiro, os Estados Unidos deram o primeiro passo na intensificação das tarifas, adicionando uma taxa extra de 10% sobre as importações chinesas. Essa nova cobrança se somou à tarifa de 10% que já estava em vigor, elevando a taxação total sobre os produtos vindos da China para 20%.
2 de Abril: “Tarifas Recíprocas” elevam a alíquota para 54%
Na quarta-feira da semana passada, 2 de abril, o governo Trump anunciou seu plano de “tarifas recíprocas”, uma estratégia que visava equiparar as taxas impostas pelos EUA às tarifas cobradas por outros países. Como parte desse plano, uma taxa adicional de 34% foi aplicada sobre as importações chinesas, elevando a alíquota total sobre os produtos do país asiático para 54%.
Retaliação chinesa e nova taxa americana de 50%: tarifa chega a 104%
A resposta da China não tardou. Em retaliação às tarifas americanas, Pequim impôs suas próprias taxas de 34% sobre produtos importados dos Estados Unidos. Diante dessa reação, a Casa Branca anunciou uma nova elevação nas tarifas sobre as importações chinesas, adicionando mais 50%. Com esse aumento, a taxação total sobre os produtos chineses que ingressavam nos EUA atingiu o patamar de 104%.
China eleva tarifa para 84% e EUA responde com taxa de 125% (total de 145%)
O último capítulo dessa escalada tarifária foi deflagrado com o anúncio de que a China planejava elevar suas taxas sobre produtos norte-americanos para 84%. Em resposta imediata, o governo Trump decidiu aumentar ainda mais a “tarifa recíproca” contra os produtos chineses, elevando-a para 125%. Esse novo valor foi somado aos 20% que já eram aplicados antes de abril, resultando na taxa final de 145% sobre as importações chinesas que vigorará a partir de agora.
A sequência de aumentos tarifários em um curto período de tempo demonstra a crescente animosidade e a disposição de ambos os países em utilizar as tarifas como arma de negociação. As consequências dessa guerra comercial intensificada são motivo de grande preocupação para a economia global, com potenciais impactos negativos no comércio internacional, nas cadeias de suprimentos e nos preços de bens e serviços para os consumidores em todo o mundo. A elevação da taxação para 145% sinaliza um cenário de incerteza e potenciais rupturas nas relações comerciais entre os dois países.
