Hoje é inquestionável a busca das empresas por profissionais que, além de bem qualificados para executar suas funções, sejam também criativos. Todos nós nascemos criativos, mas a vida acaba nos impondo restrições que nos obrigam a aprender a pensar sempre de um mesmo jeito, sempre alinhado com o que as pessoas pensam. Isso é extremamente normal, pois caso contrário nem sequer seriamos aceitos socialmente. O problema é que quando nos acostumamos a pensar sempre do mesmo jeito e sempre buscando a concordância dos outros, acabamos matando nossa capacidade de pensar diferente e, consequentemente, nossa capacidade criativa. Dá para mudar isso? Com certeza, mas exige um certo esforço cujos resultados não vêm de uma hora para outra e nem de uma vez só. A seguir passo algumas dicas para você melhorar sua capacidade de pensar diferente e gerar inovações.
Desafie as regras – Todos nós, sem exceção, somos doutrinados a seguir regras desde a infância. ‘Não faça isso’, ‘Não suba aí’, ‘Isso é errado’, ‘As pessoas não fazem assim’. Cada ‘não’ que ouvimos é um tijolo que colocamos em paredes que formam ‘caixas’ que nos cercam, nos protegem e permitem que sejamos aceitos socialmente. Ao chegarmos à idade adulta, o fato de estarmos encerrados nestas caixas do pensamento impedem que visualizemos uma realidade fora deste mundo de regras. Existe um jargão típico entre os consultores de criatividade que é ‘Pensar fora da caixa’, que na verdade, nada mais é que desafiar estas mesmas regras que nos podam o pensamento inovador e imaginar como ficaria cada situação se não houvesse regras, se não estivessemos presos aos paradigmas sociais e legais que formam os paradigmas do que é ‘certo fazer’, do que é correto e aceito pelas pessoas. Pensar fora da caixa é criar situações em que você possa se desvencilhar das convenções e normas e elevar o pensamento para encontrar soluções inovadoras e criativas.
Dê um ‘toc’ na cuca – Muitas vezes precisamos que alguma coisa aconteça em nossas vidas para que saiamos do marasmo da rotina e impulsionemos nossa mente para explorar todas as possibilidades para lidar com situações adversas. Um ‘toc’ na cuca pode ser dado por uma demissão, a perda de um parente próximo, uma viagem inesperada, um assalto, ou uma coisa positiva também, como uma promoção, um elogio vindo de alguém que você não esperava, regando o jardim. A revista Você S.A. publicou uma vez uma parábola que contava como dois monges foram bem recebidos por uma humilde família que repartiu o pouco que tinha para recebê-los e ofereceu sua casa para o pernoite. Ao saber que tudo que eles tinham era graças a uma vaca que lhes dava leite para beber e vender, o monge mais idoso ordenou seu colega que empurrasse a vaca penhasco abaixo no meio da madrugada. Sem entender, o jovem monge obedeceu. Na manhã seguinte, bem cedo, antes de todos acordarem, eles se foram. Depois de alguns anos, o jovem monge fez o caminho novamente e quis matar a curiosidade sobre o fim que levou aquela família. Qual não foi a sua surpresa ao descobrir que no lugar do casebre havia uma boa casa, crianças saudáveis brincavam no jardim e tudo estava bem cuidado e com sinais de prosperidade. Ao indagar o dono da casa, ele descobriu que sua vida mudou depois que sua vaca morreu. Ele e a família foram obrigados a buscar outro meio de sobreviver e então descobriram tudo o que eles poderiam fazer e assim reverteram suas vidas miseráveis. Tudo graças à morte da vaca que os sustentava. Você se lembra da frase: ‘A necessidade é a mãe da invenção’?
Divirta-se – Bem, se a necessidade é a mãe da invenção, o divertimento é o pai dela. Minhas melhores idéias surgem quando estou brincando com meus filhos, ou a partir da segunda cerveja com os amigos. Os momentos de descontração aliviam a mente para navegar solta, com as defesas abaixadas, sem bloqueios e sem a preocupação com as exigências e normas a serem seguidas. Na verdade, você não precisa necessariamente se divertir, basta se distrair. O importante é sair do contexto da situação que você está precisando resolver. Se alguém te perguntar qual é o momento em que você mais precisa ser criativo, com certeza, as principais respostas seriam algo como: ‘Quando tenho um problema para resolver’, ‘Quando tenho uma necessidade para atender’ ou ‘Quando o prazo está se esgotando’. Mas, se te perguntarem qual é o momento que as respostas vêm com mais facilidade, as respostas passam para algo como: ‘Quando estou fazendo alguma coisa não relacionada com o problema’, ‘Quando estou só me distraindo’ ou ‘Quando estou relaxado’.
Anote tudo – Talvez você não se dê conta, mas nossa mente trabalha o tempo todo, nunca tira folga, e, justamente nos momentos de descontração ou que se está fora do problema é que ele pode encontrar uma grande solução. Se você estiver focado no problema, com certeza se lembrará da solução depois de algum tempo. Só que nestes momentos, idéias espontâneas surgem, aparentemente do nada, e lamentavelmente a maioria é descartada antes de tomar forma, simplesmente porque forçamos a mente a focar no que é preciso pensar naquele momento. Como o lado direito do cérebro não sabe respeitar regras, ele insiste em levar seu dono para viajar nos momentos mais impróprios. Não restrinja sua mente de dar as suas viajadas ocasionalmente. Tenha sempre em mão papel e caneta para anotar qualquer coisa nova que surja. Depois, ao reler, pode ser que você simplesmente dê algumas risadas e jogue o papel fora, mas pode ser que ela venha a se tornar uma grande sacada para o seu negócio, sua vida ou seu trabalho.