Pelo menos oito tópicos constituem o protocolo de intenções entre a Universidade de Brasília e o Banco do Brasil (BB). Assinado nesta terça-feira (30), o documento estabelece um programa de mútua cooperação técnica e intercâmbio acadêmico, científico e cultural.
A solenidade de formalização do acordo aconteceu na sede do Banco do Brasil e contou com a participação de representantes de ambas as instituições. O protocolo foi assinado pela reitora Márcia Abrahão e pela diretora do Parque Científico e Tecnológico (PCTec) da UnB, Renata Aquino de Souza, bem como pelo diretor do BB, Gustavo de Souza Fosse, e pelo diretor de Gestão de Risco, Gerson Eduardo de Oliveira.
“Estamos entusiasmados com mais essa parceria firmada. O Banco do Brasil sempre tem novas soluções para os clientes e está buscando inovar cada vez mais. É importante que a sociedade entenda o papel das universidades públicas brasileiras, que respondem por mais de 90% da produção científica do Brasil”, expressou Márcia Abrahão.
Para o diretor do BB, Gustavo Fosse, esse é um momento especial. Após um ano de tratativas, o acordo também é o primeiro do Banco com uma instituição de ensino superior. “Sem essa aproximação da academia não será possível avançar. O BB sempre esteve na vanguarda da tecnologia, mas isso tem sido cada vez mais difícil pelo volume e, sobretudo, pela velocidade com que as novidades chegam.”
Em suas palavras, o acordo, que não prevê repasse financeiro direto entre as instituições, agrega um valor que não é possível tangenciar, uma vez que tem grande potencial para expandir projetos e iniciativas afins. “Nosso público está mais exigente, privilegiando o autosserviço em detrimento do atendimento presencial. A empresa que não tiver ciência de dados está fadada ao insucesso”, destacou.
Ex-aluno da UnB, Gerson de Oliveira afirmou que, no âmbito da Diretoria de Gestão de Riscos, não basta confiar nos métodos tradicionais, “é preciso avançar também em dados não estruturados e levantar pesquisas aplicadas”. Para ele, isso significa alavancar a capacidade de trabalhar com perdas operacionais.
PARCERIA PROMISSORA – Com prazo inicial de cinco anos, foram definidos ao todo oito ações de atuação prioritárias, que podem ser ampliadas de acordo com a necessidade e interesse das instituições. Pode-se destacar a construção de programas de pesquisas e projetos de extensão; a elaboração de desafios e desenvolvimento de protótipos relacionados à Tecnologia da Informação (TI); a criação de espaço físico colaborativo com foco em inovação, aberto à sociedade; a imersão de profissionais e estudantes em áreas de interesse comum; a permuta de material bibliográfico, equipamentos, recursos de ensino e de treinamento.
A ideia é que, para cada tópico, sejam definidos os detalhes e aspectos pontuais. Para a coordenadora de Ciência, Tecnologia e Inovação do PCTec, Michele Tereza Carvalho, essa é a pedra fundamental e já está em negociação junto à Procuradoria Jurídica para formalização das primeiras ações. “Cada projeto vai ter seus próprios termos, um documento específico”, explicou.
“O objetivo é a parceria ganha-ganha. De um lado, o Banco poderá trabalhar com nossos especialistas – mais de dois mil doutores em diversas áreas –, de outro, a Universidade poderá mostrar sua capacidade de colaborar com soluções de futuro para o país”, definiu a diretora do PCTec, Renata Aquino.
Mediado pelo PCTec, o acordo mobilizará diferentes unidades da UnB, relacionadas ao ecossistema de inovação da Universidade, visando catalisar o máximo de ações possíveis. Portanto, a inovação e a tecnologia estão em destaque no protocolo, que poderá contemplar áreas diversas. “Exatas, Tecnológicas, Ciência da Informação, Economia, Design, Psicologia, Sociologia, até mesmo Línguas, em função de a inteligência artificial ser também uma forma de linguagem”, menciona Renata.
PRIMEIROS PROJETOS – O projeto Victor é o primeiro acordo a ser negociado entre o Banco do Brasil e a Faculdade de Direito. Trata-se de uma ferramenta de inteligência artificial, implantada pela UnB em parceria com o Supremo Tribunal Federal, que separa e classifica as peças do processo judicial e identifica os principais temas de repercussão geral. A ideia é adaptar a iniciativa para as demandas do Banco.
Outra ação que também já está em discussão é o Observatório de Tecnologias Emergentes. “Vai funcionar como um living lab (laboratório vivo), uma área onde se pretende desenvolver encontros para que as ideias e tecnologias possam ser divulgadas”, explica Renata. O observatório contará com uma plataforma virtual, que também pode incluir dimensões relacionadas às tecnologias sociais e à questão da sustentabilidade.
DE OLHO NA JUVENTUDE – O vice-presidente do BB, Fábio Augusto Cantizani Barbosa, também esteve presente na cerimônia e apresentou aos representantes da Universidade um projeto para ser desenvolvido com jovens de todo o país. “É um desafio virtual que vem do sonho de transformar e conectar o Banco com a juventude e as tecnologias”, apontou.
Para a diretora do PCTec, trata-se de uma proposta bem visionária de disponibilizar os dados em formato de código aberto, para que os jovens possam codificar, enxergar demandas, problemas, e fazer exercícios de previsão de futuro e desenvolvimento.
O gerente de soluções da Gerência de Inovação do BB, Germano Alibio, acredita que é preciso estimular ações como essa, pois são uma forma de reter talentos no Brasil. Muitas vezes jovens promissores estudam no país, mas acabam buscando oportunidades no exterior.
Renata Aquino lembrou que recentemente a UnB participou do maior evento de tecnologia do mundo, a Campus Party, tendo sido o estande mais visitado da área Open Campus, com uma média de cinco mil pessoas por dia; também ganhou certificado de estande mais animado.
CidadeMarketing com informações da Secom UnB.