Momentos de desaceleração, recessão e crise econômica evidenciam os diversos níveis de amadorismo nos mais variados segmentos do mercado.
Nos momentos de euforia econômica os controles afrouxam e, temas como gestão, planejamento/execução e austeridade são tratados retoricamente como essenciais, mas na prática deixam de ser prioridades. O mercado está comprando? A prioridade é vender!
Porém, quando o mercado aciona o reverso… Então, os equívocos de planejamento, execução, os custos visíveis e invisíveis não tratados e a falta de austeridade – para a qual parecia não haver tempo na euforia – passam para a ordem do dia. Dá até para ouvir o jargão, não é?
É preciso fazer mais com menos!
O mundo corporativo adora simplismos.
Bem, o fato é: as vendas caíram…
Meu Deus, as vendas caíram!
Socorro, socorro, que o marketing me socorra!
Nesta hora o Marketing (cuja atuação é totalmente diferente dependendo do nível de consciência da gestão da empresa e dos profissionais contratados) é chamado com urgência para socorrer o comercial.
Sim, o mesmo comercial que nos momentos de euforia diz que o marketing só atrapalha e não sabe nada sobre o que acontece em campo.
Os bombeiros do marketing são acionados (bem como seus terceirizados, agências de propaganda, etc.) para criar o slogan mágico que, uma vez comunicado, trará de volta o nível desejado de vendas…
Detalhe: precisam fazer isto com uma verba de comunicação infinitamente menor que as anteriores e em menos da metade do tempo necessário para se produzir, em conjunto com a agência, uma boa campanha de comunicação.
Os profissionais de marketing são os que gritam agora:
– Socorro, socorro, que Deus nos socorra – agora querem milagres na empresa!
Se a gestão não encarar Comercial, Marketing e RH de maneira integrada e estratégica no auxílio à compreensão do momento atual e redesenho de tudo o que define o negócio e sua viabilização, não adianta tentar apagar incêndios maiores com menos água, até porque, não foi a falta de água que gerou o incêndio, mas não deixar os bombeiros atuarem preventivamente antes do “fogo”.
Já que grande parte do mundo corporativo gosta tanto de simplismo, vamos oferecer simplicidade (o que é bem diferente):
“Parem de tentar vender através do Marketing e permita que ele ajude seus clientes a comprar!”
Para que isto ocorra, não peça ao Marketing o milagre da multiplicação das Vendas, mas a Sabedoria de como devemos redesenhar a estratégia em novos cenários.
Deixemos os profissionais trabalharem para ajustar os enganos que os amadores permitiram que acontecessem.