As estimativas de julho do IBGE para a safra 2019 apontam para uma produção de 239,7 milhões de toneladas de grãos, um recorde da série histórica iniciada em 1975. Isso representa um aumento de 5,8% em relação ao ano passado, o equivalente a mais 13,2 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA).
O recorde anterior havia sido batido pela safra 2017, com 238,4 milhões de toneladas de grãos.
A safra 2019 deve ser puxada, principalmente, por dois novos recordes: a produção de milho, que cresceu 21,4% e deve chegar a 98,8 milhões de toneladas, e o algodão, com inéditos 6,5 milhões de toneladas.
O gerente de Agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes, explica que a segunda safra do milho foi plantada mais cedo e sofreu influências positivas do período de chuvas.
“Graças às boas condições climáticas, a produção será recorde”, diz. Para ele, os efeitos do clima são demonstrados pelos números: enquanto a produção do milho 2ª safra cresceu 31% em relação a 2018, sua área plantada teve um aumento de apenas 10,5%. “Mas a produtividade cresceu 18,5%. A chuva ajudou”, disse.
As estimativas do IBGE também apontam para uma produção de 113,2 milhões de toneladas de soja, em 2019, o que representa uma retração de 4% em relação ao ano passado. Carlos explica que era esperada uma safra recorde também para a soja.
“A área plantada da soja cresceu 2,2% em relação a 2018, um aumento de 800 mil hectares. Mas, no final de 2018, a seca fez a produtividade desta cultura cair 6%”. De fato, a estiagem atingiu estados onde a cultura da soja é importante, como o Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Bahia, o que diminuiu a produção.