A disputa política já está acirrada para as eleições de 2014. E neste ano o caldeirão irá ferver ainda mais com a possibilidade de manifestações como as que ocorreram em junho do ano passado. Sem falar na possibilidade de movimentos contra a realização da Copa do Mundo, que poderão riscar a imagem de quem tenta se reeleger, especialmente a presidente Dilma Rousseff. Está mais do que evidenciado que os conchavos e o ti ti ti pré-eleitoral se avolumam a cada dia. Os candidatos ao cargos do Executivo e Legislativo tanto no âmbito federal e estadual se atacam mutuamente e negociam quem terão ao lado na disputa em outubro.
Não será um ano fácil. Portanto, políticos: acordem. Em 2014 há um diferencial que pode ser decisivo nas urnas de todo Brasil. É a influência mais incisiva de um eleitor renovado, cidadão que está ligado 24 horas por dia e que deixou de ser convencido meramente pela tradicional propaganda eleitoral na televisão e no rádio. Trata-se do neoeleitor – o eleitor moderno, digital e que quer ser surpreendido positivamente e que, cada vez mais, deposita interesse em um “portfólio” restrito de políticos com propostas dinâmicas, visionárias e criativas.
O Brasil tem aproximadamente 130 milhões de eleitores e o acesso à rede mundial de computadores já ultrapassou os 100 milhões de brasileiros. Os números são expressivos e, por si só, já mostram a importância da web para quem deseja se eleger. Mas não é só no tamanho que a internet importa, mesmo porque nas últimas eleições já havia dezenas de milhões de pessoas plugadas em computadores. É também na nova maneira de relacionamento entre as pessoas. Hoje, não há dúvida, as tecnologias digitais acabaram com a “conversa vertical” entre candidato e eleitor.
Antes, o candidato propunha e o eleitor aceitava ou não. Hoje, o dono do voto quer muito mais. Ele se coloca em uma “conversa horizontal” com o candidato. Se o candidato propõe a construção de casas, o eleitor quer saber onde, com qual gasto, como. Se aparece uma promessa de mais qualidade na área da saúde, a preocupação de quem recebe a mensagem é saber se será com a construção de novos hospitais e na contratação de profissionais qualificados ou se é meramente uma proposta sem planejamento.
Os políticos precisam reaprender a forma de ganhar votos. Agora, devem caminhar lado a lado com o eleitor. Quem deseja ter sucesso na campanha precisa ser humilde, não somente na aparência. O eleitor conhece mais de internet do que os candidatos ou os partidos. As “marcas” políticas não podem menosprezar este conhecimento e devem apresentar novas formas de comunicação. Aquele velho processo de perfis em redes sociais nada traz de novo e só obtém êxito com quem tem predisposição a votar no candidato.
Se o político já tem bandeiras fincadas, precisa arrancá-las e mudar. Não é uma indicação, claro, para o candidato ser volátil. Mas ele precisa, sim, viver em constante movimento, precisa ser dinâmico. Se o internauta pergunta via web, precisa de uma resposta cabível, longe do padrão de “respostas prontas”. O eleitor precisa ser surpreendido.
Estão os políticos preparados para o neoeleitor? Resposta clara: a maioria não.