O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,45% em setembro, 0,22 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de agosto (0,23%) e maior resultado para um mês de setembro desde 2012, quando o IPCA-15 foi de 0,48%. O IPCA-E, que é o IPCA-15 acumulado no trimestre, foi para 0,98%, acima da taxa de 0,26% registrada em igual período de 2019. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 1,35% e, em 12 meses, de 2,65%, acima dos 2,28% registrados nos 12 meses anteriores. Em setembro de 2019, a taxa foi de 0,09%.
Período | Taxa |
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Setembro de 2020 | 0,45% |
Agosto de 2020 | 0,23% |
Setembro de 2019 | 0,09% |
IPCA-E | 0,98% |
Acumulado no ano | 1,35% |
Acumulado nos 12 meses | 2,65% |
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta em setembro. A maior variação (1,48%) e o maior impacto (0,30 p.p.) no índice vieram do grupo Alimentação e bebidas, acelerando em relação ao resultado de agosto (0,34%). Transportes teve alta de 0,83% e contribuição de 0,16 p.p.. Artigos de residência teve alta de 0,79%, apesar da desaceleração em relação ao mês anterior (0,88%). Já a contribuição negativa mais intensa no índice do mês (-0,09 p.p.) veio de Saúde e cuidados pessoais (-0,69%). Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,27% em Vestuário e a alta de 0,34% em Habitação.
Grupo | Variação Mensal (%) | Impacto (p.p.) | Variação Acumulada (%) | |||
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Julho | Agosto | Setembro | Setembro | Trimestre | 12 meses | |
Índice Geral | 0,30 | 0,23 | 0,45 | 0,45 | 0,98 | 2,65 |
Alimentação e Bebidas | -0,13 | 0,34 | 1,48 | 0,30 | 1,69 | 9,93 |
Habitação | 0,50 | 0,57 | 0,34 | 0,05 | 1,42 | 0,62 |
Artigos de Residência | 0,68 | 0,88 | 0,79 | 0,03 | 2,37 | -0,09 |
Vestuário | -0,91 | -0,63 | -0,27 | -0,01 | -1,80 | -2,18 |
Transportes | 1,11 | 0,75 | 0,83 | 0,16 | 2,71 | -0,85 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 0,40 | 0,62 | -0,69 | -0,09 | 0,33 | 2,05 |
Despesas Pessoais | -0,23 | 0,03 | 0,09 | 0,01 | -0,11 | 2,60 |
Educação | -0,07 | -3,27 | -0,11 | -0,01 | -3,44 | 1,12 |
Comunicação | 0,46 | 0,86 | 0,15 | 0,01 | 1,48 | 3,09 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
O resultado do grupo Alimentação e bebidas (1,48%) deve-se principalmente aos alimentos para consumo no domicílio, que aceleraram de 0,61% em agosto para 1,96% em setembro. A maior contribuição (0,09 p.p.) veio das carnes, com alta de 3,42%. Já a maior variação veio do tomate (22,53%), ante queda de 4,20% no mês anterior. O óleo de soja (20,33%), o arroz (9,96%) e o leite longa vida (5,59%) também subiram. Com isso, os três subitens acumulam no ano altas de 34,94%, 28,05% e 27,33%, respectivamente. No lado das quedas, os destaques foram a cebola (-19,09%), o alho (-11,90%) e a batata-inglesa (-8,20%).
A alimentação fora do domicílio passou de queda de 0,30% em agosto para alta de 0,36% em setembro. Já refeição variou 0,09%, frente à queda de 0,52% no mês anterior, o lanche acelerou para 0,89%, na comparação com agosto (0,06%).
O grupo com a segunda maior variação foi Transportes (0,83%). Os preços da gasolina (3,19%) subiram pelo terceiro mês seguido e contribuíram com o maior impacto individual (0,15 p.p.) no IPCA-15 de setembro. À exceção de Salvador (-2,66%), todas as áreas pesquisadas apresentaram alta nos preços desse combustível, entre 0,61% no Rio de Janeiro até 9,03% em Brasília. O óleo diesel (2,93%) e o etanol (1,98%) também apresentaram alta. Apenas o gás veicular recuou (-2,58%).
Ainda em Transportes, as passagens aéreas subiram 6,11%, após quatro meses consecutivos de quedas. Apesar da alta, o subitem acumula no ano queda de 55,18%.
Artigos de residência (0,79%) foi mais uma vez influenciado pelas altas nos itens TV, som e informática (2,04%) e eletrodomésticos e equipamentos (0,66%). Os preços do computador pessoal, subiram 17,99% de janeiro a setembro deste ano. O item mobiliário continua a ser o destaque entre as quedas, com recuo de 0,14%, mesma variação de agosto.
A contribuição negativa mais forte (-0,09 p.p.) e o resultado negativo mais intenso (-0,69%) em setembro vieram do grupo Saúde e cuidados pessoais. Esta queda deve-se ao item plano de saúde (-2,31%), que contribuiu com -0,10 p.p., devido à decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de suspender reajustes de planos de saúde até o fim de 2020. Com isso, todo o fator apropriado antecipadamente em maio, junho, julho e agosto, referente ao reajuste que seria anunciado em julho, foi descontado no IPCA-15 de setembro.
O grupo Vestuário também caiu (-0,27%) em setembro, embora menos intensamente do que em julho (-0,91%) e agosto (-0,63%). As roupas masculinas (-0,31%), femininas (-0,52%) e infantis (-0,59%) seguem em queda, assim como os calçados e acessórios (-0,32%). Já joias e bijuterias subiram 2,52% e acumulam no ano alta de 8,79%.
No grupo Habitação (0,34%), a taxa de água e esgoto subiu 1,00% por conta do reajuste de 3,40% nas tarifas em São Paulo (3,28%), desde 15 de agosto. No lado das quedas, o gás encanado (-1,65%) reflete as reduções de 5,16% no Rio de Janeiro (-2,99%), a partir de 1º de agosto, e de 8,88% em Curitiba (-7,35%), a partir de 19 de agosto. No item energia elétrica (-0,03%), houve reajuste de 2,86% em Belém (0,28%), vigente desde 7 de agosto.
Todas as regiões tiveram variação positiva em setembro. O maior resultado foi em Goiânia (1,10%), devido as altas nos preços da gasolina (8,19%) e do arroz (32,75%). Já a menor variação foi na região metropolitana de Salvador (0,18%), onde a queda nos preços da gasolina (-2,66%) contribuiu com -0,12 p.p. no resultado do mês.
Região | Peso Regional (%) | Variação Mensal (%) | Variação Acumulada (%) | |||
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Julho | Agosto | Setembro | Trimestre | 12 meses | ||
Goiânia | 4,96 | 0,39 | 0,15 | 1,10 | 1,65 | 2,69 |
Brasília | 4,84 | 0,55 | 0,08 | 0,70 | 1,33 | 2,33 |
Fortaleza | 3,88 | 0,31 | 0,11 | 0,57 | 0,99 | 3,30 |
Curitiba | 8,09 | 0,76 | 0,17 | 0,52 | 1,46 | 2,17 |
Recife | 4,71 | 0,62 | 0,28 | 0,50 | 1,41 | 3,06 |
São Paulo | 33,45 | 0,19 | 0,25 | 0,44 | 0,88 | 2,74 |
Belo Horizonte | 10,04 | 0,26 | 0,37 | 0,42 | 1,05 | 2,63 |
Porto Alegre | 8,61 | 0,07 | 0,30 | 0,41 | 0,78 | 2,10 |
Belém | 4,46 | 0,22 | 0,15 | 0,38 | 0,75 | 3,41 |
Rio de Janeiro | 9,77 | -0,07 | 0,20 | 0,19 | 0,32 | 2,52 |
Salvador | 7,19 | 0,75 | 0,23 | 0,18 | 1,16 | 3,02 |
Brasil | 100,00 | 0,30 | 0,23 | 0,45 | 0,98 | 2,65 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 14 de agosto a 11 de setembro de 2020 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 15 de julho a 13 de agosto de 2020 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
CidadeMarketing com informações do IBGE.