O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho foi de 0,53%, ficando 0,30 ponto percentual abaixo da taxa de maio (0,83%). No ano, o índice acumula alta de 3,77% e, nos últimos 12 meses, de 8,35%, acima dos 8,06% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2020, a variação mensal havia sido de 0,26%.
Periodo | Taxa |
---|---|
Junho 2021 | 0,53% |
Maio 2021 | 0,83% |
Junho 2020 | 0,26% |
Acumulado no ano | 3,77% |
Acumulado em 12 meses | 8,35% |
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta de preços em junho. O maior impacto (0,17 p.p.) veio do grupo Habitação, cujos preços subiram 1,10%. Na sequência, vieram Alimentação e bebidas (0,43%) e Transportes (0,41%), cujos impactos foram de 0,09 p.p. A maior variação no mês (1,21%) foi do grupo Vestuário, que acelerou em relação ao mês de maio (0,92%) e contribuiu com 0,05 p.p. Os demais grupos ficaram entre a queda (-0,12%) de Comunicação e a alta de Artigos de residência (1,09%).
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
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Maio | Junho | Maio | Junho | |
Índice Geral | 0,83 | 0,53 | 0,83 | 0,53 |
Alimentação e Bebidas | 0,44 | 0,43 | 0,09 | 0,09 |
Habitação | 1,78 | 1,10 | 0,28 | 0,17 |
Artigos de Residência | 1,25 | 1,09 | 0,05 | 0,04 |
Vestuário | 0,92 | 1,21 | 0,04 | 0,05 |
Transportes | 1,15 | 0,41 | 0,24 | 0,09 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 0,76 | 0,51 | 0,10 | 0,07 |
Despesas Pessoais | 0,21 | 0,29 | 0,02 | 0,03 |
Educação | 0,06 | 0,05 | 0,00 | 0,00 |
Comunicação | 0,21 | -0,12 | 0,01 | -0,01 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços |
O grupo Habitação (1,10%) subiu menos do que em maio (1,78%), principalmente devido à desaceleração da energia elétrica (1,95%) em relação ao mês anterior (5,37%). Ainda assim, este item exerceu o maior impacto individual no índice do mês (0,09 p.p.). Em Curitiba (4,11%), houve reajuste médio de 8,97% nas tarifas a partir de 24 de junho. Além disso, em junho, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 2, acrescentando R$ 6,243 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Vale lembrar que em maio foi aplicada a bandeira vermelha patamar 1, cujo acréscimo é menor (R$ 4,169).
Ainda em Habitação, destaca-se a alta da taxa de água e esgoto (1,04%), consequência dos reajustes de 7,10% em São Paulo (2,42%), vigente desde 10 de maio, e de 5,78% em Curitiba (3,43%), a partir de 17 de maio. Em Brasília (-2,40%), houve redução média de 2,74% nas tarifas a partir de 1º de junho. Os preços do gás de botijão (1,58%) e do gás encanado (5,01%) também subiram. No subitem gás encanado, a alta decorre do reajuste de 9,63% em São Paulo (8,73%) a partir de 31 de maio. Além disso, houve a contribuição residual dos reajustes de 13% no Rio de Janeiro (0,42%) e de 7,04% em Curitiba (0,23%), ambos em vigor desde 1º de maio.
No grupo Alimentação e bebidas, a alta de 0,43% ficou próxima à do mês anterior (0,44%). A alimentação no domicílio passou de 0,23% em maio para 0,33% em junho, principalmente por conta das carnes (1,32%), que subiram pelo quinto mês consecutivo e acumulam alta de 38,17% em 12 meses. No lado das quedas, destacam-se a batata-inglesa (-15,38%), a cebola (-13,70%), o tomate (-9,35%) e as frutas (-2,69%).
A alimentação fora do domicílio (0,66%) desacelerou em relação a maio (0,98%), principalmente por conta do lanche (0,24%), cujos preços haviam subido 2,10% no mês anterior. Já a refeição subiu 0,85%, enquanto havia apresentado alta de 0,63% em maio.
No grupo dos Transportes (0,41%), os combustíveis subiram 0,87% e acumulam alta de 43,92% nos últimos 12 meses. Mais uma vez, o maior impacto (0,04 p.p.) veio da gasolina (0,69%), cujos preços haviam subido 2,87% em maio. Os preços do etanol (2,14%) e do óleo diesel (1,10%) e do gás veicular (0,16%) também registraram alta em junho.
Ainda em Transportes, as motocicletas (0,90%), os automóveis novos (0,51%) e os automóveis usados (0,58%) permanecem em alta. Alguns produtos e serviços relacionados a estes subitens, casos do pneu (2,10%) e do conserto de automóvel (0,43%), tiveram comportamento semelhante. Nos transportes públicos (-0,61%), houve reajustes nas passagens de metrô (1,76%) no Rio de Janeiro (5,65%) – aumento de 16%, válido desde 11 de maio – e dos ônibus intermunicipais (0,34%) em Salvador (4,88%), onde o aumento de 6,80% foi aplicado a partir de 1º de junho. No lado das quedas, registrou-se recuo de 5,57% nos preços das passagens aéreas, com impacto de -0,02 p.p. no resultado do mês.
O resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (0,51% e 0,07 p.p.) foi influenciado, principalmente, pelo plano de saúde (0,67%) e pelos itens de higiene pessoal (0,68%), ambos com 0,03 p.p. de impacto.
Vestuário (1,21%) foi o grupo com a maior variação e contribuiu com 0,05 p.p. no IPCA de junho. Destacam-se as acelerações dos calçados e acessórios (1,53%), das roupas masculinas (1,52%) e das roupas femininas (1,10%), que em maio haviam subido 0,79%, 1,21% e 1,02%, respectivamente.
Todas as áreas pesquisadas apresentaram variação positiva em junho. O maior índice foi o da região metropolitana de Recife (0,92%), influenciado pelas altas nos preços da gasolina (4,92%) e da energia elétrica (2,78%). O menor resultado ocorreu em Brasília (0,17%), por conta da queda nos preços das frutas (-7,53%) e da taxa de água e esgoto (-2,40%).
Região | Peso Regional (%) | Variação (%) | Variação Acumulada (%) | ||
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Maio | Junho | Ano | 12 meses | ||
Recife | 3,92 | 0,76 | 0,92 | 4,13 | 8,81 |
Salvador | 5,99 | 1,12 | 0,86 | 4,13 | 7,84 |
Porto Alegre | 8,61 | 1,04 | 0,79 | 4,14 | 9,07 |
Rio Branco | 0,51 | 0,93 | 0,78 | 5,23 | 12,06 |
Campo Grande | 1,57 | 0,93 | 0,66 | 4,58 | 11,38 |
Curitiba | 8,09 | 0,97 | 0,61 | 4,77 | 9,64 |
Fortaleza | 3,23 | 0,62 | 0,59 | 5,11 | 10,07 |
Vitória | 1,86 | 0,74 | 0,59 | 4,31 | 8,88 |
Goiânia | 4,17 | 0,79 | 0,54 | 3,63 | 9,37 |
São Paulo | 32,28 | 0,78 | 0,53 | 3,31 | 7,53 |
Aracaju | 1,03 | 1,10 | 0,46 | 4,43 | 7,53 |
Belo Horizonte | 9,69 | 0,79 | 0,42 | 3,87 | 9,08 |
São Luís | 1,62 | 1,10 | 0,30 | 3,72 | 10,36 |
Belém | 3,94 | 0,48 | 0,24 | 3,63 | 8,71 |
Rio de Janeiro | 9,43 | 0,87 | 0,24 | 3,05 | 6,84 |
Brasília | 4,06 | 0,27 | 0,17 | 3,19 | 7,13 |
Brasil | 100,00 | 0,83 | 0,53 | 3,77 | 8,35 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços |
INPC tem alta de 0,60% em junho
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC foi de 0,60% em junho, 0,36 p.p. abaixo do resultado de maio (0,96%). No ano, o indicador acumula alta de 3,95% e, em 12 meses, de 9,22%, acima dos 8,90% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2020, a taxa foi de 0,30%.
Os produtos alimentícios subiram 0,47% em junho, ficando abaixo do resultado de maio (0,53%). Já os não alimentícios tiveram alta de 0,64%, ante 1,10% em maio.
Houve variações positivas todas as áreas investigadas. O menor índice foi o de Brasília (0,14%), onde pesaram as quedas nos preços das frutas (-6,83%) e da taxa de água e esgoto (-1,71%). As regiões metropolitanas de Recife e de Salvador registraram a maior variação (0,90%). Estas altas foram influenciadas pela energia elétrica (2,85% em Recife e 2,53% em Salvador) e pela gasolina (4,92% em Recife e 2,22% em Salvador).
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 28 de maio e 28 de junho de 2021 (referência) com os preços vigentes entre 30 de abril e 27 de maio de 2021 (base). O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento de um a cinco salários-mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.