A Volkswagen do Brasil acaba de se tornar a primeira fabricante de veículos do país a fechar um acordo para captação de uma dívida bancária, por meio da modalidade de Notas de Crédito à Exportação (NCE), com compromissos ESG (Ambiental, Social e Governança), chamada Sustainable-Linked Loan (título de dívida sustentável). A operação, realizada com o Bradesco, foi fechada no valor de R$ 500 milhões, com prazo de três anos, e está atrelada a compromissos claros da montadora de aumentar a participação de mulheres na liderança e a redução nas emissões de CO2 de origem fóssil em suas operações.
“Global e localmente, a VW tem atuado fortemente na estratégia Way to Zero, de descarbonização de suas operações em todo o mundo até 2050, assim como no aumento da diversidade de seus colaboradores, em todos os níveis hierárquicos. Com a emissão dessa dívida, nos comprometemos publicamente a cumprir com metas desafiadoras e que vão acelerar a nossa transformação rumo a um desenvolvimento cada vez mais sustentável”, explicou Ciro Possobom, COO (Chief Operating Officer) da Volkswagen do Brasil e vice-presidente de Finanças e Estratégias de TI da Volkswagen Região América do Sul.
No Bradesco, a operação está inserida na meta anunciada pelo banco, em junho do ano passado, de direcionar R$ 250 bilhões a setores e ativos de impacto socioambiental positivo por meio dos seus negócios até 2025. A meta considera a concessão de crédito para atividades classificadas como de contribuição positiva, produtos e serviços financeiros com foco socioambiental para pessoas físicas e jurídicas, além de assessoria na estruturação de soluções de crédito e dívida atreladas a critérios ambientais, sociais e de governança.
“É com muita satisfação que participamos dessa operação, que está totalmente alinhada com os princípios de ESG do banco”, afirma Bruno Boetger, diretor executivo do Bradesco. “Esse acordo mostra uma tendência de mercado, que buscará cada vez mais operações dessa natureza, e o Bradesco está preparado para atender seus clientes, com estrutura focada e profissionais especializados para acompanhar a complexidade que uma operação como esta exige”.
Até 2024, a VW tem como meta passar de 14% para 26% de mulheres em cargos executivos e também aumentar de 9% para 25% o número de gerentes e gerentes-executivas do sexo feminino. No mesmo período, a empresa se compromete a transferir 12% de suas emissões de CO2 de origem fóssil para biogênica em seu processo produtivo e aumentar a participação do biometano para 20% no total de gás consumido nas fábricas, em processos como o de Pintura das carrocerias, entre outros.
Neutralidade até 2050
O acordo com o Bradesco é mais uma ação que se soma às várias iniciativas que a Volkswagen vem realizando no Brasil alinhadas à meta global da marca de tornar o seu negócio neutro em carbono em todo o mundo até 2050.
Em setembro de 2021, a Volkswagen do Brasil assinou uma carta de intenção com a Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, na qual prevê o apoio a duas pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de processos, sistemas e/ou dispositivos para a habilitação do uso do etanol em sistemas de propulsão veicular elétrica e/ou híbrida. Os estudos englobam o reformador de etanol e a célula de combustível a etanol.
Em novembro último, a Volkswagen do Brasil, a Raízen e a Shell anunciam uma parceria para valorizar o impacto do uso de energia renovável para descarbonização do setor automotivo. O acordo contempla uma série de iniciativas, estimulando principalmente o uso do etanol, aliado à estratégia complementar entre carros elétricos, híbridos e flex, a instalação de postos de recarga para os carros elétricos da marca, e o fornecimento de energia renovável para as fábricas e rede de concessionários da Volkswagen no Brasil.