A presença de mais engenheiras no mercado de trabalho tem ocorrido em diversas áreas, mas elas ainda são minoria. Para reforçar a presença das mulheres nesse setor, o Women’s Engineering Society, do Reino Unido, criou o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia. A data, celebrada no dia 23 de junho, ressalta a importância da participação da mulher em uma área ainda majoritariamente ocupada por profissionais do sexo masculino.
Em Sergipe, por exemplo, as engenheiras representam menos de um quarto dos trabalhadores registrados, segundo dados do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-SE). Mas há esforços para equilibrar essa participação. Como uma profissão importante para a indústria, a Votorantim Cimentos está investindo em programas específicos para aumentar a participação feminina nas diversas áreas da empresa em que essas profissionais são requisitadas.
No Estado, realiza o Programa Engenheiras de Confiabilidade com objetivo de formar mulheres engenheiras para atuar na manutenção de fábricas e garantir o funcionamento dos equipamentos da operação sem falhas. Este investimento em capacitação, no Brasil, é uma das ações da empresa para alcançar sua meta dentro dos Compromissos de Sustentabilidade de atingir 30% de mulheres em posições de liderança até 2030.
O programa possui duração de 18 meses e as profissionais podem ter a oportunidade de atuar como engenheiras de confiabilidade em unidades da Votorantim Cimentos, como em Laranjeiras, localizada próxima à Região Metropolitana de Aracaju. As participantes passam por etapas como formação técnica, desenvolvimento de competências comportamentais e também participam de grupos de conversas sobre temas relacionados aos desafios de mulheres atuando em uma área historicamente de predominância masculina.
“Com o programa para formação de engenheiras de confiabilidade pretendemos fortalecer o pilar de gênero em nossas operações por meio de ações que gerem a presença, a participação e o desenvolvimento de mulheres. Essa é uma forma de criarmos oportunidades específicas para desenvolvermos futuras líderes do sexo feminino em nossas fábricas”, afirma a gerente geral de Desenvolvimento Organizacional Global da Votorantim Cimentos, Thatiana Soto Riva.
Incentivo para profissão – Juliana Cabrera, de 27 anos, se divertia na infância desmontando brinquedos para montar novas peças. Encontrar soluções é algo estimulante para ela desde pequena. Um dos brinquedos que mais ficaram na memória foi dado pelo pai: uma caixa de ferramentas. Com o incentivo também da mãe, que sempre apoiou as aptidões que descobria, transformou a brincadeira em profissão e hoje, formada em Engenharia Elétrica, Juliana contribui para solucionar desafios na indústria.
Depois de trabalhar como analista de manutenção em outra empresa, Juliana participou do processo seletivo do Programa Engenheiras de Confiabilidade da Votorantim Cimentos. A formação, na fábrica de Laranjeiras, representa a realização de um sonho para Juliana, que agora tem a expectativa de finalmente assumir o primeiro cargo como engenheira e inspirar outras mulheres. “O programa é muito bem estruturado e nos permite aprender o funcionamento de uma indústria de cimento, possibilitando conhecer as diversas áreas e entender na prática como é toda a operação”, disse.
No Brasil, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Sistema Confea/Crea) possui atualmente 200 mil mulheres cadastradas como engenheiras. Segundo o órgão, elas representam 20% do total de profissionais cadastrados, que totalizam 1 milhão de engenheiros (as). Em Sergipe, as profissionais engenheiras representam 24,35% do total de engenheiros do Estado, segundo o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-SE).
Em breve, ao concluir a formação do Programa Engenheiras de Confiabilidade da Votorantim Cimentos, Juliana Cabrera fará parte da estatística das mulheres engenheiras que conquistaram espaço no mercado de trabalho. Para Juliana, a jornada em que ingressou traz, além de oportunidade de aprendizado, a chance de ir longe com o que sempre sonhou. “Além do conhecimento técnico que recebemos, estamos sendo desenvolvidas também para a liderança, inclusive valorizando o nosso papel na indústria e como podemos transformar para melhor esse universo. A confiança no nosso potencial com esse olhar humano dá força e nos faz acreditar que podemos seguir em frente”, acrescenta Juliana.