O 7º Programa de Seleção da Piccola Galleria da Casa Fiat de Cultura selecionou 6 artistas para a programação de exposições do calendário de 2024 e 2025. São eles: Coniin (Belo Horizonte/ MG), Rafael Vilarouca (Juazeiro do Norte/CE), Higo José (São Paulo/SP), Mozileide Neri (Rio de Janeiro/RJ), Will (Belo Horizonte/MG) e Alice Yura (São Paulo/SP). Os projetos escolhidos são inéditos e foram desenvolvidos especialmente para o programa, a partir de técnicas de pintura, fotografia, escultura, performance e instalação. Cada mostra terá duração de cerca de 40 dias e contará com entrada gratuita e ações especiais desenvolvidas pelo programa educativo da Casa Fiat de Cultura.
Como aconteceu nas edições anteriores, a comissão avaliadora se compunha por um time de especialistas. As propostas finalistas foram selecionadas por representantes do setor cultural: o curador, pesquisador e educador Bitu Cassundé; a professora, artista e pesquisadora Telma Martins; e a artista e professora Leonora Weissmann. O processo se realizou 100% online, de modo a facilitar a inscrição de pessoas de todo o Brasil. No total, mais de 200 trabalhos foram enviados, e a avaliação dos jurados também se deu no formato virtual.
As exposições do 7º Programa de Seleção da Piccola Galleria serão exibidas em um espaço da Casa Fiat de Cultura voltado ao incentivo permanente das mais diversas expressões artísticas. Durante a programação, serão realizadas visitas mediadas pelo Programa Educativo, além de ações especiais, que visam ampliar o acesso do público e a visibilidade dos artistas.
As ações dialogam com o conceito das exposições e buscam criar novas reflexões, além de estimular os visitantes a desenvolverem novas perspectivas sobre as obras expostas, e com os eixos curatoriais, ao buscar conexões com as vivências de cada um. “Nosso trabalho de formação de público é muito importante. As iniciativas do Programa Educativo valorizam a obra de cada artista e fomentam diversas discussões, estimulando o visitante a fazer conexões com temas atuais e também históricos e a ter um novo olhar para a arte contemporânea”, ressalta Ana Vilela, Gestora Cultural da Casa Fiat de Cultura.
Nas seis edições já realizadas, o Programa de Seleção da Piccola Galleria apresentou o trabalho de 35 artistas, abrigou cerca de 400 obras e recebeu um público de mais de 400 mil pessoas. A sala expositiva é um ambiente dedicado às artes visuais e sua criação marcou os 10 anos da Casa Fiat de Cultura. Situada ao lado do painel “Civilização Mineira”, de Candido Portinari, no hall principal da Casa Fiat de Cultura, o pequeno recinto é destinado a exposições de curta duração, mas com toda a visibilidade ensejada pela instituição. Local intimista e com grande circulação de público, conta com a chancela da Casa Fiat de Cultura e do Circuito Liberdade, um dos mais importantes corredores culturais do país.
O 7º Programa de Seleção da Piccola Galleria é uma realização da Casa Fiat de Cultura e do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta com o patrocínio da Fiat e do Banco Safra, e copatrocínio do Banco Stellantis e da Brose do Brasil. O evento tem apoio institucional do Circuito Liberdade, além do apoio do Governo de Minas e do Programa Amigos da Casa.
Palavra da comissão avaliadora
“É sempre uma rica experiência ter acesso a um conjunto de propostas, de um amplo panorama de produção contemporânea brasileira. O programa de exposição da Piccola Galleria cumpre o importante papel de apoiar e viabilizar a produção de artistas de diferentes lugares do Brasil.” – Bitu Cassundé
“Participar do processo de seleção de ocupação da Piccola Galleria foi um aprendizado e um enorme prazer. Toda a equipe unida atuou com diálogo e cuidado e fez um belo trabalho, saindo muito satisfeita com a difícil, mas necessária, tarefa de escolha das propostas. A Casa Fiat de Cultura é uma referência cultural importantíssima em Belo Horizonte e oferece o espaço instigante, convidativo e desafiador da Piccola Galleria, na porta de entrada da casa, como alternativa potente para artistas brasileiros mostrarem seus trabalhos.” – Leonora Weissmann
“Participar do processo de seleção dos artistas para a Piccola Galleria, além de proporcionar uma experiência expandida no campo das produções artísticas contemporâneas, foi certamente relevante para compreender a importância dessa instituição. Afinal, ao abrir espaço para novos artistas, essa galeria possibilita a visibilidade e incentiva a arte de maneira democrática, ativa e em conexão com a contemporaneidade.” – Telma Martins
Os artistas
Coniin
Natural da região leste de Belo Horizonte, o fotógrafo teve seu primeiro contato com uma câmera fotográfica aos 18 anos, e, por meio dela, foi capaz de ver e focar os detalhes, como até então não conseguia. Com ampla experiência em eventos, como Planeta Brasil e Festival Batekoo SP, e ao acompanhar o músico Djonga no Festival Rap Cena, e no Festival João Rock, dentre outros, ele evoca memórias da adolescência em seu trabalho, o que inclui imagens de clipes de hip hop. A visão dessas referências moldou escolhas do artista, sobre quem e o que escolhia fotografar. Para Coniin, o importante é registrar aqueles com quem ele se identifica e se inspira – e o que mais o inspira, além das telas, são seus amigos e família.
Rafael Vilarouca
Artista visual e fotógrafo natural de Icó (CE), vive em Juazeiro do Norte (CE). Rafael Vilarouca é licenciado em Artes Visuais pela Universidade Regional do Cariri (URCA) e Bacharel em Direito pela mesma instituição. Mestre em Linguagens Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), atualmente, é doutorando no mesmo programa de pós-graduação. Em 2016, foi aluno residente no Laboratório de Criação do Porto Iracema das Artes, em Fortaleza (CE), e, em 2021, participou da residência “O álbum é a obra”, proposto pelo Instituto da Fotografia do Ceará – IFoto, tendo sido premiado em 2015 no 66º Salão de Abril, na capital cearense. Entre 2009 e 2014, realizou diversas ações e exposições como integrante do Coletivo Café com Gelo, grupo de artistas visuais formado no Cariri cearense. Tem atuado em diversas mostras desde então, em vários lugares do Brasil.
Higo José
Natural de São Benedito (CE), Higo José vive e trabalha, atualmente, em São Paulo. É formado em Artes Visuais (2020), na Faculdade Paulista de Artes, e em. Multimídia (2014) e Comunicação Visual (2016), pela ETEC- SP. Nos últimos seis anos, tem participado de diversas exposições, com destaque para as individuais: Pré-história (2023), Lona Galeria. Além do universo fálico (2019), Lona Galeria. Linhas de cinema (2018), CineSesc. Também esteve em coletivas: Temporada de Projetos 2020 do Paço das Artes; 18ª edição do Programa Exposições 2020 do MARP; 48º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto; IV Bienal do Sertão (2019); II Mostra Diversa (2017) no Museu da Diversidade Sexual, e Solidão (2017), no mesmo Museu; Burgos (2017) na Funarte, SP; Portfólio #3 (2017), na Mais Galeria de Arte; e +18 na coleta (2015), no Centro Cultural Casa da Luz em São Paulo.
Mozileide Neri
Vive e trabalha na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. É poeta, contista, artista visual, especialista em linguagens artísticas, cultura e educação, graduada em produção cultural, ambos pelo IFRJ/Campus Nilópolis. Frequentou a Escola de Belas Artes da UFRJ como ouvinte e a Escola de artes visuais do Parque Lage, como bolsista. É autora dos livros de poesia Azul alaranjado, pela Luva Editora (RJ/2021), e Amarelo, pela Editora Libertinagem (2022/SP). Concluiu o curso EAD de curadoria, arte educação e expografia no Centro de Formação Artística e Tecnológica da Fundação Clóvis Salgado (MG). Recentemente, concluiu o curso EAD de formação inicial e continuada “Diversidade e educação inclusiva”, no IFB/Campus Brasília. Mozileide Neri participa de coletivas e individuais por todas as regiões brasileiras, por meio de editais de arte, e, também, fora do país. Seu trabalho está presente em diversas linguagens, e sua investigação se desenvolve a partir de estudos de novos suportes, abordando questões como mediação educativa inclusiva e acessibilidade cultural, pesquisa sobre conceito de paisagem na arte contemporânea, leitura de imagem e interseções sobre cidade, violência e corpo.
Will
Vive e trabalha em Belo Horizonte. É graduando em artes visuais e vem criando um universo bastante particular em suas pinturas. Suas imagens urbanas carregam mensagens políticas, em que nada é tão óbvio quanto parece ser, mas, ainda assim, é possível decifrar as quase verdades nas quais as pessoas tentam se apoiar. A aglomeração das cidades que desumanizam e engessam emoções, os sonhos tênues que convivem no mesmo plano que a realidade, o afeto teatral das relações que tentam sobreviver em meio à geometria daquilo que quer delimitar para desunir. A figuração de pessoas racializadas é uma marca forte do artista. Will entende que seu conjunto de trabalhos forma um conjunto de elos de uma mesma corrente, que mostra essas violências históricas e, ao mesmo tempo, as ressignifica. A diáspora África, Brasil evoca um processo violento, que nos leva diretamente para a escravidão.
Alice Yura
Formada em Artes Visuais, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande. Tem pós-graduação em produção em artes visuais e cultura. Seus trabalhos têm forte ligação biográfica, ligados às questões de afeto e intimidade, de corpo, identidade e alteridade, biologia, política e sociedade. A performance tem destaque em sua produção. No entanto, a artista também realiza trabalhos em outras linguagens. Foi uma das idealizadoras e curadoras do Festival IPêrformático (primeiro festival de Campo Grande – MS), e a primeira mulher transexual a expor nas principais instituições artísticas e culturais do seu estado e a integrar o acervo cultural do Mato Grosso do Sul. Atualmente, vive em São Paulo.
Comissão avaliadora
Bitu Cassundé
Curador, pesquisador, educador, Bitu Cassundé (Várzea Alegre/CE, 1974) é Gerente de Patrimônio e Memória do Centro Cultural do Cariri (Crato/CE), curador da segunda edição (2023) do Projeto Ling Apresenta, do Instituto Ling de Porto Alegre/RS. Foi curador do Museu de Arte Contemporânea do Ceará, de 2013 a 2020, e coordenou o Laboratório de Artes Visuais do Porto Iracema das Artes, de 2013 a 2018. Integrou a equipe curatorial do projeto À Nordeste, no SESC 24 de Maio/SP, em 2019, juntamente a Clarissa Diniz e Marcelo Campos; participou da equipe curatorial do Programa Rumos Artes Visuais do Itaú Cultural (São Paulo, 2008 a 2010) e dirigiu o Museu Murillo La Greca (Recife, 2009 a 2011). Em 2015, participou da 5ª edição do Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça, da equipe curatorial do 19º Festival Videobrasil e do Arte Pará; com Clarissa Diniz, formou a coleção contemporânea do Centro Cultural Banco do Nordeste, vinculado ao projeto Metrô de Superfície. Questões relacionadas a subjetividade, confissão, intimidade e biografia também integram suas pesquisas. Atualmente, desenvolve pesquisa de doutorado em artes na UFPA/Belém. Vive no Crato/CE.
Telma Martins
Professora-artista-pesquisadora. Atua na Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais, nas áreas das Artes Visuais e do Design, e, também, em escolas públicas de Belo Horizonte, como professora de Arte. Desenhista e pintora, desenvolve estudos e pesquisas no campo das Artes Visuais. Coordena um projeto de extensão intitulado LIFE – Laboratório de Inovação e Formação de Educadores no campo das Artes, em interface com o Design no Centro Integrado de Design Social – CIDS, da Escola de Design-UEMG.
Leonora Weissmann
Professora do curso de Artes Visuais da Escola de Belas Artes da UFMG. Graduada em Pintura e Gravura, é mestre em Artes pela Escola de Belas Artes da UFMG. Trabalha com a imagem de forma ampla em ilustração, desenho, gravura, tridimensão, artes gráficas e cenografia, e tem a pintura como principal eixo de pesquisa. Já participou de diversas exposições coletivas e individuais, no Brasil e no exterior, como “Álbum de Família”, no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, no Rio de Janeiro; exposição do prêmio Fiat Mostra Brasil, no porão da Bienal de São Paulo; Bogolan photo, Caravane d’artistes 2, Centre Soleil d”Afrique, em Bamako, Mali, na África; Coletiva Portraitsm na Usina Kuglerm em Genebra, na Suíça, dentre outras. Recentemente, foi selecionada e premiada pela comissão editorial da revista Dasartes, no concurso Garimpo, e no Arte como respiro, do Itaú Cultural. É representada comercialmente pela AM Galeria de Arte e Martha Pagy escritório de arte.
A Casa Fiat de Cultura
A Casa Fiat de Cultura cumpre importante papel na transformação do cenário cultural brasileiro, ao realizar prestigiadas exposições. A programação estimula a reflexão e interação do público com várias linguagens e movimentos artísticos, desde a arte clássica até a arte digital e contemporânea. Por meio do Programa Educativo, a instituição articula ações para ampliar a acessibilidade às exposições, desenvolvendo réplicas de obras de arte em 3D, materiais em braille e atendimento em libras. Mais de 80 mostras, de consagrados artistas brasileiros e internacionais, já foram expostas na Casa Fiat de Cultura, entre os quais Caravaggio, Rodin, Chagall, Tarsila, Portinari entre outros. Há 17 anos, o espaço apresenta uma programação diversificada, com música, palestras, residência artística, além do Ateliê Aberto – espaço de experimentação artística – e de programas de visitas com abordagem voltada para a valorização do patrimônio cultural e artístico. A Casa Fiat de Cultura é situada no histórico edifício do Palácio dos Despachos e apresenta, em caráter permanente, o painel de Portinari, Civilização Mineira, de 1959. O espaço integra um dos mais expressivos corredores culturais do país, o Circuito Liberdade, em Belo Horizonte. Mais de 3,5 milhões de pessoas já visitaram suas exposições e 600 mil participaram de suas atividades educativas.
SERVIÇO
Casa Fiat de Cultura
Resultado do 5º Programa de Seleção da Piccola Galleria
Praça da Liberdade, 10 – Funcionários – BH/MG