O mês de outubro de 2024 marca o fim da temporada de seca no Brasil, mas não trará alívio completo para a população, já que uma onda de calor promete altas temperaturas em diversas regiões do país. Segundo monitoramento realizado pela MetSul, as previsões indicam um outubro chuvoso, porém, a combinação com o calor intenso pode intensificar os desafios enfrentados por estados que já sofrem com as consequências das mudanças climáticas.
A influência da La Niña
Um dos fenômenos climáticos que deve impactar o Brasil nos próximos meses é a La Niña, caracterizada pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico. A Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência especializada da ONU, emitiu um alerta em 11 de setembro, sinalizando uma probabilidade de 60% para a ocorrência de La Niña entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025. Essa condição climática pode trazer impactos significativos, especialmente nas chuvas e temperaturas em todo o país.
De acordo com dados recentes do CPTEC/INPE (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a probabilidade de ocorrência de La Niña no último trimestre de 2024 é ainda maior, atingindo 81%, conforme divulgado em 20 de setembro. Este fenômeno pode provocar uma mudança nos padrões climáticos, influenciando o volume de chuvas e a distribuição de calor em várias regiões.
Expectativas climáticas
Com o fim da seca e a chegada de um mês mais úmido, o Brasil deve se preparar para um outubro com precipitações acima da média, particularmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Contudo, as temperaturas elevadas que ainda devem persistir podem resultar em eventos climáticos extremos, como tempestades e enchentes, complicando ainda mais o cenário.
O mês de outubro marca uma transição importante no clima do Brasil, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Sul. De acordo com o site O Tempo, é a partir deste mês que as chuvas começam a se tornar mais regulares e volumosas no Brasil Central, com o calor ganhando intensidade à medida que nos aproximamos do verão.
Os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), com base na climatologia de 1991 a 2020, reforçam essa tendência. Mapas de normais climatológicas indicam que as chuvas se tornam mais frequentes em estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Tocantins, Rio de Janeiro, Espírito Santo e no Distrito Federal.
Os especialistas alertam que, apesar da previsão de chuvas, a combinação do calor intenso com a instabilidade atmosférica pode resultar em fenômenos severos, exigindo atenção redobrada das autoridades e da população. Portanto, é fundamental que todos fiquem atentos às previsões meteorológicas e estejam preparados para as mudanças rápidas que podem ocorrer.
Outubro promete ser um mês de contrastes, com o calor ainda presente enquanto as chuvas começam a retornar, sob a sombra da La Niña, que pode influenciar o clima até fevereiro de 2025. A população deve se manter informada e cautelosa diante das previsões climáticas, pois a adaptação e a preparação são essenciais em tempos de mudanças.
Previsão do Inmet
A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para o mês de outubro de 2024 aponta chuvas acima da média em várias regiões agrícolas importantes do país, como o Sul, Mato Grosso do Sul e o sul de Minas Gerais. Esse retorno gradual das chuvas é especialmente benéfico para o início da safra 2024/2025, favorecendo o plantio e o desenvolvimento das culturas de verão, como soja e milho. No entanto, para o centro-norte do país, incluindo o MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a previsão de chuvas abaixo da média pode comprometer a umidade do solo, afetando negativamente o desempenho de algumas culturas, como milho e algodão.
Por outro lado, as áreas onde as chuvas serão mais escassas, como o norte de Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Pará, podem apresentar condições ideais para a finalização das colheitas de algodão e feijão de terceira safra. O prognóstico climático também prevê temperaturas acima da média em boa parte do Brasil, com máximas que podem ultrapassar os 28ºC em regiões como Mato Grosso e o oeste da Bahia, o que pode agravar o estresse hídrico em culturas sensíveis ao calor. Essa combinação de pouca chuva e temperaturas elevadas deve ser monitorada, pois pode impactar diretamente a produtividade agrícola em algumas regiões-chave.