A BRF assinou hoje contrato para a venda de suas unidades na Tailândia e Europa por US$ 340 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão) para a Tyson International Holding Company. Com isso, a empresa encerra o processo de desinvestimentos de ativos que fazia parte do plano de monetização anunciado em junho do ano passado.
O anúncio de hoje, somado à venda da operação na Argentina e de ativos imobiliários, além dos recursos obtidos via FIDC (fundo de investimento em direitos creditórios) e redução nos estoques, totalizaram R$ 4,1 bilhões, ou seja, 81% da meta de R$ 5 bilhões estabelecida inicialmente.
O principal impacto deste resultado é um adiamento de cerca de seis meses no alcance das metas de alavancagem anteriormente estabelecidas. A nova previsão da empresa para o final de 2018 (proforma) é de uma dívida equivalente a cerca de 5x o EBITDA (resultado operacional de caixa), o que representa uma queda em relação aos 6,74x registrados em setembro de 2018. Para 2019, a expectativa é que a dívida continue sendo reduzida e encerre o ano em 3,65x o EBITDA.
“Com a conclusão da venda de ativos, consolidamos a trajetória de redução do endividamento da BRF, que é nosso objetivo financeiro prioritário”, afirma Lorival Luz, COO Global da BRF. “Também temos uma posição de caixa sólida, que combinada com as operações de refinanciamento e novos empréstimos já assinados, equacionam totalmente os compromissos da dívida em 2019”.
Além da entrada de recursos em caixa, os desinvestimentos realizados trazem outros impactos positivos para a companhia como o encerramento de operações deficitárias, maior foco da gestão, uma base de ativos mais adequada às atuais condições de operação, e a redução na conta de depreciações.
De acordo com dados ainda não auditados, o caixa no fim de dezembro de 2018 era de cerca de R$ 6,9 bilhões, valor mais que suficiente para cobrir os R$ 4,256 bilhões de amortizações de dívidas previstas para 2019. Além disso, ainda no primeiro semestre de 2019, a BRF receberá o pagamento das operações de desinvestimentos já anunciadas, e haverá geração livre de caixa positiva ao longo do ano. Além disso, a BRF iniciará a segunda etapa do programa de gestão do perfil da dívida (liability management) com o objetivo de alongar o prazo e a reduzir seu custo, o que permitirá encerrar 2019 com um caixa acima de R$ 5,7 bilhões.
A conclusão do plano de monetização permitirá à companhia dar maior foco na atuação e gestão dos negócios em mercados como o Brasil e Oriente Médio, que foram definidos como prioridades do planejamento estratégico para os próximos cincos anos.
Sobre a BRF
A BRF é uma das maiores companhias de alimentos do mundo, com mais de 30 marcas em seu portfólio, entre elas, Sadia, Perdigão, Qualy, Paty, Dánica, Bocatti e Vienissima. Seus produtos são comercializados em mais de 150 países, nos cinco continentes. Mais de 100 mil funcionários trabalham na companhia, que mantém mais de 50 fábricas em oito países (Argentina, Brasil, Emirados Árabes Unidos, Holanda, Malásia, Reino Unido, Tailândia e Turquia).