O individualismo elevado, amparado à falta de ética, tem levado as pessoas a buscarem defender seus interesses particulares acima dos propósitos sociais. As questões éticas na sociedade atual encontra-se deteriorada devido ao egoísmo humano formado por uma sociedade deseducada.
A formação de uma liderança sustentável depende dos aspectos éticos para guiar as mudanças em nossa sociedade, que servirão de alicerce para construir uma um espaço coletivo, colaborativo, justo e digno para todos os interessados. Diante do exposto, encontramos diversos desafios, entre os quais destacamos os aspectos humano, ético e educacional trazendo mudanças de paradigmas que nos levam a repensar as ações em nosso cotidiano, cabendo ao professor e escola valorizar o indivíduo por meio de um amplo acesso ao conhecimento desenvolvendo uma cultura pela paz; ao futuro profissional avaliar, refletir e revisar suas ações, constantemente, visando recuperar os valores humanos voltado para utilização do conhecimento de forma adequada.
Educação pela Paz
A ideia de democratização de conhecimentos, está orientada à emancipação das pessoas e ao desenvolvimento sustentável dos diferentes povos e culturas em todo o mundo. A democratização do ensino no Brasil não é suficiente se a família, educador e escola não estiverem preparados para formar pessoas respeitosas e preocupadas com o bem da sociedade. Para que isso ocorra é preciso repensar as políticas educacionais.
Todo ser humano nasce um aprendiz. A aprendizagem é própria do ser humano. “Se ninguém lhe ensina nada, aprende com as próprias experiências”, dizia Içami Tiba, reforçando o fato de que todos nós aprendemos com o ambiente social em que estamos envolvidos através da interação com as atitudes das pessoas e com os valores reinantes. Por outro lado, a escola e família precisa direcionar o aprendizado da nova geração para que não seja desperdiçada com a construção de ações corruptas e violentas. A criatividade e a conectividade dos jovens no cenário digital e acelerado é uma composição essencial para a solução de problemas sociais que podem ser aproveitados no berço escolar. A era do compartilhamento através do modelo de “muitos para muitos” possibilita a entrega de uma educação distribuída através de grupos colaborativos.
Nesse contexto, a Plataforma Liderança Sustentável, passou a ser uma ferramenta de inteligência em rede, indispensável para os jovens universitários que buscam compreender a importância da liderança sustentável através de uma cultura empreendedora que envolve um diálogo sobre autonomia, risco e inovação. Acredito que os exemplos reais de grandes líderes sustentáveis servem de fonte de inspiração para que a nova geração faça mais e melhor. A nova economia mundial precisa ser baseada na formação de lideranças responsáveis através de mecanismos coletivo e colaborativo que se transformem em produção do bem social – educando pessoas que busquem integridade, sensibilidade e capazes de atuar por um mundo melhor.
A educação contemporânea precisa ajudar no desenvolvimento humano na busca de resolver problemas sociais diversos devido ao próprio destino comum de todos nós em uma condição de indivíduo e sociedade. O ensino de uma compreensão coletiva é a base para o progresso de uma cultura de paz formando pessoas que constroem conhecimento e que apreendem conhecimento entendendo o errado para construir o certo.
Liderança Sustentável
Sou professor universitário há 10 anos e tenho como premissa a formação de líderes sustentáveis orientados a práticas de boas ações. O principal incentivo é fazer com que os acadêmicos façam parte de ambiente educacional participativo colocando-os no centro do processo do ensino aprendizado, debatendo os problemas globais e locais. Envolver o sujeito com problemas de sua realidade é estimular o poder de observação através da busca de soluções e fazê-lo protagonista da escola e sociedade.
Entendendo a educação como um resultado de longo prazo e coletivo. Não adianta apenas boa vontade do educador para ensinar se não existir estratégias de ação para estimular jovens desinteressados, com pouca motivação para aprender, e que buscam resultados imediatos, em muitos casos apenas um diploma. É preciso descontruir o ensino tradicional em que os alunos saem preparados apenas para concursos (marcadores de X), mas não preparados para a vida. Jovens que tocam à vida a sua maneira sem uma orientação e estimulo geralmente são influenciado pelo ambiente hostil social, sem futuro.
Para formar líderes sustentáveis é preciso embaralhar as cadeiras enfileiradas da escola tradicional, colocando os jovens com uma visão ampla do todo, mostrando que a mudança depende da autonomia de cada indivíduo entendendo que somos uma unidade comum cercados de problemas que precisam ser resolvidos com ações do bem na geração de impacto social.