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Marketing pessoal, charlatões e os missionários digitais

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Gurus de motivação, psicólogos, “especialistas” da internet, consultoras de moda e profissionais de recursos humanos são os formadores de opinião sobre construção de marca pessoal no Brasil. Na minha opinião, isso soa estranho, irresponsável e cômico, pois estão falando sobre tudo. Porém, não estão adotando e nem ensinando marketing/branding. Este tipo de trabalho não passa de um amontoado de ensinamentos vazios sobre o tópico que foi introduzido por Tom Peters há mais de uma década. Realmente, é uma pena que ele tem sido tão banalizado e usado erroneamente pelos tais autodenominados “Personal Branding gurus”.

 

Senhores consultores de moda: por favor, entendam – uma marca pessoal é muito mais do que a cor do Iphone ou o preço do terno. Isso são apenas formas de transmissão do sinal da marca, oras! Aprendam: Uma marca é uma promessa diferenciada que os OUTROS enxergam, neste caso, em alguém.

 

Profissionais motivacionais: uma marca pessoal forte não é euforia e nem um sorriso com ar de fluoxetina com prazo de validade que muitos de vocês “vendem” em palestras. Parem de vender autoajuda em livros com o emblema “marketing ou branding pessoal”. Não é nada disso! Os autores destes textos não podem proclamar em dizer que isto é marketing sob pena de violar suas lições, seus estudiosos e os sérios profissionais da área. É notório que com a finalidade de terem um sucesso nas suas palestras dedicadas ao desenvolvimento humano, criam a frase de impacto: “Marca pessoal…” E isto cria uma confusão tremenda! É importante deixar claro. Marca pessoal, de uma vez por todas, é o que vão falar quando uma pessoa sair da sala.

 

Pessoas como marcas é um tema extremamente importante para o dia atual. Por isso precisa ser corretamente endereçado. Se, antigamente as empresas restringiam o profissional em seu círculo cabível, hoje as mais astutas se aproveitam daquele com marca forte no mundo digital. Não seria exagero sugerir que as marcas pessoais começam a se sobressair sobre as corporativas. Ao invés de proibir ostensivamente a utilização dos diversos recursos das redes sociais, empresas começam a perceber que têm muito a ganhar – inclusive financeiramente – se transformarem os seus colaboradores em verdadeiros representantes de sua marca e seus produtos na esfera virtual. Este fenômeno surge entre as empresas que melhor se relacionam nas redes sociais mundo afora. Entre os estudiosos, o conceito já recebeu o apelido de “missionários digitais”, termo que designa funcionários que, ao atuarem nestas redes, acabam por fortalecer a percepção das marcas e até promover negócios via internet.

 

Por ter nascido digital, a Zappos se diferencia neste sentido. A alta direção da empresa acreditou ser natural que seus funcionários se valessem de canais como o Twitter e Facebook para se aproximarem dos consumidores com liberdade, evangelizar pela empresa e incorporarem a transparência corporativa como característica fundamental. O resultado não poderia ser melhor: a empresa comemora um faturamento anual da ordem de mais de US$ 1 bilhão.

 

A Zappos se tornou um case conhecido e bem-sucedido porque conseguiu criar uma cultura interna de felicidade entre seus colaboradores e, ao mesmo tempo, exigir deles o comprometimento com um serviço acima da média. A grande sacada foi conseguir, de forma natural, que seus colaboradores trouxessem essa cultura para a web. Consequência: os resultados financeiros da empresa aconteceram sem grandes investimentos em publicidade.  Outros bons exemplos de companhias que já tornaram seus funcionários – ou parte deles – em verdadeiros “missionários digitais” são o da montadora norte-americana de veículos Ford, da varejista de produtos eletrônicos BestBuy, e a Sun, de softwares.

 

Somente vencerão a guerra no espaço web as marcas que conseguirem se humanizar junto aos consumidores. Ao tornar seus colaboradores missionários da marca, as empresas nada mais estão fazendo do que humanizando este relacionamento, pois muitos deles são pessoas que têm muita influência em comunidades online. Com este processo, as marcas acabam por se valer ou absorver a reputação do próprio missionário. Desta forma, poderá segmentar seus públicos, fortalecer a reputação, testar novos produtos, reduzir o risco de novas campanhas publicitárias, conquistar e antecipar novos clientes, entre outros.

 

Você possui uma marca forte? Relevante? Qual a sua promessa diferenciada? A qual conceito você está associado? Aonde você quer chegar sempre levando em consideração o ambiente externo? ‘EU. Eu. Eu. Eu…’. Pare! Sua marca é quem você realmente é na mente e coração das pessoas. Não é sobre você, marca é sobre eles! Marca pessoal é o que vão falar quando você desliga seu computador…

 

O desafio de achar e reter talentos no mercado digital

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As novas tecnologias móveis, o crescimento das redes sociais, a expansão do mercado digital – e em particular do e-commerce e de outros serviços disponibilizados na rede – são alguns dos fatores que contribuem para que pessoas e empresas estejam cada vez mais interconectadas. E se de um lado tudo isso abre inúmeras possibilidades para serem exploradas pelo mundo corporativo, de outro esbarra em um grande problema: a falta de profissionais capacitados para lidar de forma adequada com esses canais de interação com o cliente.

 

O apagão da mão de obra especializada, tão vivenciado no segmento de tecnologia da informação e responsável por elevar as despesas com a folha de pagamento das empresas que hoje é da ordem de 36% do orçamento, ameaça também as empresas que querem trabalhar, ou que já o fazem, no mundo digital, e constitui o grande desafio dos gestores de recursos humanos dessas companhias: onde achar e como reter esses talentos? Diante dessa dificuldade, uma das saídas é treinar internamente. E aí surge outra questão: que tipo de profissional selecionar para esse treinamento? Os mais jovens e inovadores, a maioria web native que sabe navegar com desenvoltura nessas novas mídias, mas ainda inexperiente no jogo cotidiano e competitivo das companhias, ou os mais experientes, boa parte com mais de 40 anos de idade, que pode estar um pouco menos conectada com todas as mudanças recentes no mundo digital, mas bem mais tarimbada em termos de estratégias e de conhecimento do mercado?

 

Trata-se de um dilema real e não há respostas fáceis, muito menos fórmulas padronizadas para solucioná-lo e que, na maioria dos casos, ultrapassa as fronteiras, deixando de ser apenas um problema para a área de RH, repercutindo também nos setores de marketing, desenvolvimento, comercial e administrativo. Uma alternativa válida seria unir esses dois profissionais, para que juntos pudessem combinar seus skills e aprender uns com os outros, obtendo assim os resultados esperados e principalmente os inesperados – e positivos -, para as companhias.

 

Especificamente no e-commerce essa falta de profissionais é ainda mais sentida, até porque esse segmento está em franca expansão. O levantamento da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), revelou que o comércio eletrônico fechou 2013 com faturamento da ordem de R$ 31,11 bilhões; mas em contrapartida outra pequisa realizada em conjunto pela e-bit e pela Universidade Buscapé Company, do Grupo Buscapé, mostrou que 65% dos candidatos que participaram do processo de seleção para trabalhar nessas empresas estavam despreparados para a função, o que evidencia a necessidade de formação específica.

 

As áreas de RH das empresas podem ajudar, no sentido de montar equipes multidisciplinares que reúnam conhecimentos sobre tecnologia da informação, ferramentas de análise de dados, segurança da rede, marketing, empreendedorismo, entre outros, e buscar apoio especializado para que possam trabalhar juntas, encarregando-se também de promover constamente cursos de atualização e aperfeiçoamento profissional. Mas também é aconselhável que as pessoas, de outra parte, busquem individualmente e por sua própria conta, aumentar seus conhecimentos, principalmente os que lhes permitirão transitar com maior desenvoltura no ambiente digital. Devem se incluir nesse rol os profissionais “sênior”, fazendo um esfoço para quebrar suas resistências e aprender a lidar com esse novo mundo propiciado pela internet e pela mobilidade.

A interatividade veio para ficar e é um caminho sem volta. As empresas e as pessoas que ainda não acordaram para essa realidade já estão perdendo oportunidades valiosas para ampliar e melhorar sua atuação.

Branding, web social e o pensamento de Gerzema

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Em tempos que a internet se torna uma facilitadora de relacionamentos ao invés de uma mídia meramente transacional, profissionais de Marketing e Branding precisam inovar e explorar conhecimento novo e ousado para acompanhar tamanhas mudanças na cultura e no comportamento do consumidor.

Para esta coluna, entrevisto o autor dos best sellers “A bolha da marca” e “Spend Shift”, John Gerzema (foto). Falar com John sempre é ar fresco. No final da entrevista, fiquei com a certeza de que o Branding é realmente um tema fascinante. O autor falou sobre “Brand Darwinism”, micro-comunidades virtuais, a crise no valor das marcas, entre outros assuntos instigantes.

Confira na íntegra.

Gabriel Rossi: Quais são as novas regras no processo de gestão de marcas? O que mudou essencialmente?

John Gerzema: A nova realidade é que as marcas não controlam o relacionamento. Os consumidores o fazem. Nós profissionais de Marketing temos que pensar em maneiras completamente diferentes e trabalharmos muito mais duro para nos mantermos únicos e especiais. O comportamento do consumidor tem mudado rapidamente e isto exige uma visão totalmente nova por nossa parte. “Leis da Energia” são as regras que eu esboço em meu livro para que os profissionais de marca possam agir com mais fluência, abertamente e tomando todos os passos com o consumidor através da escuta ativa e de uma postura que não acredita em nada garantido.

 

Gabriel Rossi: Um número considerável de profissionais de marketing que tenho conversado vem citando a importância imperativa dos conceitos de transparência radical e “accountability”, principalmente por causa do rastro digital que o boca a boca agora deixa em plataformas de busca . O que isto realmente significa para as marcas?

John Gerzema: Eu acho que uma marca que não é inteiramente dedicada à transparência tem vida curta. Recentemente me apresentei na conferência do The Economist em São Francisco e bati um papo com o Tony Hsieh da Zappos, sendo tudo muito inspirador. Ele é um CEO que entende a importância dos valores fundamentais da marca. Quando uma marca tem integridade, seu comportamento corresponde a suas promessas. No caso da Zappos, os consumidores se engajam com a marca por causa do seu compromisso com o serviço. Esta forte cultura de tratar bem os clientes e colaboradores se estende para as redes sociais e na confiança que a empresa deposita em seu público interno para que o mesmo advogue pela marca no Twitter, o que, por exemplo, tem redimensionado a Zappos tremendamente bem sem publicidade. Um número maior de empresas começará a perceber que a transparência pode realmente melhorar a vida das pessoas e ainda ampliar seus negócios no processo.

 

Gabriel Rossi : Como as marcas podem se beneficiar dos micronichos e interações?

John Gerzema: Em uma economia desafiadora, a primeira coisa a se olhar é a segmentação. Muitas marcas grandes estão aprendendo a “pensar pequeno”, segmentando sua audiência através de canais que seus clientes usam como fontes de influência. Acho interessante o fato que algumas das marcas que mais fluem nas redes sociais são de grande porte. Scott Monty, da Ford, e o Jonathan Schwartz, da Sun, são bons exemplos. Neste ambiente, é muito importante para qualquer marca ser uma construtora de comunidades, criando oxigênio para que seus consumidores e fãs interajam, compartilhem e explorem coisas juntos. Talvez isto signifique Twitter e Facebook, ou Ning ou Bebo. Rating sites, como Engadget e Gizmodo, são uma tremenda fonte de influência e aprendizado para as marcas de vanguarda.

 

Gabriel Rossi: Você fez estudos etnográficos na Índia para escrever seu primeiro livro intitulado “A bolha da marca”. Quando o mercado de telefonia móvel deixar sua infância, como as pessoas nos países ainda em desenvolvimento serão afetadas? Como as marcas mais astutas poderão tirar proveito disto?

John Gerzema: O nosso maior cliente na Índia é a Airtel e foi extremamente gratificante passar um tempo com as equipes de Marketing, Tecnologia e Produto, sentindo, em primeira mão, o entusiasmo deles com o crescimento da qualidade de vida na Índia. Você está falando de agricultores que estão aptos a utilizar um telefone para manter contato com mercados commodities globais e locais e pais que podem, em Deli, falar com suas filhas em Bengalore. Ao mesmo tempo em que há uma briga na questão de taxa e 3-4G, não podemos esquecer do poder de um celular na mão de um indivíduo: transformador.

 

Gabriel Rossi: Telefonia Móvel é uma “faca de dois gumes” no final das contas, não acha?

John Gerzema: Sim, no momento, mas observe a Índia saltar e desenvolver de voz para “new data” na velocidade da lei de Moore. Se você pensar nos Estados Unidos, nós começamos apenas agora a prestar mais atenção no poder da tecnologia mobile. QR ainda é ficção científica em muitas partes dos Estados Unidos.

 

Gabriel Rossi: O que é a bolha da marca?

John Gerzema: A bolha da marca representa a crescente disparidade entre Wall Street e Main Street. Nós descobrimos que os mercados supervalorizam as marcas em relação ao que realmente o consumidor sente em relação a elas. Esta exuberância irracional era estendida a milhares de marcas em nosso database e estava ocorrendo exatamente ao mesmo tempo em que a revolução digital começava a ganhar musculatura. Chegamos à conclusão que o consumismo estava mudando profundamente, acelerando a decomposição de suas percepções de marcas. Porém, as empresas ainda tinham de entender o que estava realmente acontecendo. Embora nós saibamos que as marcas são ativos importantes, nós ainda precisamos compreender inteiramente o significado delas.

 

Gabriel Rossi: Você argumenta que a tendência é que os consumidores tendem a ficar cada vez mais como investidores. Por gentileza, explique este argumento.

John Gerzema: Cheguei a conclusão que nós, consumidores, estávamos escolhendo uma lista cada vez menor de marcas para fornecermos nossos dividendos. Os consumidores estavam procurando por permanência, mas também expectativas por futuras utilidades que chegam como forma de criatividade, inovação, confiança e liderança. As empresas gastam uma quantia absurda de tempo tentando provar a seus investidores suas maiores qualidades. Mas elas fazem isto com seus consumidores?

 

Gabriel Rossi: Como o conceito de contínua diferenciação impacta nas vendas? Seria esta a única maneira de combater o Darwinismo de Marca?

John Gerzema: Darwinismo de marca é um conceito brilhante e eu queria tê-lo inventado! Em 2004, nós estávamos tentando identificar se poderia haver uma correlação chave entre vários atributos de marca e alguns retornos não antecipados do pregão. No final das contas, nós descobrimos que os componentes perceptivos-chave para o consumidor eram altamente relacionados com os movimentos da bolsa. Observamos que algumas marcas eram absolutamente estelares, indo bem entre os consumidores e avançando muito à frente dos seus concorrentes, enquanto outras estavam pulando para fora da categoria. Os consumidores pareciam estar cativados por uma qualidade que refletia uma experiência mais excitante, dinâmica e criativa. Eles estavam concentrando a paixão deles e poder de compra em um menor portfólio de marcas especiais – porque elas continuavam sempre evoluindo. Nós descobrimos que o poder de diferenciação é o que marcas estelares possuem em comum. Nós batizamos isto de “Diferenciação Energizada”, que reflete não só a ideia do diferente – elas mantêm-se diferentes, utilizando movimento, momento e criatividade.

Energia tem um papel muito significativo em proteger e aprimorar a diferenciação da marca. Seus três componentes são:

• Visão – A proposta e aspirações da marca, geralmente originada da liderança, das convicções e da reputação da organização por trás da marca.

• Invenção – A dimensão tangível mais importante, demonstrando a visão da marca através de inovação de produto e serviço, design, conteúdo, entre outras experiências táteis de marca.

• Dinamismo – Como a marca expressa sua visão no mercado de forma dinâmica para criar “persona”, emoção e evangelismo através de suas ações de marketing.

 

Gabriel Rossi: Quais categorias tendem a ter as marcas mais energizadas e por quê?

John Gerzema: Apesar do conceito de “energia” ter efeitos diferenciados dependendo da categoria, as marcas podem balancear isto para vantagem competitiva em qualquer setor B2C ou B2B. Zappos, Dove, Geico, Subway e Campbell’s são exemplos de marcas com alta energização que, de certa forma, estão em categorias de “baixa-energia”. Isto acontece quando uma marca utiliza criatividade para transcender sua função.

 

Gabriel Rossi: Na posição de “Chief Insights Officer” mundial da Young & Rubicam, qual sua opinião sobre os desafios e estratégias que as agências modernas deveriam considerar neste momento?

John Gerzema: Isto caberia uma resposta de dez mil palavras, mas, resumindo, lhe diria que a senha é entender as profundas mudanças nos valores culturais que a crise financeira global tem acarretado aos consumidores. Isto vem totalmente ao encontro com a explosão das redes sociais que representam oportunidades maravilhosas para conversar, ouvir e reagir em tempo real. Marcas agora são verbos.

Vida ou morte aos nossos negócios?

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Não defendo e não concordo com a ideia simplista de que fazer o óbvio é suficiente para um bom resultado em negócios.

 

Com certeza, por uma questão de boa lógica e não mera obviedade, não fazer o óbvio também não é saudável aos negócios.

 

Diante disto, facilmente concluímos que precisamos fazer um óbvio bem feito e um “além do óbvio” excelente se quisermos ser competitivos.

 

Assim, vamos refletir sobre algumas questões essenciais óbvias e não óbvias frequentemente esquecidas:

 

1) Lucratividade é função direta da qualidade do modelo de negócios e não apenas do modelo comercial. Ainda que nenhum de nós deva arcar com a ingenuidade de subestimar a importância do modelo comercial, uma grande maioria ainda superestima esta importância em detrimento de outras questões fundamentais de administração e marketing.

 

2) O modelo de negócios não se restringe ao planejamento estratégico que, mesmo sendo brilhante, frente a uma execução mediana (não devemos nem pensar em medíocre) não passa de um documento bem redigido. O modelo de negócios que não contempla em profundidade o impacto racional e emocional que causará nas pessoas (clientes, colaboradores, fornecedores, acionistas) sequer merece o nome de um modelo de negócios.

 

3) Atitudes que não agregam valor a todos os stakeholders envolvidos nos negócios, ainda que sejam uma prática comum e até “aceita” em determinados segmentos de negócios (praxis), são imediatistas e autocanibalistas. Modelos excessivamente comerciais que ainda praticam um sell in sem correspondente sell out, embora falem com orgulho de suas iniciativas, esquecem-se do que pregam a seus diretores, gerentes, supervisores e força comercial: o que conta é a qualidade do resultado!

 

Estes são apenas três tópicos para refletirmos juntos.

 

Não fazer o óbvio bem feito é um absurdo. Fazer apenas o óbvio, ainda que bem feito, é commoditização total. Como commoditização é a palavra sofisticada para definir suicídio empresarial, precisamos decidir com urgência: vida ou morte aos nossos negócios?

 

O pior tipo de suicídio em negócios é o que acontece tão lentamente que parece ser, apenas, uma leve anemia.

 

Se a medicina está sofrendo do mal da medicalização dos sintomas e esquecimento das causas, que o mesmo não ocorra em administração e marketing. A vida do “paciente” contém a vida de suas células que, em negócios, somos nós!

 

É melhor agir como neurônios a agir como células epiteliais…

 

Anúncio de emprego

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Estou procurando alguém para trabalhar comigo, na minha empresa. Tem sido difícil encontrar esta pessoa, não tanto pela carência de pessoas com este perfil e mais pelo conjunto de particularidades que estou exigindo. Trata-se de um conjunto de requisitos que não são identificáveis no processo tradicional de seleção, mas algo que se percebe na medida em que se vai conhecendo a pessoa. Portanto, já sei que o processo seletivo será lento e contínuo.

 

Esta pessoa pode ter qualquer formação profissional, desde que compense uma eventual carência educacional com uma boa bagagem de experiência e outras habilidades complementares que descreverei a seguir. Homem ou mulher, jovem ou com alguma senioridade, pobre ou abastado, gordo ou magro, alto ou baixo, pouco me importa. Religião, cor ou raça? Tampouco. Seu valor deve estar incutido na sua espiritualidade e na sua vontade de construir coisas positivas. Não necessariamente precisa ser alguém que conheça muita coisa, pois vou ensinar a maioria. Mais importante do que aprender rápido é ter muita vontade de aprender. Suas atitudes devem demonstrar sempre entusiasmo, perseverança e determinação. Seu padrão de excelência pessoal deve ser, no mínimo, o melhor de todos.

 

Vou compartilhar muitas coisas com esta pessoa. Meus conhecimentos, minha experiência, minha vivência. Fatos, dados, informações, impressões e percepções que colecionei ao longo de toda minha vida serão transferidos incondicionalmente para esta pessoa. Por isso, é fundamental que esteja aberta para assimilar tudo isso. No entanto, o que é raro é que a pessoa deverá ter o discernimento suficiente para saber filtrar tudo o que passarei de forma a incorporar as coisas que façam sentido perante seus próprios valores e princípios. Não precisa rejeitar o que não acredita, mas deve questioná-los comigo de forma a construir novos saberes através do processo de atribuição de significado pessoal ao que eu lhe passar.

 

Esta pessoa deverá saber que nem tudo o que aprendeu vai ser usado sempre da mesma maneira, mas saberá se desestabilizar para incorporar o novo, assimilá-lo e então se equilibrar novamente, para depois se desequilibrar outra vez num novo e repetitivo ciclo de renovação e aprendizado constante.  Preciso de um profissional que pense como eu, aja como eu, decida como eu, mas que, sabendo que não será eu, saiba usar sua própria personalidade para complementar a minha. É importante que tenha uma grande visão do futuro sobre si mesmo. É importante que veja este trabalho apenas como uma etapa em direção a algo maior que acredite merecer. É importante que saiba que algo melhor lhe estará reservado e que posso perdê-lo a qualquer momento para trabalhos mais nobres e mais engrandecedores. É importante que me veja como modelo, mas que acredite poder se tornar mais do que eu.

 

Seus valores serão seus princípios mais sagrados. Os seguirá à risca, mesmo podendo perder o emprego por isso. Sua determinação é mais poderosa do que minhas ordens. Não precisa ser obediente, mas também não deve ser desobediente. Será inconformado com a situação a ponto de buscar sempre soluções aos problemas existentes, mas será também conformado com a condição presente que não apresentar nenhum espaço para mudança. Precisa, enfim, saber conviver com a ambigüidade.  Essa pessoa entenderá o meu negócio, perceberá minhas necessidades, compreenderá minha missão, antecipará minhas angústias e preocupações, e estará tão comprometida com o negócio quanto eu. Sua aguçada percepção me ajudará a identificar as oportunidades e a ser oportunista sempre que convier. Precisa ter a capacidade de me surpreender a todo instante, e em alguns momentos, poderá até mesmo me chocar com suas ideias e ações.

 

Me conhecerá tão bem que freará meus impulsos quando eu quiser voar alto demais, e me impulsionará quando julgar meus pés demasiadamente enraizados. Se eu fracassar, se sentirá fracassado também, se eu vencer, se sentirá vencedor também. Para todos à sua volta tecerá floreados elogios sobre mim, reservando as críticas apenas para meu conhecimento e com genuína e real intenção de me ver crescer para que cresça junto comigo.  Deve ter sua própria interpretação do mundo, das pessoas e dos fatos. Seus julgamentos decorrerão de como constrói sua visão sobre o mundo. Deve confiar para inspirar a confiança e só desconfiar quando houver motivos para isso. Sabe trabalhar em equipe como membro dela, comprometido com os objetivos e construindo a partir das habilidades individuais da equipe. Se for liderar uma equipe, saberá fazê-lo sem que a equipe se dê conta de sua influência.

 

Não quero uma pessoa completa, mesmo porque acho que ela não existe. Mas quero que cada candidato me demonstre que, não sabendo fazer tudo isso, pode ter o potencial para desenvolvê-lo, dadas as condições apropriadas. Quero alguém que saiba que o autoconhecimento é a base para o seu desenvolvimento. Quero alguém que acredite poder se tornar alguém melhor do que foi ontem e pior do que será amanhã. Quero, enfim, alguém com espírito empreendedor.  Claro que este é um anúncio fictício e, embora muitos se sintam aptos a preencher os requisitos deste perfil, eu diria que poucos são de fato assim. As lideranças imaturas e inseguras que povoam as organizações veem neste perfil empreendedor uma ameaça, um profissional difícil de controlar e muito perigoso e acabam por forçar profissionais empreendedores a inibirem e até matar estas competências. Se você preenche estes requisitos, sugiro que não procure ser contratado, mas que contrate você a empresa e o chefe que o entenderá e o merecerá.

 

Neoeleitor definirá as eleições em 2014

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A disputa política já está acirrada para as eleições de 2014. E neste ano o caldeirão irá ferver ainda mais com a possibilidade de manifestações como as que ocorreram em junho do ano passado. Sem falar na possibilidade de movimentos contra a realização da Copa do Mundo, que poderão riscar a imagem de quem tenta se reeleger, especialmente a presidente Dilma Rousseff. Está mais do que evidenciado que os conchavos e o ti ti ti pré-eleitoral se avolumam a cada dia. Os candidatos ao cargos do Executivo e Legislativo tanto no âmbito federal e estadual se atacam mutuamente e negociam quem terão ao lado na disputa em outubro.

 

Não será um ano fácil. Portanto, políticos: acordem. Em 2014 há um diferencial que pode ser decisivo nas urnas de todo Brasil. É a influência mais incisiva de um eleitor renovado, cidadão que está ligado 24 horas por dia e que deixou de ser convencido meramente pela tradicional propaganda eleitoral na televisão e no rádio. Trata-se do neoeleitor – o eleitor moderno, digital e que quer ser surpreendido positivamente e que, cada vez mais, deposita interesse em um “portfólio” restrito de políticos com propostas dinâmicas, visionárias e criativas.

 

O Brasil tem aproximadamente 130 milhões de eleitores e o acesso à rede mundial de computadores já ultrapassou os 100 milhões de brasileiros. Os números são expressivos e, por si só, já mostram a importância da web para quem deseja se eleger. Mas não é só no tamanho que a internet importa, mesmo porque nas últimas eleições já havia dezenas de milhões de pessoas plugadas em computadores. É também na nova maneira de relacionamento entre as pessoas. Hoje, não há dúvida, as tecnologias digitais acabaram com a “conversa vertical” entre candidato e eleitor.

 

Antes, o candidato propunha e o eleitor aceitava ou não. Hoje, o dono do voto quer muito mais. Ele se coloca em uma “conversa horizontal” com o candidato. Se o candidato propõe a construção de casas, o eleitor quer saber onde, com qual gasto, como. Se aparece uma promessa de mais qualidade na área da saúde, a preocupação de quem recebe a mensagem é saber se será com a construção de novos hospitais e na contratação de profissionais qualificados ou se é meramente uma proposta sem planejamento.

 

Os políticos precisam reaprender a forma de ganhar votos. Agora, devem caminhar lado a lado com o eleitor. Quem deseja ter sucesso na campanha precisa ser humilde, não somente na aparência. O eleitor conhece mais de internet do que os candidatos ou os partidos. As “marcas” políticas não podem menosprezar este conhecimento e devem apresentar novas formas de comunicação. Aquele velho processo de perfis em redes sociais nada traz de novo e só obtém êxito com quem tem predisposição a votar no candidato.

Se o político já tem bandeiras fincadas, precisa arrancá-las e mudar. Não é uma indicação, claro, para o candidato ser volátil. Mas ele precisa, sim, viver em constante movimento, precisa ser dinâmico. Se o internauta pergunta via web, precisa de uma resposta cabível, longe do padrão de “respostas prontas”. O eleitor precisa ser surpreendido.

Estão os políticos preparados para o neoeleitor? Resposta clara: a maioria não.

O Plano de Negócio não morreu

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Há pouco mais de 10 anos, fui convidado pelo Sebrae-SP a participar do ciclo de debates que fazia parte da programação do Mês do Empreendedor para falar sobre Planos de Negócios. Eu iria debater com um empreendedor bem sucedido que nunca tinha feito um plano de negócio. A despeito de todos os meus argumentos sobre a importância do plano de negócio, com argumentos bastante racionais ele justificava porque não fazia sentido desperdiçar tempo com este documento que, no fundo, não passava de um exercício de adivinhação. Nesta ocasião eu aprendi muito com ele e revi minhas posições radicais sobre planos de negócios. Desde então tenho me aliado ao crescente movimento que prega a morte do plano de negócio.
Hoje volto a rever os meus conceitos e não acredito mais que o plano de negócio deve ser esquecido. Como tudo na vida, nenhum dos dois extremos representa o melhor caminho para quem vai empreender. O empreendedor não deve escrever um plano de negócio completo para começar a empreender, mas também não pode esquecer de organizar as ideias de como seu negócio vai funcionar antes de tomar decisões importantes durante sua implantação.

 

Em primeiro lugar, para que serve o plano de negócio? Se a sua resposta vai em direção da buscar por uma resposta sobre a viabilidade de uma ideia de negócio, então você está errado. Como o plano de negócio é escrito sob condições de alta incerteza e muitas suposições, nenhuma conclusão sobre a viabilidade do negócio a partir deste documento pode ser tomada como definitiva. A principal finalidade de um plano de negócio é propiciar ao empreendedor um roteiro estruturado para que ele colha informações e dados sobre o negócio para aumentar sua familiarização e domínio dos fundamentos do negócio, em outras palavras, o plano de negócio é uma ferramenta de aprendizado sobre o negócio.

 

Isto posto, a segunda pergunta seria: Qual o melhor momento para escrever um plano de negócio? Se você responder que o plano de negócio deve ser escrito ANTES de começar o negócio, mais uma vez, você está errado. Ao mesmo tempo que o empreendedor começa a agir para colocar seu negócio de pé ele vai reunindo informações que vão compor o plano de negócio. Muitas das incertezas típicas de um plano de negócio imaturo vão sendo dirimidas na medida em que o empreendedor tem contato com o negócio, com o setor, com o mercado, com os concorrentes, com especialistas na área, aprimorando seu aprendizado e refinando suas decisões. Este conhecimento adquirido deve ser incorporado no plano de negócio no lugar das suposições e pressupostos iniciais, tornando o plano mais consistente e confiável.

 

Assim, na fase inicial do negócio não se USA um plano de negócio, mas aprende-se sobre o negócio na medida em que ele está sendo escrito, portanto é verdade que o plano de negócio não serve para nada além desta ferramenta de aprendizado nesta fase. Algum tempo depois, entretanto, quando o negócio já estiver dando os seus primeiros passos, quando as incertezas forem bem menores do que no início e, acima de tudo, quando for necessário convencer alguém a confiar no seu negócio, seja um investidor, um banco, um futuro sócio, um futuro empregado, um potencial parceiro, é o momento em que o plano se transforma em ferramenta de aprendizado para instrumento de venda do negócio. Ainda são raros os investidores de risco que apoiam um empreendimento sem ler antes o plano de negócio.

 

Além disso, mesmo que o empreendedor não use o plano para convencer ninguém, mas é preciso tomar uma decisão importante, como investir em um equipamento caro ou instalações de infraestrutura, também será necessário avaliar o plano de negócio desenvolvido até então, pois neste momento, o plano de negócio vai ajudar a reduzir as incertezas, minimizando assim o alto risco de uma decisão que compromete grandes recursos no negócio. Estes são os dois momentos que um plano de negócio é usado.  Portanto, antes de uma posição tão radical quanto declarar a morte do plano de negócio, precisamos repensar o seu papel, quem deve usá-lo e sob quais condições ele é importante. Esta nova abordagem sobre a utilização do plano de negócio é explorada no meu mais recente livro ‘Plano de Negócios em 40 lições’ escrito em parceria com o Prof. Cândido Borges da Universidade Federal de Goiás e publicado pela Editora Saraiva. Saiba mais em clique aqui.

Marcas são verbos

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Na era digital nada mais é permanente. O perfil do consumidor muda e o modo como ele enxerga e interage com produtos e serviços também. Já não se pode tratar as marcas como substantivos, fixos e imutáveis, para serem promovidas, ou melhor, transmitidas, via campanhas curtas, egoístas, estáticas, egocêntricas e irrelevantes. Não há mais espaço no marketing moderno, impulsionado por um viés social, para permanecer engessado.

Agora marcas são verbos, flexíveis, e precisam evoluir com as comunidades diariamente, criando conexões emocionais fortes e contínuas, enraizadas e inspiradoras, agindo como facilitadoras de relacionamentos em constante estado de reinvenção, aprendizado e movimento. As empresas que já entenderam este panorama prosperam caminhando e progredindo lado a lado com seus stakeholders.

Importante ponto neste processo são, particularmente, os consumidores das marcas, principalmente aqueles que já são adeptos das tecnologias digitais emergentes há algum tempo. Eles querem ser levados para outros territórios, serem surpreendidos e observar movimento e novidade. Até certo ponto, isso leva a certo desgaste da teoria de posicionamento, propagada por Al Ries e Jack Trout, por conta do avanço da web social.

É interessante algumas marcas que possuem equities enraizados, WalMart por exemplo, encontrarem formas totalmente novas para se relacionar com seus públicos de interesse. Nesse caso, a dificuldade de diferenciação aumenta: quando uma marca tem um equity já muito arraigado, há uma concepção de que já não existem mais histórias a serem contadas.

Dica: esforços em plataformas onde as oportunidades para humanizar a marca são maiores, como o Facebook e o Twitter, devem ser executados com o objetivo de primeiramente transmitir a essência da marca. Se a marca se consolida além do buzz, ou seja, da promoção pura e simples, a confiança do público de interesse e os lucros seguem naturalmente.

Por fim, é importante a consciência de que a tecnologia trata-se apenas de uma commodity de toda esta história. O ponto é aprender diariamente e humanizar o branding, mostrando que há pessoas de carne e osso por trás das marcas. Há também que levar em consideração as características intrínsecas de cada mercado, mas, basicamente, não basta ser diferente na era digital, é necessário ruptura e evolução constantes, numa postura em que nada mais é garantido.

 

Sociografia: um novo conceito de análise para as marcas

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Um pouco mais de 50 depois de Theodore Levitt escrever o artigo Miopia em Marketing e nos ensinar a jogar fora os velhos espelhos e olhar pela janela, baseando as ações com base no mercado e no cliente, a sociedade e o contexto do consumo mudaram completamente. Hoje, estamos conectados globalmente graças à internet. Este cenário recente, de conjuntura dinâmica e de pessoas conectadas, apresenta um desafio para empreendedores, governos e os profissionais de marketing, que demandam de uma necessidade cada vez mais urgente de entender seu público: Agora, no mundo virtual, devemos falar em Sociografia – estudo e pesquisa do comportamento do internauta.

 

Toda essa conexão global e ágil, que diminui distâncias e propicia uma grande aldeia virtual, não significa a unificação de pensamentos nesta teia de informações. Pelo contrário. Por mais que as empresas e seus departamentos de marketing digital tentem influenciar os seus stakeholders, cada um deles tem perfil, motivações, hábitos e desejo próprios. Compreender estas diferenças, nuances e, principalmente, necessidades é uma parte crucial de qualquer estratégia. É também justamente onde muitos pecam, inclusive o marketing digital.

 

Há certa euforia causada pela evolução tecnológica e a novidade da mídia social. As empresas e boa parte dos ‘especialistas’ de marketing ainda estão com a visão turva, preocupados em identificar as tecnologias sociais utilizadas pelos consumidores, mas não o seu comportamento online, que deveria ser o centro da questão. Toda estratégia sólida na web social começa com pesquisa e aprendizado. É impossível desenvolver uma análise coerente sem traçar, por exemplo, o perfil sociográfico do seu público – alvo, ou seja: Onde ele está? Quem ele influencia e por quem é influenciado? Como ele usa as tecnologias emergentes no ponto de vista da marca e do produto?

 

Até agora, as marcas e empresas, quando se dispõem a entender seu público-alvo, se limitam aos aspectos geográficos (onde o cliente mora), demográficos (idade, gênero, etc.) e psicográficos, ou seja, o que importa para ele. Só que isso não é mais suficiente: Neste mundo digital, onde online e offline são cada vez mais indivisíveis, faz-se necessário estudar também o comportamento do internauta. Por isso, a Sociografia desponta como um fator de peso: Sem ela as estratégias correm o risco de ficar desconexas da realidade, estéreis e míopes.

 

É preciso considerar que nas redes sociais este consumidor pode ser um observador, um compartilhador de conteúdo, um comentarista, um criador ou um curador (não um fã da marca, mas, sim, um conselheiro). O conjunto destes perfis, que podem ser visualizados com um nível de abrangência dos internautas respectivamente menor de um para o outro, é a chamada pirâmide de engajamento. Com a análise sociográfica é possível analisar como os consumidores se relacionam uns com os outros e em que patamar da pirâmide está cada um, direcionando a análise e, assim, melhorar a estratégia.

 

Necessário também é desconfiar dos especialistas em Twitter, blogs e afins. Não se constrói nenhuma estratégia ao redor de ferramentas, pois elas são justamente uma etapa posterior neste processo. Hoje, o consumidor quer ser surpreendido no bom sentido, quer ser levado para novos territórios. Para atender a estes anseios as marcas precisam se mexer, evoluir e injetar dinamismo e criatividade nas suas estratégias, que só terão sucesso efetivo se a pesquisa acima for adotada.

Antes de tudo, busque relevância e o que realmente fará diferença, que encantará seu público, de acordo com os seus objetivos. E, nisto, a análise sociográfica é essencial, pois trata-se de escutar o consumidor de modo mais refinado. Para o pessoal que costuma enxergar de dentro pra fora, tendo a web e o marketing como nada mais que uma caixa de ferramentas, há duas escolhas: abster-se de estudar o comportamento do consumidor online e assim correr o sério risco de assistir o julgamento de sua negligência em praça pública, ou redimensionar sua estratégia atual, evitando desperdícios e verdadeiramente ouvindo seu público -alvo. Você continuará com seus espelhos ou começará a olhar pela janela?

A “venda consultiva” contraria o Marketing e decreta o fim do negócio

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Que a venda deve ser consultiva em uma era onde este serviço agrega mais valor que o produto é indiscutível, mas venda consultiva é aquela voltada a entender as necessidades e problemas dos clientes, não um simples processo catequizador voltado apenas ao cumprimento de metas.

 

Que tipo de venda consultiva é essa que parte dos produtos/serviços em direção às necessidades do cliente e não destas como fontes legítimas de origem?

 

Venda consultiva, tal qual vem sendo equivocadamente praticada no mercado, funciona assim: “você cliente me diz o que você acha que precisa e eu vou adaptar, qualquer que seja o caso, o seu problema para ser, ao menos, aparentemente resolvido por um dos meus produtos/serviços disponíveis, independente de serem os mais adequados.”

 

Tente comprar um plano telefônico móvel empresarial e seja atendido por um “consultor de vendas”…

 

Você precisa de 5 linhas telefônicas cuja média de utilização não ultrapassa os 250 minutos e ele vai concluir, após “minuciosos cálculos”, que você precisa assinar 15 linhas para que a soma dos minutos de cada uma destas assinaturas se reverta em favor da linha mais usada, além do fato de que suas linhas falam entre si a custo zero, blá blá blá…

 

Faça as contas e você facilmente descobrirá que, na pessoa física, as 5 linhas que você precisa custam, em assinatura, apenas duas das quinze que seu “consultor” diz que você precisa. Alias, tente encontrar o consultor no pós venda para fazer alterações ou cancelamentos… Já sabe, não é?

 

Qual foi a última vez em que um consultor de investimentos financeiros, gentilmente solicitado pelo gerente do seu banco, lhe ofereceu uma aplicação que fosse ao menos tão interessante para você quanto às metas que ele tem que bater mensalmente? Alguém te ofereceu recentemente VGBL como alternativa de investimento e diversificação em ações, sendo seu perfil conservador?

 

O que aconteceu depois? O pior período do mercado de ações em muito tempo, e o VGBL, que não é investimento, perdendo para a poupança.

 

Lembra das duas últimas fantásticas opções de investimento que seu corretor imobiliário apresentou a você?

 

Consultores? Venda consultiva?

 

Onde está o Marketing que não percebe que estas práticas estão arruinando a credibilidade do negócio?

 

Onde está o Marketing que deve zelar pelo patrimônio institucional, valor de marca e fidelização de clientes?

 

Imediatismo e canibalismo comercial disfarçados em uma consultoria de vendas que desconsidera o cliente como um agente a ser encantado e fidelizado é a definição de um anti-negócio. Isso é anti-marketing e vem se tornando um processo crônico no mercado.

 

Felizes as empresas que entendem e praticam os fundamentos de um autêntico Marketing e cuja força de vendas atua, verdadeiramente, de forma consultiva.

 

Afinal, em uma era onde a tônica é a sustentabilidade, garantir o almoço sem saber se existirá um jantar, ou qualquer outra “refeição” futura, é uma total insanidade.

 

Traga o cliente de volta ao negócio, antes que ele perceba que o negócio pode ser definitivamente esquecido!

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