A maior coleção de carros clássicos da Ford do mundo, reconhecida pelo Livro Guiness dos Recordes em 2002, foi a leilão neste sábado, na Holanda. Os mais de 220 veículos compunham o acervo do Museu Den Hartogh, que o empresário do ramo de transporte Piet den Hartog formou durante 50 anos. Entre eles, preciosidades como Modelos A, T, V8, caminhões e vans de várias épocas em estado surpreendente de conservação.
A coleção completa foi leiloada no sábado (23), atraindo ofertas de todo o mundo. O total combinado da venda foi de impressionantes € 6.157.353 (aproximadamente R$ 27.226.000). A troca de lances mais longa foi de um Ford Model B Side Entrance Tonneau, vendido por € 419.750 (cerca de R$ 1.856.000) – mais de sete vezes que o estimado e um preço recorde mundial.
A paixão de Piet pela Ford começou desde criança, quando seu pai comprou um caminhão Modelo T, em 1924. Já adulto, ele sempre estava em busca de novas pérolas para a coleção, que cresceu e foi dividida em três partes. Na primeira, ficavam os Modelos T e outros pioneiros, além de ônibus e Lincolns.
A segunda era reservada aos Modelos A e V8, incluindo peruas com painel externo de madeira, um conceito americano incomum na Europa, pelas quais o empresário tinha uma predileção especial. A terceira parte da coleção era formada por veículos comerciais, como caminhões de polícia, bombeiros, entregas e venda de pipoca e sorvetes, que podem ser considerados os avôs dos “food-trucks”.
Piet faleceu em 2010 e o museu fechou as portas para o público em 2016. “Sem meu pai não era a mesma coisa”, conta Pieter den Hartogh, filho do colecionador.
“Meu pai era um homem apaixonado e queria compartilhar essa obsessão com todos. Esses carros foram parte importante de nossas vidas e chegou a hora de encontrar novos lares onde eles possam ser igualmente admirados e preservados.” “Um leilão 100% vendido é uma ocorrência rara, especialmente um com uma quantidade tão grande de lotes. Foi um prazer poder encontrar novos proprietários para veículos que foram guardados como tesouros por tanto tempo”, disse Rupert Banner, um dos leiloeiros.
FORD BRASIL
A Ford Motor Company está estabelecida no Brasil desde 1919, onde mantém as marcas automotivas Ford, Ford Caminhões e Troller e uma estrutura de 11.500 empregados e quatro fábricas, além do Campo de Provas de Tatuí.
Quando o assunto é São João, a cidade de Santo Antônio de Jesus está no topo entre as cidades da Bahia. Com mais de mais de 250 horas de música e cerca de 120 atrações, que se revezam em dois palcos, a cerveja com lúpulos aromáticos e puro malte: SKOL Hops, não podia ficar de fora dessa mega festa.
Nomes como Luan Santana, Devinho Novaes, Mano Walter, Henrique e Juliano, Dorgival Dantas e as bandas Calcinha Preta, Estakazero, dentre outras fazem parte da grade de atrações.
Quem também está fazendo o maior sucesso na praça da União, local onde acontecem os shows, é a recém lançada SKOL Hops. O soteropolitano Lucas Caldas, 26 anos, que disse sempre passar os festejos juninos em Santo Antônio de Jesus, aprovou a novidade.
“Rapaz, ela (SKOL Hops) é muito boa. Todos os meus amigos já tinham experimentado e eu ainda não. Tava muito curioso pra saber o gosto. Vou te dizer, viu, é muito boa. Leve e saborosa”, disse Lucas.
O gerente de conections da Ambev, Pedro Beltrão, que iniciou os festejos juninos da cervejaria em Santo Antônio de Jesus, explica que a SKOL busca sempre estar presente em grandes eventos.
“A Skol sempre está presente nos momentos de diversão e alegrias das pessoas. O São João, sem dúvidas, é um momento de muita festividade, principalmente para os baianos. Estaremos presentes em grandes celebrações, como as festas de Santo Antônio, Amargosa e Ibicuí, tradicionais no calendário junino, trazendo muitas novidades para o público”, disse o Beltrão, que o responsável pelas festas de São João na Bahia.
Respeitável público: o circo chegou em sua cidade, trazendo o menino que grita mais alto, a mulher com quatro pernas, o cachorro que fala e o palhaço coquinho – aquele que solta pum pelo subaquinho.
No interior do Nordeste, o circo traz a magia e o fascínio com espetáculos de grande valia que sensibilizam os adultos e as crianças. Não existe luxo, uma lona para compor uma tenda que é montada em um sol escaldante sob a qual artistas anônimos trabalham noite e dia, pelo amor à arte. Sem local fixo, o circo se instala em um local público – na terra batida do sertão ou no paralelepípedo da rua da feira. Os veículos antigos e adaptados cercam o espaço que servem como moradia e sustentação dos holofotes que iluminam o negócio circense.
É nesse espaço agitado e mercadológico que mágicos, trapezistas, acrobatas, dançarinas, equilibristas e palhaços tentam tirar seu sustento a partir da alegria dos espectadores. O circo ainda mexe com a vida do povo do interior do Nordeste.
A bilheteria é improvisada e os ingressos são entregues em uma pequena janela recortada no caminhão de cargas; O preço é acessível e o dinheiro gira em cédulas de baixo valor; O espetáculo carrega um valor agregado com as guloseimas ofertadas – pipoca, pirulito, brinquedos, algodão doce, água, pasteis, coxinhas, geladinhos e picolés – a magia do sabor que contagia ainda mais as crianças; O conforto fica por conta de cadeiras que cercam o palco e picadeiro ou por tablados de madeira sustentados por estruturas de ferro fazendo uma composição de arena improvisada.
No adormecer do sol, é hora de iluminar o espaço demarcado para o circo, abrir a bilheteria, colocar o milho na manteiga em uma pipoqueira aquecida por um pequeno botijão de gás localizado ao lado de uma lamparina que serve para aquecer a pipoca. Sete, oito e nove horas as grades de entrada para o circo se abrem e a poeira começa a circular dentro da lona gigante que faz ecos da cultura popular. Antes e durante o espetáculo, os olhares dos telespectadores espiam os movimentos e a cultura popular é traduzida em risadas, gritos, berros, aplausos, vaias e vários outros sons que apenas o entretenimento circense ativa no nosso imaginário coletivo.
É nesse movimento empreendedor que a simplicidade do circo e de seus artistas conseguem construir histórias alegres em um mundo tão repleto de atrocidades, solidão, tristeza e abandonos.
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O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado de Sergipe (MPSE) acionaram a Justiça Federal para que os recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) sejam movimentados em contas da Caixa Econômica Federal ou do Banco do Brasil (BB), como determina a lei. Atualmente, contrariando a legislação, os valores estão no Banco do Estado de Sergipe (Banese).
São réus na ação civil pública a União (Ministério da Educação), o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Estado de Sergipe, a Caixa e o BB. O processo foi baseado em informações do próprio FNDE, que, em notícia enviada ao MPSE, pediu providências contra a atitude do Estado em manter os recursos no Banese. Segundo o FNDE, tal prática é ilegal e “compromete o princípio da transparência e visibilidade no fluxo dos recursos”, ainda que esteja prevista em Resolução do Tribunal de Contas do Estado (TCE/SE).
A lei do Fundeb e o decreto que o regulamenta são claros ao determinar que seus recursos devem ser movimentados na Caixa Econômica Federal ou no Banco do Brasil. A ação afirma que estas são “instituições financeiras que receberam a missão legal para tanto e sobre as quais incidem as regras para garantir a adequada e necessária fiscalização pelos órgãos de controle e pelo próprio controle social”. O documento, assinado pelo procurador da República Ramiro Rockenbach e pelo promotor de Justiça Cláudio Roberto Alfredo de Sousa, afirma ainda que “em Sergipe, porém, não se pode fiscalizar e controlar os recursos da educação como no restante do Brasil”.
Pedidos – Os Ministérios Públicos pedem que a Justiça Federal determine à União e ao FNDE que adotem imediatamente medidas administrativas para que o Estado de Sergipe mantenha os recursos do Fundeb na Caixa ou no BB. Foi requerido ainda que a Justiça Federal obrigue o Estado de Sergipe a decidir, no prazo de cinco dias, se os recursos do Fundeb serão movimentados na Caixa Econômica ou no Banco do Brasil. Feita a escolha, é requerida a transferência de todos os recursos do Fundeb para a conta específica na instituição financeira oficial escolhida em até 30 dias.
Sobre a Caixa e o BB, os Ministérios Públicos pedem à Justiça que, caso escolhidos para movimentar os recursos, sejam obrigados a:
1) Disponibilizar, permanentemente, os extratos bancários da conta específica do Fundeb aos conselhos de acompanhamento e controle social;
2) encaminhar, quando solicitados, os extratos bancários da conta específica do Fundeb ao Poder Legislativo do Estado ou Município, ao Ministério Público (Federal e Estadual) e aos Tribunais de Contas responsáveis pelo controle externo;
3) interagir entre si, de forma a viabilizar a eventual mudança de agente financeiro, adotando os procedimentos bancários requeridos;
4) assegurar uma forma de execução bancária dos recursos por meio eletrônico, de modo a permitir a realização de pagamentos com identificação dos valores pagos e das datas de efetivação, bem como dos beneficiários e finalidades das despesas.
O descumprimento dos pedidos poderá ser punido com multa de R$ 10 mil por qualquer obrigação eventualmente descumprida.
Uma coisa que já percebi que diferencia os alunos americanos dos brasileiros é a obsessão dos americanos por notas. Não todos eles, mas a maioria não se contenta apenas em passar na disciplina. Eles querem a melhor nota, estão em busca do GPA (Grade Point Average), a nota média de todas as disciplinas cursadas que, teoricamente, vai abrir as portas das melhores oportunidades de emprego quando se formarem.
O GPA, assim como o Enem/Enade no Brasil, é uma métrica que simboliza o aproveitamento acadêmico do aluno. Na maioria das vezes, é baseado no conhecimento adquirido e algumas competências desenvolvidas. O método de ensino está fortemente baseado nestes instrumentos. Podemos dizer que uma coisa está dando certo, o quociente de inteligência (QI) vem aumentando ano após ano desde a segunda guerra mundial. Na média mundial em países desenvolvidos, o crescimento chega a 3 pontos por década. Este dado é tão significativo que podemos dizer que se uma criança de hoje fizesse este teste de QI há três gerações seria considerada um gênio.
É importante ter instrumentos que medem o desempenho, a sociedade de um modo geral vem depositando muita fé apenas nestas métricas, a julgar pela reação dos alunos a qualquer menção que possa afetar o GPA deles. Com duas gerações de gênios seria de esperar que nossa sociedade estivesse bem melhor do que estamos hoje, com os problemas de pobreza resolvidos, melhor adaptados para as mudanças climáticas ou livres de discriminações de qualquer espécie. O motivo por não estarmos melhores é que, nos dias de hoje, o QI continua sendo tão importante quanto no século passado, mas não mais importante quanto outras competências, como a criatividade, sabedoria, inteligência emocional ou habilidades sociais, nada disso medido por QI.
O psicólogo Robert Sternberg da Cornell University declarou que estamos construindo uma sociedade de idiotas inteligentes. Seu argumento é que o sistema educacional direciona os jovens para as melhores universidades baseado nos resultados dos testes, muito parecidos com a forma como se mede QI, mas estes jovens não estão efetivamente fazendo as mudanças significativas e necessárias para tornar o mundo melhor, justamente porque nunca lhes disseram que as competências necessárias para protagonizar estas mudanças, e que vão bem além da inteligência, nunca foram medidas, consequentemente nunca foram exigidas deles.
Não vamos colocar em cheque o sistema de ensino, até porque ele cumpre o papel a que se propõe. No entanto, isso não é suficiente. Os chamados changemakers, os protagonistas das mudanças de impacto não são apenas inteligentes. Sua capacidade de perceber a realidade à sua volta, de identificar oportunidades em nichos de atividades não explorados, de ser empático à realidade alheia, de mostrar quem é por meio de ações ao invés de palavras, de demonstrar controle em meio ao caos e à crise, de transmitir calma e serenidade as pessoas à sua volta da mesma forma como as energiza quando é necessário, de entender como as partes se interconectam para formar o todo, entre outras características, todas marcantes, não são formadas pelo sistema de ensino formal.
Posso dizer, baseado em todos os meus anos de experiência docente e auxiliando empreendedores nascentes, que pouquíssimos dos meus alunos com alto GPA se tornarão estes changemakers. Vão ser excelentes funcionários, sem a menor dúvida, mas foram levados a acreditar que a inteligência vai ser a ferramenta de transformação que eles almejam provocar. Quando a realidade mostrar a crueza de suas limitações pode ser tarde demais. A saída? O algo a mais. Junto com a educação formal, ou logo depois de se formar, complementar sua formação com o desenvolvimento de outras competências, preferencialmente por meio de métodos diferentes do ensino tradicional, ter um mentor, viajar, conhecer pessoas diferentes, se desafiar, tentar e errar, aprender arte, aprender línguas, explorar outros sentidos, ampliar a diversidade do seu repertório de experiências.
Não deixe de lado um bom desempenho no ensino formal, pois é o que permite você entrar no jogo, mas é o ‘algo a mais’ que vai te ajudar a ganhar o jogo.
1) Inovação não dará lucro agora. Ela gerará sustentabilidade para o futuro; 2) Empresas lineares sofrerão; 3) Crie uma ‘spinoff’ que tornará sua empresa/negócio atual obsoleta; 4) Time da produção na maioria das vezes não acompanha o comportamento do consumidor; 5) O resgate da “razão de ser” (essência) é o primeiro passo para a verdadeira inovação; 6) A essência da marca não é missão, nem valores ou muito menos visão. De uma vez por todas: essência é a razão pela qual tudo começou. Raison d’être; 7) Na corrida para introduzir os últimos/melhores produtos e serviços, muitas empresas buscam inovações que podem ser interessantes, mas têm pouco a ver com o valor central que atualmente transmitem para os clientes; 8) A nova realidade é que as marcas não controlam o relacionamento. Os consumidores o fazem; 9) “Cultura digere estratégia no café da manhã” — Drucker 10) A maioria das empresas desenvolve suas inovações levando em conta as categorias usuais – mas, ao invés disso, elas deveriam estar buscando fazer “zigue” enquanto os concorrentes fazem “zague”. A agitação do mercado vêm de ideias revolucionárias verdadeiramente novas que levam os clientes a pensar sobre marcas e categorias de maneiras totalmente diferentes.
Esta manhã fui conversar com alguns alunos do ensino médio que fazem parte do projeto Starfish em Indianapolis. A Starfish é uma organização sem fins lucrativos que ajuda jovens em desvantagens econômicas a irem para a universidade e perseguirem sucesso profissional. A conversa, informal, com uns 20 jovens, foi sobre a carreira empreendedora e foi muito reveladora, pois a conversa acabou me levando a perceber algumas coisas que não havia me dado conta antes.
Por exemplo, um dos indicadores que a UIndy mais valoriza é o número de novos alunos da graduação que são os primeiros de suas famílias a ir para a Faculdade. Aparentemente é uma conquista muito importante, uma vez que, para a família, é um sinal de que seu filho pode sonhar com uma carreira ao invés de apenas ter um emprego. O que eu nunca tinha me dado conta é que eu também sou o primeiro da minha família a ir para a Faculdade e apenas conversando com alunos eu entendi a importância deste fato.
Uma das perguntas que me fizeram foi como eu comecei a pensar de forma diferente sobre minhas perspectivas de carreira a ponto de achar que universidade seria um caminho possível para mim. Embora para mim, ir para a Faculdade sempre foi um plano, resgatando minhas lembranças, me dei conta que, o normal era arrumar um emprego e sobreviver dele, esta era a perspectiva de vida entre jovens da minha idade, no bairro em que eu vivi.
Acredito que devo a meus pais esta visão de possibilidades mais ambiciosas, eles sempre me incentivaram a me preparar para a Faculdade, seja por meio do estudo, independentemente de estar em uma escola pública, seja por meio da poupança. Desde que comecei a trabalhar, com 14 anos (naquela época podia) tudo o que eu ganhava era para guardar para uma eventual Faculdade. Ao contrário de meus amigos que também trabalhavam, meus pais queriam que eu guardasse o dinheiro para a Faculdade ao invés de ajudar nas despesas da casa. Era uma vida frugal, simples, mas suficiente para o que precisávamos.
Bem, no final, acabei indo muito além de ter um diploma. Provavelmente eu devo ter tido outros incentivos que me empurraram para frente, antes mesmo de aprender sobre empreendedorismo (isto só aconteceu em 2001 quando fui exposto ao ambiente empreendedor na competição de planos de negócios organizada pela Universidade do Texas). Ainda aproveitando o embalo da curiosidade dos jovens sobre minha trajetória, acabei me lembrando de um marco importante na minha carreira. Minha demissão da Cargill, com 31 anos de idade, 13 anos de empresa, e uma esposa grávida de nossa primeira filha. Foi minha primeira demissão.
Não preciso dizer que o mundo caiu para mim. Minhas certezas, minha autoconfiança, minhas crenças, minha autoimagem e meu orgulho. Em retrospectiva, acho que foi uma das coisas mais importantes que aconteceram na minha vida. A vida às vezes nos dá um chacoalhão para sairmos do marasmo da rotina da nossa vida, pessoal e profissional, para nos despertar para coisas que não estávamos percebendo. Uma demissão, por mais dolorosa que seja, é necessária. Foi a época em que mais aprendi sobre mim mesmo, em que mais refleti sobre o futuro e que realmente me dei conta de que não existe nada assegurado na vida, tudo é transitório e se você não tiver a coragem de ter a iniciativa de mudar, alguém mudará por você, o que é bem pior.
Também falei sobre a decisão de deixar uma carreira promissora em uma multinacional para me dedicar à minha primeira startup, falei sobre quebrar os paradigmas da educação superior porque você acredita que pode fazer mudanças significativas e a coragem de mudar de vida aos 53 anos de idade para um país diferente e com cultura diferente, recomeçando a vida ao abandonar a segurança de uma vida estável, mas congelada, por outra, incerta, mas cheia de possibilidades.
Você deve se perguntar se é preciso um grupo de alunos te fazendo perguntas para começar este tipo de reflexão sobre sua própria vida ou se existe um jeito mais simples de realizar este processo de autodescoberta. Na Polifonia, temos uma atividade muito interessante de autoconhecimento, conhecido como Golden Spiral. Em um amplo espaço aberto, espalhamos pelo piso um número de placas numeradas de 1 a 50, em formato de espiral, iniciando do número 1 no centro da espiral. Cada participante, em ordem sequencial, começa sua jornada na Golden Spiral se posicionando sobre a placa nr. 1 e tentando lembrar de tudo o que puder sobre o seu primeiro ano de vida, em silêncio. Depois passa para a placa 2 e tenta lembrar de tudo de relevância com 2 anos de idade, e assim por diante, até chegar na sua idade atual. Um por um, todos os participantes repetem o processo.
É comum, ao observar os participantes revendo suas jornadas, começarem a rir sozinhos ou a chorar do nada. Na segunda rodada, eles voltam à espiral no ano em que algo relevante aconteceu na vida deles e se reúnem em pequenos grupos para discutir suas lembranças, enfatizando as melhores e as piores memórias e como elas podem ter influenciado as decisões que tomaram na vida que as conduziram até onde estão hoje. O curioso é que sabemos de tudo isso, mas quando resgatamos isso de forma consciente e as compartilhamos, seja neste exercício de autorreflexão ou em outro qualquer, é que percebemos o quando crescemos e evoluímos, e não necessariamente por causa de estímulos positivos, mas por meio de duras lições.
Faça você mesmo esta experiência. Uma forma bastante agradável de fazer isso é revendo fotos antigas dos amigos e da família. Faça isso em silêncio, quando estiver sozinho e tranquilo. Não meça o tempo, fique o tempo que for necessário, tente imergir dentro de suas memórias e faça perguntas a si mesmo sobre suas lembranças: Porque tal evento aconteceu? Como foi sua reação? Como poderia ter sido diferente? Como o fato pode ter influenciado o que você acredita e defende hoje? Redescobrir isso agora muda algo em você? E assim por diante.
Muitas respostas sobre quem somos e porque somos assim, vem do nosso passado, das nossas experiências e nem todas você tem orgulho, mas todas foram válidas pois fizeram de você quem é você hoje. Não podemos mudar o passado, mas aprender mais sobre você olhando para trás te ajuda a olhar para frente de uma forma mais otimista e mais segura.
Todas as empresas e empreendedores individuais encontram-se imersos em milhares de interações de natureza tecnológica e comportamental que definem o cenário onde terão que estabelecer sua rota estratégica e ações táticas.
Muito embora o mundo se torne mais complexo a cada instante: novos canais surjam, estilos de comunicação sofram profundas alterações e haja uma progressiva mutação no modo como o mercado decide satisfazer suas necessidades (básicas e complementares), algumas coisas continuam válidas:
1) Mesmo possuindo excelente feeling e intuição, em mercados mais complexos, o grau de racionalidade é demanda crescente e condição sine qua non de sustentabilidade de todo e qualquer negócio;
2) Tornar a complexidade do ambiente de negócios suficientemente navegável é papel da gestão e do planejamento, em especial da elaboração de um bom plano de negócios; e,
3) Pensar no curto, médio e longo prazos, logo de saída tornou-se uma necessidade, o que pressupõe um plano de marketing estratégico e outro tático.
Ou seja, a seguinte lista de conceitos/ações continua indispensável:
a. Definição da missão, visão e valores
b. Análise de impacto financeiro
c. Análise SWOT
d. Análise de risco
e. Análise de Portfólio
f. Objetivos de Marketing (ênfase em posicionamento)
g. Plano de negócios
h. Estratégias de Marketing
i. Gestão de capitais intangíveis, recursos e budget
j. Plano de Contingências
Claro que muitas novas nuances definem o momento atual do mercado; quando pensamos em sucesso no longo prazo, muitas vezes não estamos pensando em empresas centenárias como no passado, ou empresas cujo core competence não sofra alterações significativas, mas estamos pensando em empresas que poderão ser negociadas no futuro com excelente valor de mercado para todos os seus stakeholders (sejam dois sócios e alguns funcionários e parceiros em um pequeno negócio, ou uma enorme rede de investidores e fundos em grandes corporações). Longevidade passa a ser medida não somente em tempo, mas em capacidade futura de monetização de ativos e esforços de marketing demandados até então. Lembremos que algumas companhias serão compradas por outras maiores para serem incorporadas; outras, simplesmente para serem fechadas.
Para que nosso empreendimento e carreira possam estar up to date com a era em que vivemos, alguns clássicos da lição de casa precisam estar sempre muito bem feitos:
1) Cuidar com excelência de sua equipe e seus clientes, com zelo inteligente, sincero e dedicado;
2) Continuar inovando e gerando diferenciais nobres (não pobres);
3) Cultivar uma insatisfação transformada em “paranoia produtiva”;
4) Criar mecanismos para que os parceiros participem efetivamente do crescimento;
5) Crescer inteligentemente, mais em qualidade, volume de negócios e resultado que, necessariamente, em tamanho;
6) Viver efetivamente seus valores; e,
7) Não cultivar a doença do anacronismo.
Como sempre digo: Não somos responsáveis por tudo que afeta os nossos negócios, mas somos responsáveis por tudo o que nosso negócio é capaz de afetar.
Fazer bem feita a lição de casa do marketing sempre dividirá o mundo entre profissionais e amadores, pessoas com “sorte” e criadoras de “sorte”.
Afete o mercado, afete sua equipe, afete seus clientes, afete a concorrência, afete os entrantes, veteranos, investidores, enfim, afete o mundo com uma identidade tão profunda, fundamentada e única que seja impossível ser indiferente à sua existência no universo.