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O lado bom da crise

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Não vou abrir minha coluna hoje falando de estatísticas para comprovar aquilo que todo mundo já sabe e que os economistas podem falar melhor do que eu. Estamos em crise. Para você que está pensando em abrir um negócio novo, também não vou relembrar que onde há crise, há oportunidades, pois já explorei este aspecto em entrevista neste mesmo veículo há mais de 10 anos
Se você, por outro lado, já tem um negócio próprio, a crise também tem seu lado bom e vou explicar alguns motivos para olhar com bons olhos este difícil momento que a maioria dos empreendedores do país estão passando:

1) A crise é um filtro natural que elimina o ruim e deixa o bom. Sabe aqueles momentos em que você ficava se martirizando pelo dinheiro gasto com treinamento de funcionários, por ter que trocar um produto para atender uma reclamação do cliente, por causa da alta carga tributária ou pagando consultores para organizar suas finanças? Bem, este é o momento de colher os frutos que você semeou. Na crise, apenas os fortes sobrevivem. Todos os seus concorrentes que não administraram bem seus caixas, sonegaram, não investiram no relacionamento com os clientes, nem com os funcionários, menosprezaram seus controles, agora estão prestes a deixar o mercado para você. Lembre-se, mesmo com crise, o mercado continua demandando produtos e serviços, portanto, o importante nestas horas, é sobreviver por mais tempo que seu concorrente, pois quem aguentar mais fica com o mercado do outro.

2) A crise nos obriga a fortalecer nossos pontos fortes, minimizar os efeitos negativos dos pontos fracos e buscar eficiência na exploração máxima de recursos escassos. Em momentos de bonança, é fácil desperdiçar, ignorar clientes ruins, trocar de funcionários, obter empréstimos e tolerar fornecedores ineficientes. Ambientes econômicos favoráveis tornam as pessoas lenientes e preguiçosas, assim como os negócios. Na crise, por outro lado, somos obrigados a melhorar nossas operações, reter clientes, reduzir custos e explorar nossos pontos fortes para sobreviver. Diante da crise, somos mais zelosos com nosso patrimônio, cuidamos melhor de nossos recursos mais escassos e prestamos mais atenção nas métricas de desempenho. Com a crise, nos tornamos melhores.

3) A crise reforça nossos valores e nos faz rever nossos conceitos. Em muitos casos, diante de uma crise, perda de clientes, queda nas receitas e todo indicador de desempenho ruim, somos capazes de repensar nosso negócio e analisar se tudo isso faz sentido para nossas vidas. Muitas vezes, o sucesso nos torna escravos do nosso negócio. Com o crescimento, nosso negócio acaba se transformando em algo diferente de quando começamos e nem sempre estamos satisfeitos com os rumos que o negócio toma, mas não ousamos mudar, porque está dando certo e segue prosperando. A crise é uma das poucas oportunidades que surgem para revermos o nosso futuro com este negócio. Muita gente critica empreendedores que vendem seus negócios na crise, mas não devemos fazer juízo de valor sem saber o que está por trás deste tipo de decisão. Se o negócio não faz mais sentido para o empreendedor, ele não tem motivo para continuar e vender o negócio pode ser o mais sensato a fazer.

4) A crise estimula nossa criatividade. Nossas melhores ideias não surgem quando estamos inspirados, nem quando estamos com todos os recursos na mão. As melhores ideias não aparecem quando queremos nem quando achamos que estamos prontos. As melhores ideias aparecem quando precisamos delas. Quando nossos recursos se esgotaram, quando aparentemente não há mais outras saídas. Quando estamos no desespero. É impressionante como a mente trabalha quando é colocada à prova, como arriscamos a fazer coisas que não faríamos em condições normais, simplesmente porque, no fundo do poço, não temos mais nada a perder. Nestas horas, passamos a considerar alternativas que teriam sido imediatamente descartadas em outras condições e estas alternativas acabam se tornando as melhores.

5) A crise nos dá a oportunidade de recomeçar. Se tudo deu errado e seu negócio foi pro buraco, não fique triste, levante os cacos, recupere o fôlego, erga a cabeça e tente de novo. O brasileiro é conhecido como um dos povos mais capazes de superar adversidades do mundo, não necessariamente porque ele seja altamente capacitado, mas provavelmente porque ele não tem opção. Tem que se virar, tem que dar um jeito. Se a crise te derrubou, você pode ter perdido muita coisa, dinheiro, família, amigos, auto-estima, mas uma coisa você também com certeza ganhou: um aprendizado pela experiência que nenhuma universidade seria capaz de te ensinar. Este valiosíssimo aprendizado vai te diferenciar perante outros empreendedores, vai ter tornar mais cauteloso, vai te fazer ficar mais esperto e atento, vai fazer você não mais menosprezar detalhes, talvez seja tudo o que você precisava para se tornar um verdadeiro empreendedor. Portanto, não jogue esta oportunidade fora, simplesmente desistindo, pois se existe algo que todo empreendedor bem sucedido pode falar com orgulho sobre sua história é a experiência de já ter fracassado na vida.

Buscas por voz: como isso mudará o resultado de buscas

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As buscas por voz e os assistentes pessoais trazem novos desafios para os profissionais de marketing. As pesquisas por voz em desktops e dispositivos móveis são uma realidade que deve mudar radicalmente o futuro do SEO, por exemplo.

O objetivo das buscas por voz, de modo semelhante às buscas tradicionais, é auxiliar o usuário a realizar tarefas cotidianas em tempo real, como encontrar um produto, pessoa ou informação. No entanto, o usuário espera respostas diretas desta nova forma de pesquisa, o que afetará a maneira de pesquisar do internauta com o passar do tempo e, portanto, a conduta com relação às palavras-chave torna-se outra.

Mas como funcionam as buscas por voz?

As pesquisas por voz através dos smartphones atualmente são as mais difundidas em todo o mundo, entretanto, as possibilidades para esse tipo de busca são:

Busca tradicional

A pesquisa por voz em desktops ainda não pode ser utilizada por todos os usuários, mas já é uma realidade nos laboratórios do Google. Semelhante ao sistema empregado no Android, essa ferramenta poderá será acessada através de um microfone no campo de pesquisa.

Busca em website

O novo serviço do Google poderá ser usufruído ainda em páginas particulares. Os usuários que utilizam os mecanismos de buscas em seus sites poderão disponibilizar a pesquisa por voz apenas adicionando uma linha de comando no código do site.

Busca em mobile

A mais conhecida busca por voz tem como principais ferramentas o Google Now, utilizada em Android, a Siri, para iOS, e a Cortana, desenvolvida para Windows e outros sistemas.

Todas as três ferramentas foram desenvolvidas para uma compreensão contextual. Ou seja, muito além das palavras-chave, elas são capazes de responder a interrogações complexas com respostas mais objetivas. Vale lembrar ainda que o Google Now e a Siri são integradas aos seus sistemas operacionais, enquanto a Cortana pode ser usada também no Android e no iOS.


Como a busca por voz vai mudar o conteúdo de marketing

As novas formas de realizar pesquisas na internet vão impactar tanto o usuário quanto os profissionais de marketing. De modo geral, os smartphones são os grandes favorecidos com a alternativa, uma vez que falar ao microfone por esses dispositivos é muito mais simples e prático. Por outro lado, quem acessa a internet por desktops ou laptops também perceberá vantagens em utilizar o mecanismo.

Realizar uma busca sem precisar digitar cada palavra no teclado, por si, já é uma vantagem. Ou ainda, caso a pesquisa seja por um termo que o usuário não conhece a grafia exata, o assistente pessoal se encarregará de reconhecer a palavra falada.

Quem trabalha com marketing digital deverá se encarregar de adotar uma linguagem mais “conversacional” ao conteúdo que for publicar para atrair mais visitantes. O sistema que está cada vez mais próximo da realidade de todos os internautas é curioso e inovador, já apresentando dados interessantes como:


1. Buscas por voz têm em torno de três palavras, mas isso é só o começo

Segundo dados da Microsoft, a Cortana apresentou 33% de buscas originadas nas pesquisas por voz em apenas três meses após o lançamento da ferramenta. Observou-se também que as perguntas pesquisadas por texto foram mais curtas (por volta de duas palavras), enquanto as perguntas buscadas por voz mais bem-sucedidas contavam com três palavras.

O número significativo de buscas por voz com apenas três palavras é bastante curioso, pois se reconhece que o discurso falado normalmente é mais extenso. Por outro lado, deve-se considerar que o mecanismo foi adotado há pouco tempo e que, portanto, os hábitos dos usuários irão evoluir aos poucos.

Cabe considerar que, à medida que as buscas por voz forem se popularizando, ocorrerão mudanças radicais nas condutas de pesquisa. Ainda que não existam tendências evidentes que apontem um crescimento na contagem de palavras das perguntas, pode-se supor que mais à frente a pesquisa por voz aconteça de maneira mais pessoal, descritiva e particular.

2. Frases interrogativas são maioria neste tipo de busca

A curiosidade humana é manifestada também nas buscas por voz. De acordo com dados do Google, existe um crescimento de 61% em frases interrogativas nas pesquisas. Os enunciados englobam termos de conversação como “quem”, “o quê”, “onde”, “quando” e “como”.

As frases que mostram uma dúvida têm uma probabilidade maior de aparecerem na fala do que na digitação. Exemplificando, pense que você procura pelo termo “Steve Jobs”, mas, ao falar, pergunta “quem é Steve Jobs?” Percebe-se, assim, que esta é uma forma de busca que aparecerá mais nos comandos por voz do que comumente aparecem nas buscas tradicionais.

Questões de conversação oferecem uma possibilidade muito maior de supor a intenção do pesquisador. Dessa forma, esse novo tipo de pesquisa alterará também a maneira de produzir conteúdo original e personalizado, a fim de que apareça adequadamente nos resultados.

3. Microempresas e negócios locais devem se adaptar às mudanças

Há pouco mais de três anos, o gigante de pesquisa atualizou seu sistema para que o usuário tenha resultados mais específicos e interessantes quando pesquisa sobre sua localização atual e atividades para fazer no seu entorno. O Google considera ainda os dados históricos do pesquisador, a fim de alcançar maior relevância contextual nos resultados.

De acordo com pesquisa realizada pela empresa norte-americana Mediative, 89% dos usuários buscam por um negócio local em seus smartphones no mínimo uma vez por semana, sendo que 58% deles pesquisam pelo menos uma vez por dia.

As pessoas buscam por negócios locais geralmente dos seus smartphones, pela facilidade de acesso ou por não estarem em sua região de residência. Sabendo disso, é evidente que a busca por voz é muito mais provável de ser fundamentada localmente do que a busca por texto.

Aliar a pesquisa por voz aos resultados locais do Google é, portanto, uma grande oportunidade para alavancar negócios com presença regional. Deve-se considerar incluir ao conteúdo palavras-chave que englobem referências locais e lugares próximos. De acordo com o Google, consumidores preferem informações locais em anúncios e 18% das buscas locais feitas por dispositivos móveis levam à venda em até um dia.

A proliferação dos zumbis

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Muitos ainda não se deram conta do fim da modelagem. Em verdade, ela já nasceu falida, embora com um excelente apelo de comunicação no estilo: “Obtenha os mesmos resultados dos melhores profissionais e melhores empresas, sem precisar passar por toda a curva de aprendizado a que se submeteram”.

Foi assim que as bases de uma abordagem científica, unindo psicologia e neurociência tornou-se a banalização da “PNL de mercado”, assim surgiram os falsos gurus da administração moderna. Até agora a pouco tinha muita gente querendo seguir o estilo X de “empreendedorismo” e gestão, imaginando que “eikear” era sinônimo de sucesso…

Não por outra razão, cresce, alucinadamente, o número de hamburguerias, sorbeterias (com b mesmo), boulangeries e chocolaterias “artesanais”, entre outros.

Empresários inexperientes querem saber qual o modelo de sucesso dos que deram certo. Terapeutas tentam modelar o êxito daqueles, que de forma breve e assertiva, resolvem casos que anos de clínica convencional não conseguiram solucionar. Escritores fazem cursos sobre como escreviam os grandes mestres da literatura e, aspirantes a palestrante gastam muito dinheiro em cursos, livros, DVDs e “oportunidades” de estarem entre os Top 10. Tudo isto só “modelando”, sem trilhar o caminho.

Na esfera digital, todos querem implantar o modelo de funil de vendas e reinventam modelos de “pirâmides” mais politicamente “corretas”, e por aí vamos…

Passado o entusiasmo e gasto o dinheiro (porque é gasto, não investimento), todos chegam a uma mesma conclusão: o sistema de modelagem está falido.

Quem tentou carreira de stand-up “modelando” outros humoristas e comediantes, perdeu a graça que não chegou a ter; o êxito dos varejos modelados ocorreu somente no “mês da novidade”, enquanto imperava a curiosidade do público; os terapeutas jamais conseguiram os resultados de seus mestres modelados; os aspirantes a palestrantes não alavancaram como gostariam; os escritores não entenderam o segredo do sucesso dos grandes mestres da literatura; e a enxurrada de congressos online vai em queda livre…

Tudo porque alguém acreditou na modelagem.

Que empresas e profissionais se inspirem em outros que admiram e busquem aprender (aprender e copiar não são sinônimos) é legítimo e natural. Que se perceba a lógica de um dado negócio – e sutilezas e oportunidades por ele vislumbradas – também está ok. Buscar utilizar benchmarking sem confundir o conceito também vale muito, mas acreditar em uma sociedade de “zumbis” (corpos “modelados” que agem sem alma) equivale a jogar no lixo tempo de existência – e tempo é vida!

Não haverá sucesso autêntico sem identidade e essência descoberta, revelada, vivida e aperfeiçoada e isto não se pode modelar. As hamburguerias, sorbeterias, escritores, sites, portais, congressos online, terapeutas e todos os outros zumbis modelados estão condenados ao fim de todo e qualquer zumbi – a mera autodestruição.

Desconfie do homem nu que te oferece uma camisa. Desconfie de qualquer modelo que não seja desenvolvido por você e para você ou sua empresa. Desconfie de qualquer modelo que sirva para todos os tamanhos, gêneros, idades e histórias de vida. Desconfie dos que lhe vendem promessas “recheadas” de muito êxito e pouco trabalho.

Na ausência da essência que lhe deu contexto e existência, todo modelo é apenas uma teoria de quem, não entendendo como se chega ao resultado, explica apenas a aparência do que vê e perde toda a qualidade do essencial “exuperiano” invisível aos olhos.

Se você quiser ser bom no que faz, aprenda a viver sem modelos, você não encontrará ninguém grande ou algo genial na contramão da constatação deste fato. Genialidade e sucesso não se produzem, de maneira sustentável, por obra de engenharia (nem mesmo reversa).

Desperte, trabalhe e vença!

Extensão de marca: mitos e verdades

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Campanha Dove Beleza Real

A extensão da marca – aplicações de uma marca conhecida a novas categorias de produto – é um dos assuntos mais polêmicos do marketing e branding. Muitos julgam que esta estratégia é a solução para negócios que buscam diversificação e alcance, mas é importante que seja analisada com muito cuidado e sabedoria. Também é possível argumentar que tal escolha tende a criar um déficit emocional, confusão na mente dos stakeholders. Uma coisa é certa: as empresas não podem perder o foco – conceito caro para nós marquetólogos. A Harley-Davidson, por exemplo, já é totalmente entendida; não há mais nenhuma história a ser contada. Embora ela possua uma identidade potente e seja fortemente embasada no arquétipo do “fora da lei”, o ‘equity’ da marca não é profundo – portanto, buscar novas categorias para estender, como perfumaria (algo que a empresa de fato tentou), torna os novos produtos desconectados, forçados, obnubilados e distantes. Já a Dove, uma marca de tratamento de beleza, revelou surpreendentes e estimulantes atributos e valores ao longo da duração de sua campanha pela Beleza Real e acompanhando extensões de marca – evoluindo de uma autoafirmação defensiva para uma consolidação mais pró-ativa.

 

Sempre pergunte-se: será que esta extensão sob único guarda-chuva será suficiente para ganhar novos consumidores e, principalmente, manter o cliente que já é fiel à marca? Aqui cabe lembrar que o fato de uma marca ser forte e tradicional no mercado, além de ser flexível, não significa que a sua extensão seja um sucesso em relação aos concorrentes com maior economia de escala, mais rápidos e com melhor relacionamento com os fornecedores da categoria. Não podemos esquecer que o mercado é cada vez mais competitivo e mutante. Em outras palavras: o teste de entropia de marca (processo que o consumidor informa até qual território ele enxerga a marca operando) é somente o primeiro estágio. Flexibilidade não significa sucesso imediato, é fundamental acrescentar a este estudo a medição do ecossistema mercadológico e as reais necessidades do público-alvo. É importante fazer conta. Matemática é sine qua non.

 

Ademais: quando, para essa mesma coluna, entrevistei minha colega americana Denise Lee Yohn, a especialista foi enfática ao afirmar que “os profissionais de Marketing devem examinar a profundidade da identidade de sua marca e determinar se sua narrativa tem ou não a qualidade produtiva sedutora necessária para sustentar extensões. Caso contrário, isso não significa que a marca e o negócio não podem crescer”. Que fique claro: o trabalho de extensão não é a única forma das marcas amadurecidas alcançarem ‘momentum’ e alavancarem valor. Novas formas de comunicação e inovação da mensagem, por exemplo, podem criar curiosidade e apelo. Além disso, alternativas como a construção da sua marca junto a novos segmentos ou a identificação de novos pontos de contato, experimentando a marca nos mesmos, podem alavancar um crescimento no negócio.
Em muitos casos as extensões de marca atendem mais aos acionistas do que o consumidor e por isso são feitas de maneira precipitada, visando o lucro no curto prazo e comprometendo um longo trabalho de “brand-building”. A primeira questão a ser levantada é: a marca é flexível suficientemente para outros mercados? Já a segunda indagação é mais do que vital para o sucesso desta empreitada: posso vencer a competição e ter lucro não apenas em curto, mas também em longo prazo neste novo território, principalmente com o uso cada vez mais frequente da web para alavancar ou derrubar uma marca? Bem, fica aqui a reflexão e o desafio.
Curso de Branding com Gabriel Rossi acontece nos dias 17 e 18 de fevereiro na ESPM em São Paulo, inscreva-se no link: http://www2.espm.br/cursos/espm-sao-paulo/branding-como-construir-e-gerenciar-marcas-vencedoras

Porque insistimos em trilhar caminhos que sabemos que são errados?

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Uma vez apresentei um desafio para minha equipe no Citibank, que eu estava formando para serem mais intraempreendedores, com mais autonomia e desenvolvendo soluções criativas para o nosso trabalho de implantação de sistemas de internet banking. Quando falei em desafio, o empolgamento era uníssono: ‘Desafio? Oba! Adoramos desafios’, já doutrinados à expectativa de que intraempreendedores são motivados pelo desafio. Falar é uma coisa, encarar o desafio é outra totalmente diferente, como se viu ao longo das semanas seguintes.
O desafio era reduzir em 40% o tempo gasto para implantar um sistema em um cliente novo do banco (nosso sistema atendia apenas empresas). Na época, levava-se em média 48 dias para um novo cliente se tornar operacional e transacionar com o banco, ou seja, 48 dias sem gerar receita com este cliente novo. O desafio que estabelecemos foi reduzir para um mês em média. No início, todos empolgados, energizados, auto-motivados. Nada melhor do que resolver um problema grande e de alta relevância tanto para o banco como para o cliente. Uma sessão de brainstorming trouxe algumas ideias interessantes. Uma delas foi adotada, que não vem ao caso detalhar tecnicamente aqui neste texto, mas foi a que pareceu ter mais chances de atingir o objetivo com menos riscos.

Dado o alto engajamento de toda a equipe, formada por 12 analistas, eu tentei interferir o menos possível, deixei que se auto gerenciassem e fui acompanhando à distância o seu desempenho. Diante das primeiras dificuldades de conseguir os dados necessários, já vi o arrefecimento do entusiasmo deles. Outras dificuldades foram surgindo como orçamento limitado e falta de apoio de outras áreas envolvidas no processo de implantação. Um mês depois, nem todos vinham às reuniões, discussões e até brigas iam minando a coesão do grupo e os avanços no projeto estavam ficando mais espaçados.

Chamei os líderes para conversar e o discurso antes que era só de planos e possibilidades mudou para desculpas e justificativas sobre o que não estava dando certo. O interessante é que os líderes não estavam em nenhuma das justificativas apresentadas. Sempre havia um ou mais culpados e os culpados eram sempre os outros. Diante disso, vi que a autogestão não estava funcionando e resolvi assumir as rédeas do projeto, mas para isso, era preciso despertar novamente o senso de pertencimento dos funcionários e fiz isso retomando o propósito do projeto, não o objetivo, mas o significado e a importância daquele projeto para eles, para mim, para o cliente e para o banco. Acho que meu discurso foi mais ou menos assim:
“No começo vocês acharam que ia ser fácil. Quem pôs isso na cabeça de vocês? Todo intraempreendedor sabe que um desafio só é de fato desafiador se for difícil. Na hora de escolher as ideias, vocês procuraram, talvez institivamente, o caminho mais curto, não o melhor caminho, porque o melhor caminho era mais difícil. O pior é que o caminho mais curto se mostrou mais difícil do que vocês esperavam e, por não estarem preparados para algo complexo, vocês viram o trabalho que seria necessário, a dedicação necessária e automaticamente compararam com suas outras atribuições. Foi natural mudar suas prioridades e deixar este projeto em segundo plano.”

Todos começaram a falar ao mesmo tempo. Porque fulano de tal não entendeu a ideia, porque outro criou propositadamente barreiras para eles, porque não tem tempo para o projeto, tem outras demandas, porque só vai funcionar se o diretor aprovar, porque faltaram melhores orientações, porque não tem orçamento. Eu interrompi eles:
“Vocês perceberam o que estão falando? Vocês estão se comportando como qualquer outro funcionário daqui, um discurso do porque não pode ser feito. O que temos conversado há meses? O intraempreendedor tem outro discurso, o discurso das possibilidades, olha como vocês entenderam, mas não conseguem mudar seu jeito de pensar, não é falar porque não vai dar certo e sim falar como poderá dar certo.” Subitamente todos pararam de falar. Senti que entenderam o recado e estavam se autopoliciando sobre suas próximas palavras, enchendo a sala com um constrangedor silêncio.

Continuei:
“Vamos retomar nossas primeiras reuniões, lembram porque este projeto é importante? É importante para quem? É importante porque? Que benefícios vai trazer?” Aos poucos começaram a fazer uso da palavra novamente, falando porque é importante para o usuário, como que o banco iria ganhar, quais os benefícios para os departamentos transacionais do banco, como iriam reduzir retrabalhos internos, de que forma o tempo deles seria otimizado para outras coisas. Aos poucos as ideias voltaram a surgir, o tom de voz foi aumentando, mais gente falando ao mesmo tempo, mais gente querendo contribuir, logo passaram para a ideia, consideraram que a ideia não era tão boa assim, mas viram também que podiam aproveitá-la para fazer algo mais simples, mais efetivo e que dependesse só deles. A energia voltou e logo abraçaram esta nova e mais simples ideia. Em dois meses implantaram e começaram a colher os primeiros resultados.
Com o tempo, a ideia foi evoluindo e outras áreas, vendo os benefícios, começaram a contribuir também com ideias para agregar ao sistema novo existente, com suas sugestões implantadas, a solução foi se tornando mais complexa, mais abrangente e mais eficaz. Quando saí do banco, o tempo médio de implantação de sistemas já era de 25 dias e ainda estavam melhorando os processos.

Embora ninguém queira se sentir fracassado, muitas vezes é um sentimento importante para usar como aprendizado, como forma de colocar o pé no chão e abandonar ilusões e ideias pré-concebidas ou preconceituosas. O fracasso nos ensina coisas que não poderíamos aprender de outra forma, o que leva à outra lição: O trabalho em equipe só funciona quando, diante de falhas e erros, cada um procure em si mesmo onde errou e o que poderia ter feito de diferente antes de culpar os outros. Mesmo que sinta que não errou e que você fez a sua parte, declare publicamente alguma omissão ou algo que você poderia ter feito, assuma alguma culpa. O primeiro que faz isso é o líder e este tipo de declaração deve inspirar os outros a fazer o mesmo e assim construir uma relação de comprometimento mútuo e identidade coletiva.
Outra coisa que percebi é que todos gostam da liberdade, mas nem sempre estão preparados para arcar com as responsabilidades que vem junto. Ser um líder quando tudo vai bem é uma coisa, mas os verdadeiros líderes emergem quando as coisas vão mal. As crises são as melhores escolas de liderança. Se queremos formar líderes, não devemos tentar protege-los, devemos deixá-los lidar com as circunstâncias emergentes e até mesmo, criar crises propositadamente, desestabilizar o ambiente de alguma forma, para leva-los aos seus limites.
Por fim, a coragem. Quando a importância do projeto fica clara para todos e todos se identificam com os mesmos propósitos, o grupo ganha coragem para recuar e tomar outro caminho ou muitas vezes até mesmo recomeçar do zero, se julgarem necessário. Não querer sair do caminho errado porque já trilhou muito deste caminho é insistir com o erro e aceitar resultados medíocres, que não condizem com o espírito empreendedor que queremos fomentar.

Se você se sente desconfortável com o caminho que escolheu, se sente que escolheu errado, se este sentimento é generalizado na equipe, porque continuar? Porque insistir? Existe a esperança de que este caminho faça sentido no final? Onde existe paixão, onde existe crença, não existem caminhos errados, só os certos. Pode custar caro, mas não faz sentido continuar um caminho errado. São estas crenças e princípios que forjam a determinação e a perseverança do empreendedor, pois podem existir vários caminhos certos, mas nunca insistimos em caminhos que sabemos que são errados.

Da expectativa de alcançar para a jornada de possibilidades

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Esta manhã eu acordei, troquei de roupa e comecei a correr. Esta é a minha rotina nas manhãs de domingo. Hoje o dia estava especialmente frio, 9° C. A baixa temperatura não me incomoda muito, pois depois de alguns minutos já estou aquecido. O que realmente me incomoda é respirar o ar frio. Meus pulmões sofrem com dor depois de alguns minutos e eu geralmente tenho que parar.
Por alguma razão, esta manhã eu não tive que parar. Na verdade, algo incomum aconteceu. Toda vez que eu corro, estabeleço metas para medir meu desempenho. Eu não sou um ótimo corredor, na verdade, eu não gosto de correr e eu só faço isso para me manter saudável. Eu perco a respiração muito facilmente e é um enorme esforço para conquistar as marcas que eu estabeleço para mim mesmo. Posso correr até 10 minutos direto e depois diminuo o ritmo por uns 5 minutos antes de dar outro sprint. A primeira meta é a mais difícil de alcançar porque o corpo ainda está frio. Aqui perto de casa, esta meta é um semáforo aqui perto, exatamente 15 minutos depois que saio de casa.

 

Bem, então o que aconteceu hoje de diferente para eu não sentir a necessidade de parar? Hoje eu mudei a playlist que eu costumo ouvir. Em vez da tradicional playlist de fitness e corrida que eu uso sempre, eu escolhi uma playlist de rock dos anos 80. Embora não seja exatamente apropriada para correr, eu gostei de ouvir algumas músicas da minha época. Comecei a cantar enquanto corria e me distraí totalmente. Quando me dei conta, olhei à minha volta e não reconheci onde eu estava. Tive que consultar o celular pra saber onde eu estava. Fiquei surpreso ao constatar que eu passei o semáforo há muito tempo. Ao checar o relógio, percebi que eu corri mais de meia hora sem perder a respiração.

 

O que aconteceu? Eu realmente fiquei chocado porque eu nunca poderia imaginar que seria possível correr tanto. Será que é porque eu estava distraído? Será que foi porque eu mudei a lista de reprodução e correr ganhou um significado diferente desta vez? É difícil de explicar. Eu posso pensar em algumas explicações possíveis para esse fenômeno, mas como eu não sou um médico, não leve muito a sério, apenas uma suposição baseada na minha experiência. Durante toda a nossa vida aprendemos a definir objetivos e tentamos alcançá-los. Muitas pessoas aprendem a planejar suas vidas de acordo com o alcance de metas, o que é absolutamente razoável, pois desta forma podemos medir nosso desempenho e crescimento. Estabelecer metas, por outro lado, pode ser complicado também.

 

É possível que o mesmo objetivo que tentamos alcançar também possa ser nossa limitação?
É possível que possamos fazer muito mais do que acreditamos que podemos, mas não acreditamos porque estamos presos a nossos objetivos?
Quando não estamos tentando atingir um objetivo, mas em vez disso, apenas desfrutando a viagem, estamos pensando em possibilidades. Pensar em termos de possibilidades nos dá muito mais espaço para alcançar resultados diferentes e mais impactantes do que atingir metas de curto prazo. Os esforços não podem ser medidos da mesma maneira quando se compara o comportamento de “tentar alcançar” com a abordagem “o melhor de você”. A motivação intrínseca funciona assim, um motor interno que alimenta a nossa determinação e perseverança para realizar algo que está muito mais acima do que uma meta que estabelecemos que o estabelecimento de metas não poderia proporcionar.

 

Eis um exemplo: A preocupação principal dos meus alunos é passar no meu curso, os alunos mais ambiciosos querem obter um ‘A’. Bem, eu acho que o desempenho deles pode ser prejudicado por esta armadilha do ‘A’. Quem sabe qual deles pode fazer muito mais do que apenas obter um ‘A’? Quem sabe qual deles pode ser o próximo Steve Jobs e nosso sistema de classificação está nos impedindo de identificá-lo?
Eu gostaria de testar minha teoria com meus alunos, mas como eu poderia tirar a mente deles deste sistema de classificação? Talvez se eu começasse o semestre abrir o termo concedendo um ‘A’ a todos, então eles não ficariam pensando nisto o tempo todo… Bem, eu não sei, talvez nunca mais venham ao curso depois disso! Por outro lado, se eu prometer a eles uma grande jornada, com uma incrível experiência educacional equivalente à minha playlist de rock dos anos 80, por que não?

 

Faça você um teste. Existe alguma coisa em seu trabalho que você realmente gosta de fazer? Existem metas relacionadas a esta tarefa que você precisa atingir todo mês ou ano? OK, então, esqueça esse objetivo. Basta assumir a tarefa e fazer o que você acha que é certo e fazer o seu melhor. Não se importe mais com os objetivos. Aprecie fazer esta tarefa, explorar o prazer de dar o melhor de si em algo que você realmente acredita. Em seguida, verifique os resultados e você provavelmente vai confirmar que é muito melhor acreditar que está trilhando sua jornada de possibilidades do que ter um esforço enorme para tentar alcançar os objetivos.

 

As duas faces da comunicação de políticos eleitos

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Não importa a filiação partidária, os interesses ou até os pontos de vista. A maioria dos políticos ainda peca na maneira anômala de tratar o eleitor antes e depois da eleição. Na área de comunicação, são eles aprendizes de Jano, o deus romano que deu origem ao nome do mês de janeiro, conhecido por ter duas faces, uma olhando para a frente e outra para trás. Eles mudam de uma posição democrática de trocas de ideias com a população para uma atitude de reclusão cercada de poder. A comprovação pode ser aferida pela mudança de postura nos canais de comunicação com a população. Tal quadro vem melhorando. João Dória (até o momento) e ACM Neto são boas surpresas. Mas ainda é pouco. Muito pouco.

Até outubro, ou no máximo novembro, políticos são entusiastas da internet. Sites, blogs, redes sociais… mantêm diversas formas de chegar ao eleitor, e de receber dele sugestões e reclamações. Eleições ganhas, fim dos canais de comunicação. O Twitter, por exemplo, fica desativado desde que são eleitos. E não há qualquer explicação a seus milhares de seguidores.

A situação não é nova, é verdade. A presidente impichada Dilma Rousseff foi a primeira a abandonar o Twitter dias depois de sua eleição. Desde 2010, após pedidos de apoio para chegar à Presidência da República, não foi foi capaz de postar qualquer dado, informação na rede. E olha que lá está uma mensagem clara, de 16 de novembro de 2010: “Vamos continuar conversando aqui de vez em quando. Aproveito p/agradecer as muitas mensagens de carinho de vcs (sic). São um grande estímulo”. Infelizmente, a promessa não virou realidade.

Dilma é apenas um exemplo emblemático do que não se deve fazer na internet – principalmente por ser pessoa pública. Os políticos ainda tratam as redes sociais como uma brincadeira passageira, algo que pode ser abandonado da noite para o dia, como uma ferramenta para ganhar votos, nada mais. Falta olhar para a web como um canal revolucionário de comunicação direta com milhões de pessoas. Não é possível ter uma face antes do voto e outra depois.

Um exemplo interessante é o do ex – vereador de São Paulo e agora Secretário do Desenvolvimento Social Floriano Pesaro. Em seu site o cidadão pode opinar sobre diversos assuntos de interesse. Quando Pesaro foi vereador, era possível “votar” nas propostas enviadas por ele à Câmara, antes mesmo que os próprios parlamentares paulistanos o façam. O visitante ainda podia conferir todas as despesas do gabinete, mês a mês, e fazer sugestões para seu mandato. Além disso, o Secretário atualmente mantêm suas redes sociais constantemente atualizadas. Não o conheço, mas cito o caso exatamente pela boa inciativa.

Outro caso promissor, como citado anteriormente, é o do prefeito baiano ACM Neto. Ele atualiza frequentemente o Twitter com informações sobre seu trabalho cotidiano na Prefeitura, além de responder a algumas das mensagens que lhe são direcionadas. Sua atividade, que já é bastante alta, foi ainda maior na época das eleições, período em que ele respondia a boa parte dos eleitores.

Segundo as mais recentes pesquisas, o Brasil tem hoje mais de 100 milhões de internautas. A maioria com idade acima de 16 anos. Levando-se em conta que o País tem cerca de 144 milhões de eleitores, os números são expressivos e por si só já mostram a importância da web para o candidato que deseja se destacar na eleição. Mas a relevância não para no candidato. Continua, sim, para o eleito, o representante da sociedade à frente do poder público.

Quem desejar ter sucesso na carreira política precisa ser humilde, não apenas na aparência. O eleitor conhece mais de internet do que os candidatos ou os partidos. As “marcas” políticas não podem menosprezar este conhecimento e devem apresentar novas formas de comunicação, antes, durante e depois da eleição. Abandonar o eleitor após o objetivo conquistado contribuiu apenas para aumentar a antipatia do cidadão em relação à política.

Já se vão aproximadamente 25 anos do surgimento efetivo da internet no Brasil. Porém, ainda falta um trabalho estratégico bem elaborado, sério e profissional por parte da maioria dos políticos. A internet não é brinquedo que pode ser abandonado pela criança quando se ganha um novo.

Autoconfiança e risco

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O episódio com o avião do Chapecoense trouxe vários temas para debate e não posso deixar de trazer meus comentários sobre o comportamento do piloto diante da ameaça de pane seca. Eu mesmo já me vi parado na rua algumas vezes por confiar demais que tenho combustível para mais um pouco. Obviamente não é a mesma coisa, mas fico imaginando o que passa na cabeça do piloto ao tomar a decisão de se arriscar tanto.
Um dos elementos chave do risco é a incerteza. Quanto menos sabemos sobre um determinado tema, maiores são as chances de surgir uma ameaça que não esperávamos e consequentemente não termos uma ação planejada para lidar com a situação. Este não era o caso do piloto Miguel Quiroga que, embora com apenas 36 anos, foi piloto da força aérea boliviana e era dono da empresa aérea que levou a equipe do Chapecoense, a Lamia.
Outro elemento importante do risco é o impacto, ou seja, o que se perde, quando a ameaça se concretiza. Justamente porque o impacto é grande, neste caso, 71 vidas perdidas, é que a aviação investe tanto em medidas de segurança, com controles, verificações, testes e treinamento intensivo. Tanto isso é verdade que a maioria das causas de acidentes aeronáuticos não se devem a um único fator, mas a um conjunto de fatores que, juntos, levam à fatalidade.

 

Se Miguel sabia do risco, porque deliberadamente ele saiu com combustível no limite para o trajeto? Porque não parou para reabastecer? Porque não avisou a torre logo no início da aproximação que não tinha combustível?
Se ele fosse um piloto novato, provavelmente seguiria todos os procedimentos de segurança, inclusive as medidas preventivas para evitar a pane seca, sobretudo em condições tão apertadas como esta. A experiência pode ser um fator negativo em certas ocasiões, pois tendemos a confiar mais em nossos instintos e experiência e negligenciar certas medidas que não achamos necessárias, a chamada síndrome do excesso de autoconfiança, o que parece ter sido o problema de Miguel.

 

Empreendedores também podem ser assim. Quanto mais experientes, mais autoconfiantes eles são. Quando falamos repetidamente que o empreendedor precisa ter autoconfiança, estes empreendedores acabam confundindo as coisas e exageram em suas crenças sobre si mesmos. Isso se reflete de várias formas no seu negócio: ‘O dinheiro vai dar’, ‘O cliente vai adorar o produto’, ‘O banco vai aprovar o financiamento, ‘A encomenda vai ficar pronta a tempo’, ‘meu sócio não vai me deixar na mão’.
Quando as coisas não saem como planejado, muitas vezes o empreendedor sequer admite que ele errou em suas previsões, é sempre fácil achar um culpado diferente dele. O pior é que ele não tem chefe para se justificar, portanto, ele está enganando a si mesmo. Também é o excesso de autoconfiança que afeta nossa auto percepção e, consequentemente, nossa capacidade de avaliar riscos. Alguns dos problemas decorrentes do excesso de autoconfiança são contornáveis, mas outros podem levar ao fracasso do negócio. Isso pode ser uma doença para o empreendedor e seu negócio se não for devidamente tratado.

 

Se a sua auto percepção está afetada pelo excesso de autoconfiança, como sabemos que temos este problema? A melhor forma é observar o que as pessoas falam ou pensam sobre você. Pessoas com excesso de autoconfiança tendem a não ouvir os outros ou se ouvem algo diferente do que esperam ouvir, ignoram ou tentam se defender, sempre buscando argumentos plausíveis que mostrem que ele está certo. O empreendedor precisa saber ouvir e procurar sinais de que ele precisa mudar. Se uma pessoa fala algo sobre você, você pode até ignorar, mas se mais de uma pessoa fala a mesma coisa de você, tenha a certeza que tem algo sobre você que você precisa conhecer, e mudar.
O processo de autoconhecimento é um dos mais importantes na formação empreendedora. Quanto mais você souber sobre você mesmo, melhores serão suas decisões e mais eficazes são suas ações empreendedoras. Existem várias formas de aprimorar o conhecimento sobre si mesmo, sobre suas forças, fraquezas e potencialidades. Da terapia ao coach, de testes psicológicos a cursos de autoconhecimento, todas são importantes para dar uma ideia ao empreendedor das suas zonas de conforto e domínio.

 

Para ilustrar meu ponto, vamos continuar na aviação e pegar outro exemplo, antigo, mas que se tornou recente com a última produção do brilhante diretor Clint Eastwood atualmente em cartaz nos cinemas brasileiros, o filme chama-se ‘Sully’. O ótimo Tom Hanks interpreta o piloto Chesley Sully que se viu obrigado a fazer um pouso forçado assim que decolou do aeroporto de La Guardia em Nova York em 2009, uma história real. Ao perceber que perdeu os dois motores em um encontro com pássaros, ele viu que não conseguiria voltar ao aeroporto e resolveu pousar no rio Hudson, que margeia a ilha de Manhattan. Seu gesto salvou 155 pessoas.
Sully deveria ter seguido os procedimentos de segurança, qualquer simulador de voo, com os mesmos dados que Sully tinha na hora, indicavam que daria para voltar para o aeroporto. Se Sully tivesse seguido o procedimento padrão, provavelmente todos teriam morrido. Sully demonstrou que o simulador não prevê o tempo que o piloto leva para tomar a decisão de voltar e provou que sua medida, arriscada, mas baseada em mais de 40 anos de aviação, era a única possível.

 

De novo temos a experiência e a decisão de ir contra as regras e assumir um risco altíssimo, só que desta vez o final foi feliz para todos. Ambos os pilotos tinham igual confiança em si mesmos de que estavam tomando a melhor decisão. A responsabilidade de ter nas mãos a vida de dezenas de pessoas pode ser insuportável para a maioria das pessoas. Obviamente nenhum risco que o empreendedor corre se compara à perda de 71 vidas como o acidente aéreo do time de Chapecó, mas o empreendedor também assume muitas responsabilidades, são clientes que dependem de seus produtos, fornecedores que dependem de seus pagamentos, funcionários e suas famílias que dependem de seus salários.
O empreendedor não pode ser inconsequente a ponto de deixar seu negócio fracassar devido à cegueira causada pelo seu excesso de autoconfiança. Ele tem que saber quando confiar nos seus instintos. Ele tem que saber que a diferença entre ser Miguel e ser Sully é muito sutil, mas a distância que separa o sucesso do fracasso também pode ser muito pequena.

O que é Inbound Marketing e por que utilizá-lo?

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Para entender melhor sobre o que é Inbound Marketing, falaremos a seguir como é sua metodologia, que consiste em trabalhar estratégias para atrair o cliente em potencial, transformando em clientes reais e retendo-os por meio da fidelização.

Ao contrário do marketing offline, que “empurra” o produto para o cliente, o Inbound Marketing faz com que o cliente vá ao encontro da sua empresa e não o contrário, impulsionando o desejo do cliente pelo seu produto. Vamos lá? Confira!
O que é Inbound Marketing?

É um conjunto de estratégias de marketing digital, que tem o objetivo de atrair os clientes em potencial, fazendo com que a sua empresa seja encontrada em um ou mais canais e também por meio da presença digital nos meios em que o cliente em potencial está inserido.
Principais pilares do Inbound Marketing

SEO, Marketing de Conteúdo e Estratégias em Mídias Sociais. Mas assim como não há limite para a criatividade de quem utiliza as estratégias, o Inbound Marketing também não se limita.
Como é a metodologia Inbound Marketing?

A metodologia Inbound compreende 4 etapas: atrair, converter, fechar e encantar.

1a etapa: Atração

A fase de atração consiste em atrair os clientes em potencial, para convertê-los de desconhecidos para visitantes. Essa fase tem o intuito de gerar tráfego por meio de blog, palavras-chave e redes sociais. O objetivo, no entanto, não é o de atrair qualquer pessoa apenas para gerar volume de visitas, mas sim o de atrair as pessoas certas para torná-los Leads qualificados, conduzindo-os nas demais etapas do funil de vendas e, posteriormente, transformando-os em clientes satisfeitos.

2a etapa: Conversão

Nesta fase o objetivo é converter o visitante eventual em um Lead e para isso é preciso captar os seus dados principais – como nome e e-mail – por meio de formulários, landing pages, calls to action etc., oferecendo um conteúdo mais rico, como e-book, manuais, vídeo, consultorias etc., em troca desses dados. É uma fase permissiva, em que o cliente fornece os dados e, portanto, permite que você faça contato com ele.

3a etapa: Fechamento

Agora que você já tem os dados do Lead, é o momento de convertê-lo em um cliente e toda a gestão do processo de condução do Lead pelas etapas do funil de vendas pode ser feita por meio das ferramentas de CRM e Automação de Marketing.

4a etapa: Encantamento

Por que encantar? Porque um cliente satisfeito, além de fidelizado, poderá tornar-se um embaixador da sua marca, produto ou serviço. Como? Garantindo a sua satisfação! Pois, um dos pontos mais importantes é trabalhar o cliente além da venda. Isso pode ser feito por meio de pesquisas de satisfação, eventos, conteúdos personalizados de acordo com as necessidades do cliente após a compra, nas mídias sociais estimulando o engajamento etc.
Mas por que devo utilizar Inbound Marketing?

Agora que você já sabe o que é o Inbound Marketing e mesmo assim ainda não está convencido dos seus benefícios e da importância da sua utilização em todo tipo de negócio, que tal entender por meio dos números?

• Segundo dados da pesquisa DemandGen Report, 95% dos consumidores optam por empresas que fornecem conteúdo amplo e que os ajude em cada etapa do processo de compra.

• A Corporate Executive Board divulgou em pesquisa que 57% da jornada do cliente é concluída antes mesmo de conversar com o vendedor.

• Ao menos 82% dos clientes visualizam em torno de 5 conteúdos da empresa que escolheu para fazer negócio, segundo a Forrester.

• No Brasil, 88% dos profissionais de marketing consideram as mídias sociais uma ferramenta fundamental para o seu negócio, segundo a pesquisa 2015 State of Marketing, da Salesforce.

• Já a pesquisa State of Inbound 2015, realizada pela Hubspot, afirma que o Inbound Marketing gera 54% mais Leads que o Outbound Marketing.

• O Marketing de Conteúdo custa 62% menos que o Outbound Marketing e gera 3 vezes mais Leads, segundo a Demand Metric.

• E por último, mas não menos importante: 60% dos clientes tem uma visão mais favorável sobre a empresa depois de consumir conteúdo oferecido por ela, segundo a iMedia Connection.

Empreendedores de Palco

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O tiro no pé de Bel Pesce transpareceu as intenções de alguns empreendedores sem autenticidade. Embora nem tudo seja uma farsa, é importante entender como o setor do sonho funciona – e não é com fórmulas genéricas e preguiçosas

Empreender no Brasil é coisa para malucos, brigadores, atletas, fênix, sofredores de insônia, masoquistas ou um pouco de todos. Muito se apanha nesse meio e no fundo é cada um por si mesmo. O Brasil é sem dúvida um dos lugares mais inóspitos do mundo para empreender, além de ingrato. E ainda há cretinos que criticam essa classe por razões políticas. Alguém, com o emprego garantido em algum órgão estatal e o discurso vetusto contrário ao capital, quer trocar comigo por uma semana? Duvido! Bom, isso é tema para um outro artigo…

O mercado é uma selva. Aliás, existe uma parva gourmetização do empreendedorismo brasileiro. Declamam o sucesso e fómulas mágicas. Irresponsáveis, para dizer o mínimo. Nunca foram nem síndicos de prédio, ainda assim eles conseguem iludir milhares de pessoas usando artifícios ardilosos, historinhas bonitinhas: competências sob hipérboles. É deprimente!

Fala-se muito sobre Bel Pesce. Seu tiro no pé foi a criação de um crowdfunding para o financiamento de um novo empreendimento em parceria com o blogueiro Zé Soares e o último vencedor do programa Master Chef, Leonardo Young. A sociedade era em pró da Hamburgueria Zebeléo e a meta eram 200 mil reais: seria lindo se não fosse criado por pessoas que não precisam pedir dinheiro para investimentos.

Nunca tive muito contato com o trabalho de Bel Pesce como empreendedora, nem palestrante, mas certamente deve ter qualidades pelo destaque que vem recebendo na mídia. Desconfia-se ainda que Pesce maquiou o próprio currículo, entre outras coisas. Oras, há boas possibilidades dela se enquadrar no objeto de análise deste artigo. Mas não me sinto confortável em usar um “boi de piranha” para fortalecer uma ideia e posicionamento. Quero ir contra essa mania das pessoas excessivamente conectadas que agem com histeria coletiva. Alguém acredita que pode melhorar a própria empresa criticando a moça? Não se locupletem com o fracasso alheio. Não se desnudem. É válido e corajoso compartilhar conhecimento, seja através de palestras, e-books ou diferentes meios, o problema acontece quando determinadas figuras utilizam esses artíficios para reproduzir conteúdos que são falácias genéricas. Idiotia sob esteróides.

Esqueça 90% do que você lê pela web sobre empreendedorismo. Esqueça 99% do que você ouve em palestras de empreendedores de palco, boa parte deles nem ao menos chegou a ser síndico de prédio. Para aprender a lidar com esse meio de verdade, é necessário estar preparado para errar e perseverar. Empreendedorismo é, antes de tudo, sentir dor! Ademais: leia conteúdo de qualidade diariamente e vorazmente (seja um animal disciplinado nesse campo), desenvolva uma casca grossa e queixo duro, pois o mercado não brinca. Aprenda a bater também, não seja bobinho e coloque a barriga no balcão e o pé no barro. Se acomodar é ruim em qualquer área, mas nessa, significa cair de uma vez.

Fique ao lado de pessoas que lhe motivam e respeitam seus limites. Empreendedores têm um milhão de desafios, possuem lutas internas, externas, limitações, medos, monstros e pressão surreal contínua. Estes precisam de gente que motive, respeite e principalmente não coloque “água no chopp”. Se estiver determinado a permanecer e crescer empreendendo no Brasil, é essencial se cercar de pessoas que estejam dispostas a não atrapalhar, uma vez que o próprio negócio já é difícil o suficiente.

Não se contamine com livrecos e cursos bucéfalos que prometem fórmulas feiticeiras de sucesso no empreendedorismo. A mais importante regra deste negócio é a seguinte: nenhum projeto prospera sem renúncias e MUITO trabalho, seja focado e determinado. Faça e lembre-se: nenhuma empresa é mais forte que o mercado e a conjuntura. Pense em janelas ao invés de espelhos.

 

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