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10 lições para empreender

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Veja algumas dicas que coletei com empreendedores experientes ao longo dos anos:

1) Inovar não é o mesmo que empreender. Uma boa idéia por si só não se transforma em resultado sem um estudo de viabilidade, um planejamento de implementação, investimentos, ajustes e acompanhamento. O sucesso está diretamente relacionado com a eficácia das ações. Se você tem uma boa idéia mas não a implementa, então você não tem nada.

 

2) Não tenha medo se não der certo. Seja sucesso ou fracasso, não importa qual o resultado do seu projeto, saiba que tudo é passageiro. Ter sucesso pode ser apenas um status provisório que não se sustenta no longo prazo. Ter fracasso, igualmente pode ser apenas uma etapa necessária no caminho rumo ao sucesso. Seja perseverante e siga o mantra ‘não desisto nunca’.

 

3) Até das pedras no caminho precisamos: Os melhores casos de empreendedorismo que conheço começaram em um momento de crise, de grande dificuldade. Muitas vezes um problema grave serve como estopim para a revisão de paradigmas e pressupostos que levam a um processo de ruptura e busca de novos conceitos aumentar a competitividade e a eficácia. Mais uma vez, o valor do esforço pela necessidade de sobreviver.

 

4) Não existe empreendedorismo solitário. A não ser que você se julgue o profissional completo que bate, cabeceia e defende, você precisará buscar o apoio de pessoas que tenham competências complementares à sua para formar uma equipe integrada e tocar o projeto escolhido. O mundo está tão complexo que ninguém hoje pode dominar todos os elementos sozinho. Qualquer empreendimento de sucesso possui sempre uma equipe por trás delas e não apenas o empreendedor.

 

5) Estruture sua idéia. Para transformar uma idéia em algo factível é preciso, no mínimo, recursos. Pessoas, tempo, espaço, dinheiro, equipamentos, etc são todos elementos que precisam ser organizados e planejados. Muitas boas idéias soçobraram por não terem sido adequadamente planejados e estruturados. Nem todos possuem habilidades administrativas, portanto traga para a equipe quem pode ajudá-lo nisto.

 

6) Alinhamento com a visão. De nada adianta ter uma grande idéia se ela não está alinhada com a visão que o empreendedor escolheu para si. Busque este alinhamento através do processo de auto-conhecimento e dos seus sonhos de vida. É importante que o empreendedor saiba como ele se vê no futuro, o que estará fazendo, que estilo de vida pretende adotar, para saber se o empreendimento sendo criado lhe proporcionará isso.

 

7) Não espere para poder agir. Muitas coisas só são possíveis com a ajuda e cooperação de outras pessoas. Infelizmente, nem todos têm o mesmo grau de comprometimento com a sua idéia do que você. É preciso conquistar o apoio daqueles de quem você depende. Em alguns casos, é importante até mesmo ter a coragem de quebrar algumas regras e linhas hierárquicas para fazer as coisas acontecerem.

 

8) Saiba vender sua idéia: De todos os apoios que você precisa, nenhum é mais necessário do que aquele que dará luz verde para você iniciar o projeto. Geralmente um investidor ou parceiro deve aprovar seu projeto para liberar os recursos que você precisará. Não basta levar uma boa idéia, vontade e determinação. É preciso provar que a idéia é viável. É preciso provar os benefícios do projeto. Em muitos casos, é preciso fazer um bom plano de negócios. Para se tornar mais efetiva sua venda, conquiste apoios entre aqueles que tomarão a decisão, antecipe suas preocupações e eventuais resistências à idéia.

 

9) Tenha um mentor: Se você está muito distante de pessoas que podem ajudá-lo, ajuda muito ter pelo menos uma pessoa com livre trânsito entre os tomadores de decisão ao seu lado. Ele será o seu mentor e o ajudará a vender a idéia e obter os recursos e apoios necessários para implantar sua idéia. Quanto mais relevante a posição e influência dele, melhor.

 

10) Pequenas ações empreendedoras: Nem todas as ações empreendedoras dizem respeito a projetos de negócio ou com alto grau de complexidade. O espírito empreendedor está em todas as coisas, uma mobilização para juntar dinheiro para ajudar um amigo doente, a resolução de um pequeno problema do cliente que não tinha nada a ver com você, a preocupação em levar um pacote de salgadinhos para oferecer numa reunião. Qualquer coisa que envolve criatividade, iniciativa e realização é uma importante prática da atitude empreendedora.

O advogado do diabo

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Um dos exercícios mais valiosos que um empreendedor pode realizar para o bem do seu negócio é a abertura às críticas construtivas sobre as idéias relacionadas ao seu empreendimento.

 

Por mais capaz e competente que seja o empreendedor, ele não consegue vislumbrar todas as diversas perspectivas e nuances que cercam seu negócio, sobretudo se ele é um especialista por formação ou por experiência em uma determinada área. Na maioria das vezes, um excelente técnico encontra dificuldades em compreender as regras de mercado e a receptividade do seu público-alvo às características intrínsecas de seu produto. Da mesma forma, um analista financeiro não se sente à vontade ao lidar com aspectos relacionados aos bastidores das negociações comerciais e políticas com parceiros, clientes e fornecedores.

 

A verdade é que não existem empreendedores completos, detentores de 100% de todas as características que tanto ouvimos e elevam os empreendedores à categoria de ‘super-homens’. Até os mais proeminentes empreendedores conhecidos, se cercaram de pessoas competentes em habilidades complementares às suas.  Conhecer o negócio por inteiro é, portanto, um dos requisitos fundamentais de todo empreendimento de sucesso. Como já mencionado em outros artigos, o Plano de Negócios é um dos instrumentos que ajuda o empreendedor a: ou conhecer melhor o seu negócio, ou se dar conta da sua ignorância sobre todos os fundamentos a ele relacionados.

 

‘Como saber o que posso estar esquecendo de importante sobre o meu negócio?’. Esta é uma das maiores angústias do empreendedor veterinário que abriu uma pet shop, do tecnólogo que abriu uma assistência técnica em micro informática, do jornalista que abriu sua assessoria de imprensa e outros profissionais que estão batendo cabeça em suas aventuras pelo mundo empreendedor.

 

O teste do Advogado do Diabo é uma forma de lidar com esta questão. Trata-se de uma técnica que abre espaço para o processo de validação de uma idéia, seja ela uma proposta de solução de um determinado problema, um novo negócio ou a avaliação de uma oportunidade. O empreendedor cerca-se de pessoas que façam parte de sua equipe, especialistas em diversas áreas ou pessoas de confiança, para um encontro com este fim específico. Cada participante representa o papel do advogado do diabo, um algoz, mesmo que acredite firmemente nas idéias. É um exercício que estimula o pensamento reverso, a capacidade de enxergar as mesmas coisas sob outros ângulos, um brainstorming ao contrário, sem o intuito de criar novas idéias, mas validar aquela que já existe, questionando-a, criticando-a, colocando-a em situações de conflito, levantando objeções e duvidando de sua viabilidade.

 

Quando o grupo adota esta postura, está na verdade testando a idéia, colocando à prova seus conceitos e fundamentos, legitimando a proposta e identificando pontos importantes que precisam de uma resposta aceitável. O objetivo do grupo não é a malhação da idéia pura e simplesmente falando, mas tentar levantar questões que não necessariamente o empreendedor tenha se atentado, ou dado a devida importância.  Numa sessão do advogado do diabo o empreendedor não precisa ter resposta para todas as perguntas que a sua equipe fizer, mas precisa estar atento para buscar uma solução para um item que ele julgue importante e que não havia sido cogitado antes. O advogado do diabo parte do pressuposto que nada está bom, nada está funcionando bem, nada pode ser assumido como garantia de sucesso. Para ele sempre haverá alguma falha em algum ponto do modelo. Muitos dos itens que farão parte do Plano de Negócios sairão de uma dinâmica como esta.

 

O mais difícil na condução desta técnica é saber diferenciar as críticas construtivas das negativas sem o viés gerado pelo sentimento de propriedade e paternalismo sobre a idéia. Por isso, as sessões em grupo são mais eficazes, pois as perguntas evoluem a partir da troca que ocorre dentro do grupo. Por exemplo, um pergunta, o outro complementa, um terceiro dá um exemplo e o quarto sugere as conseqüências. Os quatro, assim, corroboram e colaboram para a compreensão ampla da preocupação levantada.

 

Outro problema que costuma surgir neste exercício é a tendência do empreendedor assumir uma postura excessivamente defensiva, buscando sempre uma justificativa e uma resposta plausível para todos os comentários que surgem. É preciso lembrá-lo que não se trata de uma defesa pública de sua idéia, ele não precisa ‘inventar’ respostas para convencer os outros que sua idéia é boa, em lugar disso, é uma boa prévia que simula as perguntas que uma banca de investidores, por exemplo, poderia fazer, mas com o conforto de poder dizer simplesmente: ‘Não sei, não havia pensado nisso, mas vamos verificar!’ pois ele se encontra entre amigos, parceiros e sócios que, inclusive, deverão se mobilizar depois para ajudar a cobrir estes buracos descobertos no modelo de negócio.

A regra é: Descubra seus próprios defeitos, antes que os outros o façam!

Ano novo: novas promessas ou novas atitudes?

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Mas, não foi exatamente isso que aconteceu nesta época do ano passado?

O que aconteceu de fato? Por que não fizemos aquele regime? Por que não fizemos os exercícios prometidos? E aquele curso que tanto queríamos? Afinal, por que nossas promessas não foram cumpridas e as metas não foram alcançadas?

Promessas e intenções não são atitudes. Muitas pessoas fazem promessas para o ano novo, mas se esquecem que só a ATITUDE pode concretizá-las.

Promessas são apenas palavras, até começarem a ser cumpridas por nossas atitudes.

O primeiro grande equívoco é confundir desejo com vontade. A maioria de nós apenas deseja. Muitos, inclusive, desejam intensamente… Mas desejo é algo apenas potencial. Sem o exercício da vontade o desejo não se realiza.

A diferença entre desejo e vontade é:

Desejo é um estado da mente e está ligado a expectativas.

Vontade é um atributo da mente e está ligada a atitude.

Se o seu “querer” estiver na esfera do desejo, ele pode não se realizar, porque você não estará tomando nenhuma atitude na direção da sua realização.

Nossos votos, promessas e metas são expressões de nossos desejos, demonstram o que queremos em potencial, mas somente a atitude materializa este “querer”.

Nossa vontade é o exercício das nossas atitudes.

Por exemplo, o princípio cristão “bem aventurados os homens de boa vontade”demonstra muito bem esta diferença. As bem aventuranças são consequência da boa vontade, ou seja, das atitudes corretas. Não basta querer, é preciso agir!

Muitas pessoas buscam a felicidade, mas não percebem que suas atitudes estão muitas vezes no sentido contrário à felicidade que buscam.

Para este ano que se inicia, de nada adiantará fazermos novas promessas ou apenas acreditar que cumpriremos as que não realizamos no ano que passou – é preciso reformar nossas atitudes!

A chave para reorientar nossas atitudes consiste em 3 pilares: Abandonar, Manter e Adquirir:

Abandonar as atitudes que nos afastam da realização de nossos objetivos.

Manter as atitudes necessárias para alcançar nossos objetivos pelo tempo necessário para que possam surtir efeito e trazer resultados.

Adquirir os conhecimentos e adotar as atitudes que nos faltam para realizar nossos sonhos.

Se você deseja ser feliz precisa abandonar a tristeza.

Para desenvolver uma nova competência não podemos ser imediatistas, precisamos manter nossos esforços pelo tempo suficiente para sedimentar nossas conquistas.

Para construirmos a melhor versão do futuro precisamos desenvolver a melhor versão de nós mesmos, e isso inclui adquirir conhecimentos e desenvolver atitudes que ainda não temos.

Abandonar, manter e adquirir são três grandes ferramentas para que, no final deste novo ano que se inicia, não nos encontremos frustrados por não ter cumprido as promessas e votos que fizemos.

Para este novo ano não fique refém de promessas, desenvolva novas atitudes: atitudes vencedoras!

Feliz ano novo, feliz vida nova!

Paradoxo do intraempreendedor

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Você é daquele tipo de pessoa que procura ser correto, disciplinado, eficaz, veste a camisa da empresa, é comprometido até o último fio de cabelo, vai além do seu cargo para resolver problemas e procura contribuir com o que de melhor você pode oferecer?

 

Você é daquele tipo de pessoa que se orgulha de obter resultados onde outros falharam, que recebe constantes elogios dos clientes e de outras áreas da empresa, se preocupa com os problemas da empresa, até mesmo aqueles que não dizem respeito ao seu cargo ou função?

 

Você é destes que apóia iniciativas de seus funcionários, protege os interesses da empresa e da equipe, procura se inteirar e se manter informado sobre o que acontece na organização, toma as dores de qualquer manifestação que atinja o nome da empresa e tem a coragem que questionar fatos, rotinas e processos que estejam ultrapassados e sem sentido?

 

Você é uma destas pessoas que procuram ser receptivos às mudanças, têm consciência que o mundo é incerto e dinâmico, estimula a diversidade de experiências, busca o auto-conhecimento contínuo, encara erros como parte de um processo de aprendizado, pensa constantemente no futuro e nas suas possibilidades de crescimento e desenvolvimento pessoal?

 

Você também faz parte do grupo dos que acreditam que a consciência e o comportamento ético valem mais no longo prazo do que resultados a qualquer custo, são determinados e perseverantes na consecução de uma idéia até sua concretização, mantém-se além de discussões maledicentes e fofocas e buscam fazer tudo com seriedade e excelência?

 

Apesar de tudo isso, você não consegue manter-se estável nos seus empregos? Vive passando de uma empresa para outra? Suas mudanças se caracterizam por demissões inesperadas e inexplicáveis? A cada demissão você revê sua carreira e procura em vão uma explicação para tais infortúnios? A cada novo emprego você promete a si mesmo melhorar, se empenhar mais e se mostrar mais comprometido e depois de algum tempo é demitido novamente?

 

Se você se identifica com este perfil, seja bem vindo ao clube dos funcionários empreendedores. Mais do que profissionais, são verdadeiros talentos com perfil empreendedor. São pessoas que possuem o poder de fazer a diferença em qualquer organização. Reúnem características raras entre os profissionais e por isso mesmo, são procurados e valorizados por todas as empresas.

 

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Você não entendeu nada, né? É um paradoxo. Você é este paradoxo. É desejado pelas organizações, mas indesejado pelas pessoas. Sabe porquê?

 

Porque você propõe mudanças que mexem com a zona de conforto das pessoas;
Porque você provoca inveja quando traz soluções criativas que outros deveriam ou gostariam de ter pensado antes de você;
Porque você aparece e brilha mais do que seu chefe e por isso ele te vê como ameaça;
Porque na escassez de recursos, enquanto outros reclamam, você tira leite de pedra;
Porque quando um grupo é unânime sobre uma questão, é você quem levanta um questionamento pertinente que ninguém tinha pensado;

Porque você se arrisca quando todos querem se proteger.

 

O paradoxo existe porque, embora as empresas saibam que precisam de talentos que inovam, que tragam mudanças de paradigmas e que pensem estrategicamente, a grande maioria não está preparada para receber este tipo de profissional. Profundas mudanças culturais e estruturais são necessárias antes de pensar em receber e aproveitar estes talentos.  Qual é a saída? Não pense em mudar o seu jeito de ser. Não pense em se apagar e esconder suas características para ser aceito. Não caia na armadilha da mediocridade para garantir um emprego. Só não temos mais talentos empreendedores porque muitos que têm este potencial acabaram se sujeitando a jogar as regras de suas empresas para proteger seus empregos.

 

Sabendo que possui tais características, há uma tendência de pensar em abrir um negócio próprio. Trata-se de um caminho questionável se você nunca sonhou nesta perspectiva para sua vida. Ser empreendedor é bem diferente de ter perfil empreendedor. Nem todos têm disposição para lidar com burocracia, bancos, contador, exigências legais e outras dores de cabeça típicas, mas provavelmente você sabe disso porque em algum momento já pensou nesta possibilidade.

 

Se serve como alento, saiba que a mudança nas empresas já está em curso. Algumas já estão neste novo patamar, são poucas, mas você deve continuar procurando até encontrá-las. Quando isso acontecer, você verá que valeu a pena ser diferente, valeu a pena esperar e procurar, valeu a pena não se corromper, valeu o sacrifício de não se nivelar por baixo.

 

Assim, se você for demitido novamente apesar de ter feito tudo certo e colhido excelentes resultados e conquistas, não fique triste, saiba que aquele ainda não era o seu lugar. São poucas as empresas que efetivamente sabem valorizar estes profissionais e são poucos estes profissionais. Encontrar um ao outro é como encontrar a tampa da sua panela, o casamento perfeito. Seja perseverante, não perca o que você tem de mais valioso, e mais cedo ou mais tarde você encontrará o seu lugar.

 

Marketing, uma mera questão racional?

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Todas as pesquisas mais recentes sobre o processo de tomada de decisões, hoje contando com o apoio de exames laboratoriais de escaneamento funcional, corroboram com a premissa psicológica amplamente defendida no século anterior de que nossas decisões são muito menos racionais do que gostaríamos.  Claro que isto possui um profundo impacto sobre o marketing, suas abordagens e ferramentas em todas as fases que o compõem.

 

Não é por acaso que hoje vivemos tão focados na Economia da Experiência, afinal as experiências se refletem tanto nas características emocionais de nossas decisões, quanto nas racionais; uma vez que a busca pelo prazer, satisfação e excelência também possuem apelos racionais, facilmente compreendidos.  Hoje, quando discutimos posicionamento, conceito vital para o sucesso do Marketing, precisamos refletir sobre os diferentes impactos emocionais e racionais que derivam desta nossa escolha estratégica.  Isso deve ser feito de maneira dinâmica e não estática, porque nossas percepções estão sujeitas a alterações a cada instante.

 

Precisamos atuar sobre a dinâmica das alterações de percepção e não apenas sobre a generalização daquilo que consideramos seja a “moda” (valor mais frequente em uma série estatística) das percepções.  Lembremos que Steve Jobs sempre repetia que a Apple não deveria perguntar a seus clientes o que eles desejavam (visão estática), porque eles não saberiam responder.

 

Embora o mercado (entidade fictícia que usamos para substituir o comportamento das pessoas como agentes decisores) seja a fonte de nossas pesquisas; as particularidades da essência humana, mais que suas manifestações em termos de média, moda ou mediana é que constituem as verdadeiras bases de pesquisa dos profissionais sérios de marketing!  Produtos são desenvolvidos, serviços são oferecidos e experiências são vivenciadas – se esta tríade não ocorrer em sintonia com as particularidades da essência humana, nosso marketing não será melhor que um livro ruim, uma música ruim ou uma peça de teatro ruim, ainda que todos os fundamentos de construção e boa execução das referidas obras esteja de acordo com os “protocolos”.

 

Mais que ser tecnicamente perfeita uma marca precisa possuir vida!

 

Um planejamento estratégico sem execução é apenas um documento de boas intenções!

 

O excesso de racionalização do marketing o aprisiona em um labirinto de tentativa e erro de baixa produtividade.

 

O marketing não acontece no departamento, na empresa ou no mercado, acontece no universo humano das interações racionais, emocionais, espirituais.

 

Seus componentes tangíveis e intangíveis não são facilmente decupados em um gráfico ou modelos estatísticos, é ciência e arte, simultaneamente. A tecnocracia não nos trará soluções inovadoras para um mundo assolado pela mesmice. Precisamos de profissionais ricos, não em fórmulas, regras e estatísticas, mas em conteúdo capaz de causar sensações permanentes em nossa razão e emoção.

 

Aí está nosso público-alvo, ansiando por ser cativado, surpreendido, maravilhado. O que você vai fazer a respeito?

Algemas de ouro

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Luis Carlos é um grande amigo que conheci há 10 anos quando trabalhamos juntos em um grande banco. Extremamente competente, ele sempre foi para mim um modelo a ser seguido. Cheio de energia e idéias, era o profissional que fazia a diferença em qualquer lugar onde trabalhasse. Implementou vários produtos novos, foi responsável por grandes projetos estratégicos, sabia se cercar de talentos sempre motivados, conseguia conciliar sua vida pessoal com a profissional com maestria invejável, tinha foco e concentrava esforços no que era importante, tinha visão de futuro e investia hoje para colher amanhã. Tinha tanta auto confiança que sabia os momentos certos em que podia se expor e brigar com quem tivesse que brigar. Suas opiniões eram sempre respeitadas e acatadas. Sua capacidade de perceber o ambiente e identificar oportunidades era inigualável. Da mesma forma, nunca vi ninguém com melhor capacidade de comunicação e de influenciar pessoas.

 

Acompanhei sua carreira desde que nos conhecemos. Após muitas conquistas, ele se orgulha de ter chegado ao topo de sua carreira: diretor de tecnologia de uma multinacional francesa. Sua vida era boa, tranqüila, constituiu uma bela família e vive confortavelmente em um bairro nobre de São Paulo. Há três meses fui à sua casa para um jantar com nossas famílias e ele aproveitou para me confidenciar um dilema que estava vivenciando.

 

Uma empresa de tecnologia de sistemas americana o havia procurado havia poucas semanas oferecendo-lhe a seguinte proposta: Abrir a primeira subsidiária da empresa no Brasil, com total independência para prospectar mercado, contratar pessoas, estabelecer parcerias, estruturar serviços, definir estratégias, enfim, montar todo o negócio do zero. Eles lhe disponibilizariam o software, suporte técnico e treinamento e todo o material para divulgação. ‘No começo fiquei muito entusiasmado’ disse ele, ‘até que ouvi o lado negativo da história’.

 

Ele não teria salário, sua remuneração viria dos resultados que obtivesse. Ele também teria que levantar a maior parte do capital necessário para instalar o negócio. Acima de tudo, ele assumiria toda a responsabilidade sobre o empreendimento, fosse um sucesso ou um fracasso. ‘Não sei se estou pronto para abandonar tudo o que tenho por uma aventura destas, mas a oportunidade é fantástica, porque eu conheço o produto dele, é muito bom e acredito realmente que seria um grande sucesso, pois eu conheço muito bem este mercado’, ponderou.

 

Seu dilema é igual ao de muitos executivos do mercado. Luis sempre sonhou em abrir seu próprio negócio, mas nunca surgiu a oportunidade. No início de sua carreira entrou em uma grande empresa só para adquirir o aprendizado necessário e juntar capital para perseguir seu sonho. Junto com este aprendizado, veio também o reconhecimento e as oportunidades de carreira. Junto com as perspectivas de crescimento, os salários crescentes, os benefícios cada vez melhores, a reputação construída dentro da empresa e no mercado, a admiração de equipes e colegas, o bônus altamente atrativo no final do ano, o poder adquirido com a ascensão na pirâmide hierárquica, uma sala privativa, título de clube exclusivo, uma secretária e equipe de 20 profissionais de alto nível à sua disposição, carro da empresa, despesas pagas, plano de previdência privada, etc. No âmbito familiar, o conforto e o bem estar proporcionado para esposa e filhas, incluindo aí boas escolas, viagens internacionais todos os anos, presentes caros, fins de semana tranqüilos no clube, vida social ativa e de alta qualidade e uma imagem de vencedor invejada e admirada por parentes e amigos. E o seu sonho do negócio próprio vai ficando distante, pequeno e insignificante diante do rumo que sua carreira tomou.

 

Aí então a oportunidade que ele tanto esperava surge de uma forma irrecusável. Por mais atrativa que seja uma proposta como esta, a incerteza e o risco piscam luzes vermelhas de alerta em sua cabeça com uma relevância que certamente não existiria se ele ainda fosse um analista de sistemas. Mas se ele fosse ainda um analista de sistemas uma proposta como esta seguramente não cairia no seu colo.  O que você faria no lugar de Luis? Até que ponto você estaria abrindo mão de seus sonhos pelo canto da sereia do mundo corporativo? Em que momento nos deixamos corromper por estas ‘algemas de ouro’ que nos prendem às conquistas obtidas e nos impedem de dar novos saltos em sua vida profissional?

 

Estaria ele disposto a resgatar seu sonho, não deixar passar esta oportunidade, e enfrentar as dificuldades inerentes ao empreendedor? Estaria ele pronto para se defender de todos que o criticarão, principalmente sua própria família que mais sofrerá com esta decisão? Outra coisa, ele sabe que tem uma excelente formação como executivo, mas ele não tem certeza se esta formação é suficiente para ser um empreendedor. Ele tem plena consciência que outras habilidades serão necessárias para conduzir um novo negócio, mas ele nunca investiu no desenvolvimento destas competências.  Como especialista em empreendedorismo eu não podia deixar de mostrar as vantagens de enfrentar o risco, principalmente para o desenvolvimento pessoal, mas também fui obrigado a reconhecer a força das algemas de ouro. No entanto, de tudo o que falei, uma coisa lhe chamou a atenção quando lhe perguntei: ‘Se você partir para esta aventura e não der certo, até que ponto este “fracasso” mancharia seu currículo?’

 

Sua primeira e instintiva resposta foi acreditar que jamais haveria espaço no mundo corporativo para ele, pois existiria preconceito contra ex-executivos que se tornam empreendedores fracassados e tentam voltar para as grandes empresas. Eu disse a ele que boas empresas já quebraram este paradigma, principalmente depois que elas descobriram, no início da década, o valor dos executivos que abandonaram seus empregos para entrar no mundo da internet e foram apanhados pelo estouro da ‘bolha’ da especulação. Alguns destes executivos voltaram para seus empregos originais com uma bagagem e experiência para novos negócios que dificilmente adquiririam em seus empregos. Muitas empresas estão percebendo o valor do aprendizado adquirido ‘lá fora’.

 

Luis me escutou. Tomou a decisão de se arriscar diante da possibilidade de aprendizado e enriquecimento pessoal. Fiquei contente por ele. Algum tempo depois, voltei a encontrá-lo e quando perguntei como ia o novo empreendimento fiquei surpreso com sua resposta. Ele mudou de idéia e continuou no seu emprego. ‘Por quê?’ perguntei surpreso. Sua resposta foi lacônica, em um tom de voz que me antecipou tudo: ‘Perguntei à minha família o que eles achavam e você já sabe como foi a reação!’.

 

Net-working ou Not-working? Eis a questão!

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“É impossível ser feliz sozinho” – essas sábias palavras de Tom Jobim em “Wave”, retratam uma das maiores verdades da vida: precisamos uns dos outros, tanto na vida pessoal quanto na vida profissional. A felicidade e o sucesso vêm das relações humanas, das conexões, que fazem com que a vida e os negócios fluam e floresçam. Diz o ditado “Quem tem um amigo tem o maior tesouro”. Durante a história da humanidade, conquistas, descobertas, guerras e paixões foram tecidas por meio dos fios do relacionamento humano. Assim, a nossa natureza está sempre em busca dos contatos corretos para nossos empreendimentos – seja para constituir família, ou para alavancar negócios.

Networking de negócios é uma atividade socioeconômica em que grupos de pessoas com objetivos similares se reconhecem, criam ou agem em oportunidades de negócios. Portanto, a meta de fazer networking é criar uma rede social com interesses de negócios.

Apesar de networking não ser uma prática nova ou moderna, vivemos hoje uma era com possibilidades gigantescas de conexão, sem precedentes na história. Por outro lado, a proximidade digital entre as pessoas causa um falso senso de intimidade que, por muitas vezes, pode causar problemas ao invés de alavancar relacionamentos. Se bem utilizado, o networking na era digital é poderosíssimo para potencializar relacionamentos, mas se mal aplicado, tem o efeito contrário – afasta ao invés de atrair. A proliferação de plataformas de redes sociais combinadas com a facilidade de se encontrar pessoas no ambiente online, faz com que literalmente todos estejam ao nosso alcance para conectar. No entanto, ter uma pessoa a um clique de distância, não significa que você possa, ou deva, conversar com ela como se fossem amigos. Se você encontrar uma personalidade na rua ou em um evento, o fato de ela estar a um passo de distância, não significa que ela se tornou sua amiga. Você continua precisando iniciar o relacionamento devagar, passo a passo, de forma gradativa e aprofundando o relacionamento. Para qualquer relacionamento florescer é preciso encontrar um ponto de contato, algum interesse em comum e a forma certa de aproximação e desenvolvimento. O bom senso, a educação e a ética são a base e a essência de qualquer ação que envolva relacionamento humano. Por mais que tecnologia catalise as possibilidades de conexão, a arte do relacionamento continua dependendo das nossas habilidades humanas e não tecnológicas.

Dessa forma, fazendo uma reflexão sobre o networking na era digital, seguem algumas considerações:

1. Equilíbrio – Networking é bom, mas se você só faz isso, não tem tempo para mais nada, principalmente produzir e ter conteúdo para manter qualquer relacionamento de negócios.

2. Interesse Comum – É preciso ter objetivo e conteúdo antes de fazer networking. Se você não tiver algum interesse em comum com a outra pessoa, o relacionamento tende a morrer ao invés de florescer.

3. Quantidade vs Interatividade – Networking não é ter milhares de contatos nas redes sociais – é interagir com eles, estar presente em algum grau e de forma interessante na vida do outro. (nada adiantar marcar um café sem ter o que falar. Na hora certa, a conexão aparece (case Palestrarte)

4. A pessoa mais importante no networking é o OUTRO – Networking não é só falar e focar em você – networking é principalmente ouvir para CONECTAR. O vídeo a seguir ilustra isso:

 

5. Networking não é só online, é presencial também – Mostre a sua cara. Um abraço ainda não tem equivalente digital. O encontro pessoal é ESPECIAL – valorize isso. Presença online é importante, mas nada substitui um abraço pessoal.

6. Networking é respeitar o TIMING e os LIMITES de interesse do outro – Não adianta insistir quando o outro não está interessado no relacionamento. Se existir interesse mútuo, em algum grau, a proximidade cresce naturalmente.

7. Valorize o seu tempo – As estratégias de marketing de relacionamento focam na otimização do Life Time Value do consumidor/cliente, ou seja, investe-se mais em prospects e clientes que têm maiores possibilidades de dar lucro à empresa. O mesmo critério pode ser aplicado em networking de negócios: invista mais tempo nos contatos e relacionamentos com maiores possibilidades de negócios. Tempo é um recurso inelástico.

8. NUNCA peça recomendações a quem nunca trabalhou com você ou para quem te conheça pouco – Se você realmente admira e respeita alguém com quem trabalhou e gostaria que essa pessoa te recomendasse, recomende-a primeiro. Ela vai lembrar de você e isso é o suficiente para ela te recomendar, se ela QUISER.

9. Networking deve ser estratégico e não ao acaso – Networking não é fazer apenas conexões sociais, mas também planejar conexões propositais com pessoas que possam enriquecer a sua visão de mundo. As conexões sociais focam na busca do que gostamos, que nos reforça. As conexões propositais com pessoas de outras tribos, outros hábitos e habitats, fora do escopo do nosso negócios, abrem portas para novas ideias.

10. Cada pessoa é única, portanto customize o contato, não padronize – Não use texto padrão do LinkedIn para conectar com quem te conhece pouco. Se você usar um texto personalizado, a chance da pessoa se lembrar de você e te aceitar, é bem maior. Para pessoas que realmente te conhecem bem, o texto padrão é suficiente, apesar de um texto personalizado ser sempre mais simpático.

11. Cuide do seu conteúdo online: sua imagem, reputação, etc. – a melhor ferramenta de networking hoje, é isso: ter conteúdo bom e encontrável sobre você online! Hoje são feitas 1 bilhão de buscas por nomes todos os dias. Todo mundo tem acesso às suas informações, se elas existirem. Se você tem uma fraca (ou inexistente) presença online, ou pior, se você tiver uma presença online ruim, isso prejudica qualquer tentativa de relacionamento de negócios. Você será julgado pelo seu conteúdo online. Assim, a melhor maneira de encontrar quem interessa para fazer networking, é ser encontrado por eles 😉

Essas são apenas algumas reflexões sobre Networking de negócios, e seria impossível abordar todos os aspectos e derivações dessa arte de relacionamento em um texto. No entanto, lembrando que networking é “net” (rede) + “working” (trabalho), todas as regras e recomendações resumem-se às estratégias de relacionamento (bom senso, ética, educação) associadas a estratégias de negócios (foco e objetivo) – essas habilidades são essenciais, independente das tecnologias e variações dos ambientes de conexão.

Produtividade, lucratividade e rentabilidade: três conceitos, um só caminho!

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perfeitamente natural que nos dediquemos à busca de melhores caminhos para a lucratividade e rentabilidade de nossos negócios. Isso não tem nenhuma relação com ganância e sim com produtividade e uma clara noção de que como a vida não é só trabalho – todas as demais áreas da vida devem ser beneficiadas pelo tempo a ele dedicado.  Quando nosso trabalho oferece baixa produtividade, lucratividade e rentabilidade, estamos dedicando a ele, proporcionalmente, um tempo demasiadamente grande frente ao retorno que ele oferece as outras áreas da vida, ou seja, estamos “roubando tempo” de outras áreas extremamente significativas da vida.

 

Não devemos entender produtividade, lucratividade e rentabilidade apenas sob a ótica financeira, isso seria um equívoco. Empreendedores sociais dedicados a instituições sem fins lucrativos precisam tanto ou mais de produtividade, lucratividade e rentabilidade, embora não financeiras, quanto empresas com objetivos de mercado. Lembremos que existe o lucro social, a produtividade artística e a rentabilidade de recursos não financeiros!

 

Produtividade, Lucratividade e Rentabilidade: a diferença

 

 

Por produtividade devemos entender o resultado de nossos esforços em função do tempo. Produtividade = esforços/tempo.

 

Por lucratividade devemos entender o saldo da diferença entre os valores obtidos com a atividade (financeiros ou não) e todos os valores despendidos para realizar a atividade. Lucratividade = valores obtidos – valores despendidos.

 

Por rentabilidade devemos entender os resultados obtidos por determinada estratégia quando comparados aos resultados que poderíamos obter se utilizássemos outra estratégia disponível.

 

Assim, por exemplo, no exemplo financeiro, a lucratividade de uma venda é o resultado do valor obtido com a venda quando subtraídos todos os custos diretos e indiretos envolvidos na aquisição, armazenagem, comunicação, venda, entrega, etc. Já a rentabilidade é o resultado da comparação entre o retorno que obtivemos com esta atividade quando comparado a outras taxas de retorno que poderíamos obter aplicando o mesmo montante de capital em outra atividade lucrativa, aplicação financeira, etc.

 

Nos negócios

 

Quando estamos no mercado precisamos estar atentos às três dimensões, simultaneamente: produtividade, lucratividade e rentabilidade. Nosso objetivo é maximizar o resultado das três.

 

Uma empresa com baixa produtividade estará afetando sua lucratividade e rentabilidade. Não é o negócio ou o segmento que não estão bem, mas sim a administração do negócio que está enferma.

 

Uma empresa com alta produtividade e baixa lucratividade está com problemas na área de vendas, administração de custos e tributos.

 

E uma empresa com alta produtividade e alta lucratividade, mas baixa rentabilidade não está aproveitando bem as oportunidades de crescimento do negócio e as possibilidades de diversificação de estratégias e investimentos.

 

Otimizando os ganhos

 

Empresários sempre me perguntam: Hilsdorf como ganhar mais dinheiro com meu negócio?

 

As respostas são:

 

1) Pare de perder tanto dinheiro!

 

A baixa produtividade, uma administração deficiente de custos, o não-investimento em prioridades estratégicas, as perdas e todo o tipo de ineficácia, especialmente a das estratégias de atendimento e vendas, estão fazendo você perder muito, muito dinheiro.

 

2) Não confunda custo com investimento!

 

É frequente ouvir pequenos empresários dizendo, por exemplo, que comunicação e propaganda são custos, quando são investimentos fundamentais.

Só existe um tipo de propaganda que não dá resultado: a mal produzida, mal executada e mal veiculada.

 

O custo é um fim em si mesmo, o investimento é um meio para obter resultados positivos com retorno para o negócio.

 

3) Dedique-se a crescer!

 

Crescer não é uma opção, é o único caminho!

Você pode optar por ter um pequeno negócio, mas não um negócio pequeno…

É necessário olhar para o mercado e vislumbrar todas as imensas oportunidades que estão à nossa espera para o aprimoramento dos nossos negócios, produtividade, lucratividade e rentabilidade.

O cotidiano hipnotiza o empresário e o faz esquecer-se de ser empreendedor. Saia do cotidiano, visite outros negócios, outros segmentos, outros estados, outros países. Esteja atento para tudo aquilo que pode ser aproveitado em favor da evolução do seu negócio. Para crescer é preciso empenho e comprometimento, para desaparecer, basta ficar parado…

 

Na vida só temos duas opções: ou escrevemos nossa própria história ou teremos que nos contentar em ler a história que os outros vão escrever sem sequer nos consultar!

 

Não podemos escolher o que a vida coloca à nossa frente, mas podemos e devemos escolher o que vamos fazer deste ponto em diante. O que define um grande artista é a capacidade que ele possui de criar sua obra de arte, partindo da matéria prima que tem disponível naquele momento.

 

Não espere pelas condições ideais, elas não existem. Faça suas próprias condições, escreva sua própria história, a obra de arte é sua, a matéria prima é a do momento presente. Crie!

 

Estarei aqui sempre na torcida intensa e apoio ao seu sucesso e vitórias!

O que NÃO é empreendedorismo

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Eu vejo constantemente publicações, artigos, livros, textos, uma ampla miríade de conhecimento desenvolvido sobre o tema empreendedorismo, nas mais diversas áreas e mídias, algumas fidedignas, outras, nem tanto. A segmentação do assunto parece não ter fim: Empreendedorismo corporativo, empreendedorismo social, empreendedorismo em empresas familiares, empreendedorismo étnico, empreendedorismo de start-up, e assim por diante.

 

Diante de tantas explicações sobre o assunto, fica cada vez mais difícil saber o que realmente significa o termo ‘Empreendedorismo’. Eu mesmo me vejo, em algumas situações, com dúvidas cruéis sobre a legitimidade da presença de alguns termos nas definições que vejo, e o pior é que não consigo perceber nenhuma tendência de se chegar a um consenso em torno de uma definição única.

 

Assim, prefiro seguir o caminho contrário e procurar aqui definir o que eu NÃO considero empreendedorismo. Desta forma, posso dar espaço para que cada um construa sua própria definição, numa atitude mais democrática e mais condizente com o que o ensino do empreendedorismo deve ser: a construção do conhecimento ponderado pela união entre próprias convicções e informações externas, dando o máximo de liberdade de interpretação e contribuindo para ampliar ainda mais as distintas visões sobre o tema.

 

Empresários: Esta é a primeira e mais comum confusão que se criou nesta profusão de nomenclaturas. Muitas definições colocam empresários e empreendedores como sinônimos, quando, na verdade, o empreendedor é mais do que um empresário. Qualquer cidadão que abre um negócio é, a rigor, um empresário. Um empreendedor, por outro lado, vai além, constrói uma organização de sucesso com base em ousadia, determinação, criatividade, relacionamentos, realizações, auto-confiança, flexibilidade e visão. O empresário que não possui pelo menos metade destas características não pode ser considerado um empreendedor. Quem abre mais uma padaria ou posto de gasolina, sem ter vislumbrado uma oportunidade, sem ter construído uma sólida e factível visão do futuro ou se preparado para toda e qualquer vicissitude que encontrar no caminho, pode ser um empresário, mas dificilmente o consideraria um empreendedor.

 

Franquia: Ainda que seja possível ver um empreendedor conduzindo uma franquia, acredito que a franquia representa um tipo de modelo de negócio que afasta, ou deveria afastar, o verdadeiro empreendedor pelo simples motivo que uma franquia limita uma das coisas que o empreendedor mais preza: a liberdade. Com maior ou menor grau, todas as franquias oferecem como benefício aquilo que o empreendedor enxerga como restrição: Identidade visual, padronização de metodologia e processos, cadastro único de fornecedores, políticas de preços uniformes, infraestrutura centralizada, marca e imagem, além de outros elementos que, no conjunto, trazem a segurança de um modelo de negócios já testado e, provavelmente, com riscos bastante reduzidos. Um empreendedor pode até colocar a experiência de franqueado como uma etapa de seu processo de aprendizado, mas dificilmente vê uma franquia como seu objetivo final.

 

Herança: Empresas familiares podem ser de dois tipos: Aquelas originadas pelo empreendedor como fundador e aquelas que foram entregues já constituídas para as gerações seguintes. Posso afirmar com certa segurança que verdadeiros empreendedores se preocupam mais com a sustentabilidade do seu negócio no longo prazo do que a lucratividade por si só. Este fato já pode aumentar as chances de vermos sucessores empreendedores à frente de negócios de sucesso criados por uma ou mais gerações anteriores. Empreendedores formam (ou melhor, ‘forjam’) empreendedores para dar continuidade aos seus negócios, mesmo que estes não sejam seus sucessores diretos, ou sequer familiares. Entretanto, ainda é grande o número de herdeiros que se dizem empreendedores sem saber que não detém as qualificações que colocaram o fundador à frente do processo de criação e desenvolvimento da organização que assumiu.

 

Líderes: Também existe uma grande confusão em torno das definições de empreendedores como líderes. Líderes são diferentes de empreendedores. Alguns tipos de empreendedores podem ser influentes, cativantes, capazes de mobilizar pessoas em torno de causas comuns, viabilizar grandes realizações através de equipes, compreender e explorar o que existe de melhor de cada pessoa. Mas isso, por si só, não faz de um líder um empreendedor. Um líder não necessariamente é dotado de alta flexibilidade e adaptabilidade, embora saiba praticar o modelo de gestão participativo. Um líder não é necessariamente perseverante e determinado, embora saiba construir e transmitir visões positivas do futuro que influenciam seguidores mais do que a si mesmo. Um líder também não costuma colocar ‘a mão na massa’, ao conduzir projetos. Embora costume atuar mais como um facilitador para deixar as pessoas mais livres, prefere ser o maestro e reger os esforços da equipe, do que sujar as próprias mãos.

 

Inovadores: O economista Joseph Schumpeter foi um dos mais proeminentes estudiosos do empreendedorismo. Sua linha de estudos vincula a figura do empreendedor à do inovador. A maior parte dos estudos acadêmicos no Brasil também segue por esta linha. Antes de prosseguir na argumentação, é importante diferenciar uma idéia de uma inovação. Uma idéia é qualquer manifestação do pensamento criativo, enquanto uma inovação é o resultado do processo evolutivo de uma idéia em termos de valor agregado. Uma inovação é, portanto, uma idéia que serve para alguém ou alguma coisa. Isso posto, fica estabelecido o ponto de intersecção entre o inovador e o empreendedor. Toda iniciativa do empreendedor está cercada por algum grau de inovação. Não precisa ser um novo produto ou serviço, pode ser uma simples mudança ou melhoria num processo. Se ninguém havia pensado naquilo, então é uma inovação. O empreendedor é aquele que coloca a inovação em prática, realiza-a e gera resultados perceptíveis. Pessoas que são boas em gerar inovação, como cientistas e pesquisadores, não necessariamente são empreendedores. O empreendedor transforma a inovação em negócio.

E então, você já tem elementos suficientes para escrever sua própria definição de empreendedor ou empreendedorismo?

As dificuldades do empreendedor interno

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Uma vez assisti a uma palestra promovida pela Babson College, uma das principais escolas de empreendedorismo do mundo, com campus em Massachussets, EUA. O Prof. Dr. Julian Lange, brindou a audiência com mais de uma hora de ensinamentos sobre este tema nascente que é o empreendedorismo corporativo, cujos pontos mais relevantes relato a seguir:

 

Existe uma idéia, equivocada, que quando um funcionário tem uma boa idéia de negócio, a empresa banca a idéia e assume os riscos inerentes ao empreendimento. Na verdade, o empreendedor corporativo também tem que correr riscos. Apesar de estar, aparentemente, ‘protegido’ pela estrutura corporativa, ele não pode se dar ao luxo de errar só porque não são seus bens que estão em jogo. Normalmente, as empresas entram com recursos financeiros e proporciona a estrutura para atender as necessidades do projeto. Mas é exigido do empreendedor uma certa dose de dedicação além das responsabilidades do cargo e além dos limites de horário e local de trabalho. O empreendedor investe o seu conhecimento e o seu tempo nestes projetos. Quanto maior o comprometimento que ele demonstra, maior é a credibilidade sobre o seu projeto e maior é a contrapartida de envolvimento da empresa.

 

Quando a empresa entra com capital para bancar uma idéia de um funcionário ela assume o papel de investidor interno. A diferença básica entre o investidor interno e o investidor externo é que, enquanto o investidor externo se concentra nos resultados financeiros do seu investimento, a empresa como investidora preocupa-se, além do resultado financeiro, com a imagem, perspectivas de crescimento, alinhamento com a estratégia, o clima interno, interesses dos stakeholders, impacto social na comunidade, alavancagem de outros produtos ou serviços e competitividade, o que faz com que o processo que aprova novas idéias leve em consideração diversos critérios que são analisados em conjunto, o que Lange chama de as 4 âncoras dos grandes empreendimentos:

 

1. O projeto vai gerar algum valor perceptível para o cliente?
2. Os resultados ajudam a resolver um problema significativo?
3. Há mercado e margem de lucratividade para o produto ou serviço proposto?

4. Os objetivos do projeto estão alinhados com as expectativas dos gestores e da organização?

 

Outra peculiaridade levantada por Lange é que um empreendedor individual, quando vai vender sua idéia, pode ouvir 99 ‘não’ até chegar a um ‘sim’. Já o empreendedor corporativo pode ver sua idéia naufragar no primeiro ‘não’ que ouvir, mesmo após 99 ‘sim’. Isso acontece porque a característica de uma venda interna é diferente de uma venda externa. Dentro da organização espera-se uma unanimidade em torno de uma proposta, a cultura de segurança que impera dentro da organização faz com que seja mais fácil rejeitar uma idéia do que aprová-la. Como se isso não bastasse, Lange aponta ainda vários outros motivos pelos quais as idéias que surgem dentro de uma empresa acabem não se tornando realidades:

 

Em primeiro lugar, o processo criativo é randômico, aleatório, difuso e não é compatível com o modelo estruturado pelo formalismo das normas, procedimentos, regras e limitações que permeiam a organização. Em segundo lugar, os projetos baseados na criatividade e inovação são mutáveis, não possuem uma forma definitiva, estão em constante evolução e mutação e esta falta de discernimento claro dos limites a que o projeto deve ser ‘enquadrado’ gera nas pessoas o mesmo desconforto que lidar com uma fera indomada. Além disso, o advento de novas idéias mexe com o status quo, tira as pessoas da zona de conforto, provoca novas reações, pensamentos, opiniões, e os seres humanos, salvo exceções, não gostam de mudanças porque junto com as mudanças vem a incerteza e por isso surgem, até involuntariamente, as barreiras, empecilhos e dificuldades.

 

Os gerentes, por sua vez, também têm motivos para não apoiar os empreendimentos individuais:
• Mesmo que não queira, o empreendedor possui um brilho próprio, por suas próprias características, que ofusca o gerente. Quanto maior for a diferença em termos de níveis hierárquicos entre o empreendedor e o gerente, maior é este sentimento de inferioridade e insegurança do gerente.
• O empreendedor assume, com a empresa, riscos sobre o projeto, o gerente fica no meio do caminho, sem poder assumir riscos, nem paternidade, nem as glórias eventuais do projeto. Por isso, ele não quer se envolver, não quer assumir as responsabilidades inerentes ao cargo e nível de supervisão que ele exerce sobre o empreendedor.
• O gerente perde poder com o empreendedor. Adquirir o status de empreendedor é ter as portas abertas mais facilmente o que acarreta num nível de independência com relação ao chefe que o leva novamente a sentimentos de insegurança e inveja.
• Prioridades departamentais, de responsabilidade do empreendedor, são relegadas a segundo plano, comprometendo os objetivos corporativos do gerente.
• O gerente tem, invariavelmente, dificuldade em lidar com falhas e erros de seus subordinados, pois no final, a responsabilidade pelas falhas acaba sendo sua. Isso o torna mais intolerante com seus funcionários empreendedores.

• As relações hierárquicas ficam comprometidas. O empreendedor tem compromisso dividido entre o seu projeto e o seu chefe, o que gera alguns conflitos difíceis de serem controlados pelo gerente.

 

Com tudo isso Lange desmistifica a idéia que ser empreendedor interno é mais fácil do que ser empreendedor individual. Só mudam os tipos de dificuldades e barreiras, mas já deu para perceber que ser empreendedor dentro da empresa também não é fácil.

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