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Não é fácil ser intraempreendedor

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Um dos motivos pelos quais o empreendedorismo não ganha mais força dentro das organizações é que a empresa quer proteger demais seus funcionários. Na ânsia de buscar maior produtividade através da satisfação do funcionário, ela acaba por paparicar demais as pessoas e gera condições que acabam por incentivar mais a lassidão do que o empreendedorismo. Aliás, para falar honestamente, tenho encontrado mais intraempreendedores em empresas tradicionais, burocráticas e arcaicas do que nas empresas modernas e inovadoras.

 

Parece uma contradição, e é mesmo. O verdadeiro intraempreendedor surge normalmente em situações de adversidade, ambientes hostis e agressivos às iniciativas empreendedoras. Como o intraempreendedor é movido a desafio, ele encontra nestes ambientes a provocação que o desafia a levar adiante sua ideia. Ser um intraempreendedor em uma empresa moderna é relativamente fácil, pois a empresa procura criar as condições para que eles se manifestem. Eles contam com toda uma estrutura mobilizada para favorecer a implantação de suas ideias.

 

As empresas reconhecidamente orientadas ao comportamento empreendedor criam condições diferentes para ‘forjar’ verdadeiros intraempreendedores. Quando um funcionário tem uma boa ideia, a empresa não deve bancar sozinha a ideia e assumir os riscos inerentes ao empreendimento. O intraempreendedor também tem que correr riscos. Ao invés de entregar os recursos de ‘mão beijada’ para os funcionários com boas ideias inovadoras, elas colocam empecilhos e dificuldades, do tipo: ‘Faça uma projeção da relação custo/benefício da ideia proposta’ ou ‘Descreva todos os componentes da equipe que serão envolvidos no projeto’. Desta forma, o intraempreendedor precisa se esforçar para trazer argumentos concretos de que vale a pena investir em sua ideia. Outros funcionários desistiriam logo de cara, reclamando que o processo é muito ‘burocrático’.

 

Outra forma é exigir do intraempreendedor uma contrapartida ao risco financeiro assumido pela empresa para o projeto proposto. O pressuposto é que o intraempreendedor de verdade precisa correr algum grau de risco, não necessariamente financeiro. Esta contrapartida pode ser na forma de dedicação de horas extras ao projeto, sem remuneração ou alocação de recursos pessoais como contatos ou conhecimento e sem nenhuma garantia que haverá uma recompensa no final do processo.  De uma forma geral, apesar de estar, aparentemente, ‘protegido’ pela estrutura corporativa, o intraempreendedor não deve achar que pode se dar ao luxo de errar só porque não são seus bens que estão em jogo. Normalmente, as empresas entram com recursos financeiros e proporciona a estrutura para atender as necessidades do projeto. Mas é exigido do empreendedor uma certa dose de dedicação além das responsabilidades do cargo e além dos limites de horário e local de trabalho. O empreendedor investe o seu conhecimento e o seu tempo nestes projetos. Quanto maior o comprometimento que ele demonstra, maior é a credibilidade sobre o seu projeto e maior é a contrapartida de envolvimento da empresa.

 

Algumas das dificuldades que certamente o intraempreendedor enfrentará está no processo de implementação de uma inovação no processo ou no produto. Cada mudança representa uma ameaça para as pessoas, sobretudo porque faz parte da natureza humana manter o status quo, manter a situação atual. Mudança, para a maioria das pessoas gera desconforto, desequilíbrio, novas reações, pensamentos, opiniões, a necessidade de se esforçar para se adaptar. E é por isso que as pessoas resistem ao processo de mudança, não querem mudar para não ter que aprender de novo, mexer no que está funcionando, encarar a incerteza.

 

Os gerentes, por sua vez, também têm motivos para não apoiar os empreendimentos individuais:
– Mesmo que não queira, o intraempreendedor possui um brilho próprio, por suas próprias características, que ofusca o gerente. Quanto maior for a diferença em termos de níveis hierárquicos entre o funcionário e o gerente, maior é este sentimento de inferioridade e insegurança do gerente.
– O intraempreendedor assume, com a empresa, riscos sobre o projeto, o gerente fica no meio do caminho, sem poder assumir riscos, nem paternidade, nem as glórias eventuais do projeto. Por isso, ele não quer se envolver, não quer assumir as responsabilidades inerentes ao cargo e nível de supervisão que ele exerce sobre seu funcionário empreendedor.
– O gerente perde poder com o intraempreendedor. Adquirir o status de empreendedor é ter as portas abertas mais facilmente, o que acarreta num nível de independência com relação ao chefe que o leva novamente a sentimentos de insegurança e inveja.
– Prioridades departamentais, de responsabilidade do intraempreendedor, são relegadas a segundo plano, comprometendo os objetivos corporativos do gerente, que, obviamente, não fica satisfeito com esta perda de controle.
– O gerente tem, invariavelmente, dificuldade em lidar com falhas e erros de seus subordinados, pois no final, a responsabilidade pelas falhas acaba sendo sua. Isso o torna mais intolerante com seus funcionários.empreendedores.

– As relações hierárquicas ficam comprometidas. O intraempreendedor tem compromisso dividido entre o seu projeto e o seu chefe, o que gera alguns conflitos difíceis de serem controlados pelo gerente.

 

Ser um empreendedor tradicional, abrindo um próprio negócio tem suas dificuldades e problemas, é claro, mas ser um empreendedor interno também tem suas dificuldades. Não são as mesmas, mas são tão difíceis de se lidar quanto os outros.

Ideias e Melancias

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Há dois meses resolvi cuidar do meu jardim. Quando limpava o mato, percebi uma planta diferente. Tinha uma folhagem com desenho irregular e cor meio verde-acinzentada. Não me pergunte porque, mas eu decidi não arrancá-la. Talvez mera curiosidade, talvez uma expectativa por uma surpresa, ou até mesmo, preguiça…

 

O fato é que, dois meses depois, a plantinha cresceu e mostrou a que veio ao mundo. Com ramos rasteiros de mais de 1 metro de comprimento, percebe-se facilmente que se trata de um pé de melancia! Pode-se notar, ainda que muito pequena, com um mero centímetro de diâmetro, que possui o formato, cor e desenho de uma melancia. Com certeza, uma das sementes que as crianças jogaram no jardim. Obviamente continuarei a observá-la, e até cuidar dela, mas, sabendo agora do que se trata, não tenho a menor expectativa que a fruta cresça até sua plenitude, sobretudo considerando o ainda insipiente tamanho da planta. Mas isso me trouxe um motivo de reflexão.

 

Quantas ideias surgem na nossa mente e que arrancamos sem dar-lhes a chance de maturar e mostrar o que podem se tornar? Quantas coisas passam pela nossa cabeça que ignoramos e logo esquecemos pautados pela nossa noção de absurdo, impossível, inadequado, sem importância, ‘fora do padrão’, descartados como ervas daninhas? Roger Von Oech, autor do livro ‘Um Toc na cuca’, chama estas atitudes de ‘bloqueios mentais’, ou seja, todas as barreiras que, às vezes, nós mesmos impomos às nossas idéais.

 

Tenha em conta também, que uma ideia pode parecer óbvia e fácil depois que a conhecemos. Pode parecer fácil plantar melancias, mas com certeza, aquela semente que vingou foi apenas uma das dezenas que foram jogadas pelas crianças durante um churrasco. Muitas vezes, para se chegar a uma boa ideia, é preciso ter muitas para poder escolher. Muitas ideias fracassam até que uma se torne um sucesso. Charles Thompson define como sua regra número 1 de criatividade em seu livro ‘Grande ideia’: ‘A melhor maneira de ter grandes ideias é ter muitas ideias e jogar fora as ruins’.

 

Outro ponto de reflexão: durante estes mesmos dois meses, tentei salvar um pequeno arbusto que eu havia plantado para fechar a composição de uma parte do jardim. Por mais que protegesse do sol intenso, regasse com precisão diária, mantivesse-a adubada e podada, ao final ela não sobreviveu e secou. Por quê? Por que a despeito de todo o carinho, atenção e cuidados, ela se recusou a se adaptar à sua nova moradia? Por que ela não deu certo se estava cercada de todas as condições para crescer e se desenvolver?

 

A verdade é que às vezes, a planta pode ser linda, cara e até forte e resistente. Mas se não for plantada no local e momento certos, de nada adiantam seus esforços para desenvolvê-la, simplesmente não era para ser. Na contrapartida, uma simples semente, encontrando as condições necessárias para brotar e se tornar uma planta, encontrará seu caminho sozinha, sem nenhuma ajuda.

 

Mais uma vez, assim são as ideias. Quando elas surgem, elegemos uma que julgamos ideal e investimos tudo nela, esquecendo que a janela da oportunidade talvez não esteja aberta naquele momento o que acaba por nos levar a desperdiçar boas ideias. O pior é que muitas vezes, você se concentra tanto em uma única ideia que não percebe as coisas acontecendo ao seu redor, não percebe outras oportunidades surgindo, não consegue ver as outras perspectivas que esta mesma ideia pode trazer para ser melhor aproveitada.

 

Cuidado também com a empolgação. Uma ideia pode ter se mostrado muito boa, mas não era o que você procurava. Para quem quer um jardim ornamental, o que fazer com um pé de melancia? Se ela não orna com o resto, se ela não se adéqua ao contexto, não tenha dó de descartá-la. Na melhor das hipóteses, simplesmente transplantá-la para um local mais apropriado.

 

Por fim, levei dois meses para descobri que eu tinha um pé de melancia no meu jardim. Talvez sejam necessários alguns meses para ter uma melancia de fato. A boa ideia tem que estar associada com o tempo também. Evoluir uma ideia que está quinze minutos à nossa frente é diferente de uma ideia que esteja a anos-luz à frente. Muitas boas ideias como a fotocopiadora levaram mais de 20 anos para se tornar um acessório fundamental nos escritórios. Esteja ciente do tempo que será necessário para sua ideia se tornar viável. Se ao invés de uma melancia, eu quiser jacas, talvez tenha que esperar mais de 10 anos entre a muda e a fruta!

 

Redes sociais e e-commerce: instrumentos essenciais para encantar o consumidor

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Se no passado costumava-se dizer que “o cliente tem sempre razão”, hoje pode-se afirmar sem medo que ele, tendo ou não razão, ganhou um poderoso instrumento para se fazer ouvir e respeitar, que são as redes sociais. Antes, uma reclamação era feita a um atendente, por telefone ou e-mail, e se a solução não fosse satisfatória, o máximo que acontecia era a pessoa falar de seu problema com parentes, conhecidos e amigos mais próximos, e registrar uma queixa nos órgãos de defesa do consumidor como o Procon. Mas isso tudo ficava restrito a um universo muito pequeno. Agora, nas redes como o Facebook, só para citar um exemplo, que já possui mais de um bilhão de usuários, dos quais 76 milhões apenas no Brasil (cerca de um terço da população do país), esse descontentamento é repercutido em escala geométrica e, em alguns casos, chega a ganhar proporções tão gigantescas, a ponto de causar sérios prejuízos à marca e à credibilidade da empresa, difíceis de serem reparados.

 

Os números já comprovam o poder da web. São 2,6 bilhões de internautas no mundo, 88 bilhões de buscas no Google por dia, mais de 4 bilhões de views/dia no YouTube; cerca de 3 bilhões de tweets/dia; e 500 milhões de fotos são postadas a cada 24 horas. Outro fato a ser considerado é que pessoas confiam em pessoas, especialmente nas que pertencem ao seu círculo de relacionamento. E segundo o instituto Nielsen, 70% dos consumidores são diretamente impactados por avaliações online, normalmente postadas em redes sociais.

 

Por esses e outros motivos, várias companhias de diferentes áreas de atuação, como por exemplo, Hotel Urbano, Toyota, Oi, GVT, Dafiti, Submarino, Renault e Riachuelo dentre outras, estão adotando o chamado Social SAC ou SAC 2.0. Elas passaram a usar as redes sociais como principal canal de atendimento aos clientes, mesmo que muitas delas ainda mantenham inclusive os meios tradicionais como telefone e e-mail. E sabem que a expectativa do consumidor é cada vez mais alta quanto a ter a resposta à sua dúvida ou problema o mais rápido possível, de forma clara, transparente, respeitosa e fácil. Alguns estudos comprovam que já existem empresas que se prepararam para responder em um período de poucos minutos a 2 horas, no máximo.

 

Investindo em business intelligence, muitas companhias não se restringem a esperar que uma solicitação venha por esses canais para atendê-la, mas se antecipam e monitoram constantemente a web para saber o que está sendo dito sobre elas, de forma a poder reagir rapidamente a alguma insatisfação, e também captar informações valiosas sobre hábitos e perfis de consumidores para criar com eles um relacionamento que resulte em benefício para ambas as partes.

 

O monitoramento, hoje em dia, é uma rotina praticamente obrigatória para quem quer saber aproveitar, de fato, todas as oportunidades oferecidas pelo ambiente virtual. E dar prioridade a esses canais de comunicação é fundamental não só porque a exposição das marcas é muito grande, como, e principalmente, pelo fato de que tudo o que é divulgado na Internet fica na rede para sempre, disponível para acesso e pesquisa a qualquer tempo. É fato que mesmo antes do surgimento das redes sociais, as pessoas já compartilhavam suas experiências positivas ou negativas entre si e com as empresas. A diferença é que agora as companhias podem participar mais ativamente dessas conversas, ouvir os clientes, conhecer melhor suas necessidades e anseios, colher feedbacks importantes e espontâneos, e repassar essas informações para diferentes áreas da organização, propiciando a criação de novos serviços, produtos e ações que correspondam a esses desejos. E, em contrapartida, se oferece ao consumidor a oportunidade de enriquecer sua experiência com a marca.

 

Um bom exemplo é o da Zappos, empresa especializada na venda de sapatos e vestuário via web e que foi adquirida pela Amazon em 2008 por 1 bilhão de dólares. Ao saber que uma cliente queria devolver um sapato que havia comprado para a mãe porque esta falecera antes da encomenda chegar, a varejista não só atendeu ao pedido, como também enviou flores, com um bilhete lamentando o ocorrido. Esse fato ganhou grande repercussão nas redes sociais, pois a cliente era uma das maiores blogueiras do país e contou para todos os seus seguidores como havia gostado dessa atitude delicada da empresa, e esta, por sua parte, replicou para o seu círculo de relacionamento.  Conclui-se, então, que quanto melhor for a experiência no uso desses novos canais, maiores serão os benefícios que poderão ser aproveitados por toda a empresa, resultando em mudanças de procedimentos em todas as área da organização e de insights para estratégias de negócios inovadoras.

Prestação de serviços na nova era

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Sem dúvida, o ambiente virtual abre um leque inesgotável de possibilidades para as empresas que buscam desenvolver uma forma diferenciada e inovadora de atender seu público-alvo. O próprio e-commerce, por si só, já pode ser classificado como o prestador de serviços da nova era, na medida em que facilita a vida do consumidor em muitos aspectos. Nos momentos festivos, como Natal, é que essa característica fica mais evidente. O que seria das pessoas extremamente ocupadas se não existisse o comércio eletrônico para ajudá-las a escolher e a comprar presentes para familiares e amigos sem perder tempo e deixar de enfrentar os grandes congestionamentos e o custo de estacionamentos tão comuns nessa época do ano? Ou então das pessoas fora dos grandes centros urbanos?

 

Não é por acaso que o e-commerce continua atraindo novos empreendedores e também varejistas tradicionais que possuem suas lojas físicas. Segundo o ebit, apenas no primeiro semestre de 2013, o segmento faturou quase R$ 13 bilhões, representando um crescimento nominal de 24% sobre o mesmo período do ano anterior, atendendo mais de 35 milhões de pedidos, com um ticket médio de aproximadamente R$ 360,00 e obtendo um índice de satisfação por parte dos consumidores da ordem de 86%. A previsão para o final do ano de 2013 é de atingir um faturamento total de R$ 28 bilhões. Mas quem atua ou quer entrar nesse mercado precisa estar atento a questões importantes como a capacidade de encantar o cliente, oferecendo boa variedade de produtos, com preços atrativos, opções de formas de pagamento, segurança e agilidade na entrega das encomendas, entre outros detalhes, o que requer investimentos em logística e tecnologia.

 

Como bem coloca Thibaud Lecuyer, um dos sócios da Dafiti, hoje o preço ainda é um dos fatores relevantes para a escolha de onde comprar, mas o cliente também está cada vez mais exigente e quer serviços de qualidade.
O consumidor quer ainda praticidade e comodidade, e nesse sentido outra tendência está ganhando força: o mobile. Nos Estados Unidos, praticamente todas as empresas novas estão se preparando para ter uma estratégia que envolva celulares. No Brasil já existem exemplos nesse sentido, até porque a venda de smartphones superou a de celulares convencionais no segundo trimestre de 2013, segundo pesquisa da consultoria IDC. No mundo todo estão ativos mais de 6,2 bilhões de celulares, dos quais mais de 1,7 bilhão com acesso à web. Saber utilizar este canal de interação com o cliente não é um modismo, mas uma tendência que veio para ficar e que apresenta grandes perspectivas de crescimento.

 

Por isso, as empresas, mesmo que hoje ainda não tenham condições de investir nesse sentido, precisam pensar numa estratégia para o futuro, sempre com foco na experiência do consumidor. A PetLove, por exemplo, especializada em produtos para animais domésticos, já está trabalhando num aplicativo que tenha relação com a história do pet do cliente, suas necessidades e compromissos na agenda para possibilitar maior interação com ele. Mas como de praxe no mundo dos negócios, é preciso planejamento. O investimento numa plataforma que permita colocar em prática a estratégia de mobile deve ser adequada e fazer sentido no modelo de negócio da empresa e a ferramenta precisa ser eficiente, prática e de fácil utilização para o usuário, oferecendo boa navegabilidade mesmo em uma tela pequena, como a de um celular.

 

Há também grandes perspectivas para o crescimento do uso do celular para venda de produtos e serviços. Segundo pesquisa realizada pela Hi-Midia, especializada em segmentação e performance, em conjunto com a M.Sense, especialista em estudos sobre o mercado digital, o comércio eletrônico móvel, ou m-commerce, deverá movimentar no Brasil este ano cerca de R$ 2 bilhões. A pesquisa também revelou que um em cada três usuários de smartphone ou tablet já fez compras por meio de seus dispositivos móveis e 93% dos entrevistados usam o canal móvel para buscar informações sobre produtos e serviços.

 

Pensando nesse sentido, a Nexpresso já desenvolveu um aplicativo para vender seus produtos via celular. Outro bom exemplo é o da Privália, outlet online com mais de 15 milhões de sócios cadastrados, e uma das líderes em m-commerce por meio de seu aplicativo para smartphones iPhone e Android e tablet iPad. Suas vendas através de dispositivo mobile representaram 25% do total em2012. A empresa aposta no mobile desde 2010 e atribui seu sucesso a três pilares: modelo de negócios (com 5 a 7 campanhas por dia); design e performance, que lhes dão agilidade e funcionalidades; e promoções bem disseminadas. Outros casos de sucesso de m-commerce foram criados para a rede de Drogarias Onofre e para a Le Lis Blanc pela empresa Viewit.

 

Como se vê, existem vários caminhos para conquistar e fidelizar os clientes. O importante é ter foco, procurar inovar, contar com um bom time dentro da empresa e estar atento aos anseios de seu público-alvo, mantendo com ele um diálogo constante e aberto, criando assim um relacionamento transparente em todos os sentidos, que com certeza agregará muito para ambas as partes.

 

A hora e a vez das mulheres

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Não é de hoje e não é mais novidade que, cada vez mais, as mulheres estão à frente de cargos estratégicos dentro das corporações. Atualmente elas tomam decisões de alto comando que influenciam não apenas as estratégias das empresas em relação ao mercado, mas elas também são peças sine qua non do processo de reorganização cultural em tempos de macrotransição como este que vivemos. Esta tendência é realidade no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Promissor, não é mesmo?

 

As primeiras executivas a ocupar o poder dispunham apenas do modelo de liderança masculino, e incorporavam os traços típicos do sexo oposto, como a agressividade e a objetividade. No entanto, aos poucos asmulheres encontram um jeito de liderar de forma mais convergente com seu comportamento. As empresas mais inovadoras, inclusive, estão rompendo com as estruturas tradicionais e passando a ser mais flexíveis e colaborativas, reconhecendo o valor significativo dos traços femininos, como o carinho, a cooperação, a comunicação e a partilha. Isso faz com que, felizmente, o modelo venha caindo nas graças do mercado e asmulheres não precisem agir como homens para terem suas competências reconhecidas.

 

Defendo a tese que haja um grupo específico de mulheres ao redor do mundo (aproximadamente 70 milhões) que são extremamente estudadas, versáteis digitalmente, muito ambiciosas e influentes. Esse “grupo de elite”, que se diferencia substancialmente daquelas que não pertencem a ele, será o grande agente da transformação. O tema do livro “A Doutrina Athena – Como as mulheres (e os homens que pensam como elas) vão governar o futuro”, de John Gerzema, que aborda a liderança feminina e seus valores, agora mais populares que o paradigma machista do passado, fortalece meu argumento. A “Doutrina Athena” mostra porque a feminilidade é o sistema operacional da prosperidade do século 21.

 

A naturalidade com que habitantes de Vênus cultivam, por exemplo, o bom relacionamento é um trunfo na carreira. Afinal, chefiar hoje em dia não se resume a dar ordens. Ao contrário, uma das funções primordiais do líder é atuar como um facilitador do processo, ajudando a equipe a se desenvolver.

 

Quando saímos das empresas já estabelecidas e entramos no mundo das mulheres empreendedoras, uma questão importante para as que estão fundando “start-ups” é que, estatisticamente, elas não conseguem tanto capital de investidor quanto o homem. Nos Estados Unidos apenas 5% do capital levantado de investidores são, em média, destinados a mulheres. É a prova de que ainda há estereótipo em relação ao sexo feminino. E que este pensamento estereotipado irá prejudicar investidores, pois as mulheres chegaram para inovar e avançar. Elas se comportam de maneira diferente quando estão fundando empresas: focam no varejo e setor de serviços e evitam capital externo. É uma característica que o mercado precisa absorver.

 

Quem não percebe que o mundo mudou irá ficar para trás. O estereótipo muçulmano, por exemplo, talvez seja o que mais se destaca na mente ocidental. Mas basta olharmos os exemplos de Shirin Ebadi, primeira muçulmana a ganhar o prêmio Nobel, Fahima Hashim, uma notória feminista do Sudão, Maria Bashir, primeira procuradora geral do Afeganistão, Samina Ali, curadora da exposição online “Muslima – Arte e vozes das mulheresmuçulmanas”, e Fawzia Koofi, que concorrerá à Presidência do Afeganistão. São mulheres no comando, que certamente irão mudar formas de pensar e agir. São exemplos de mulheres do planeta Terra, que já fazem a cultura e o mundo dos negócios mudarem.

Como seria se homens que são líderes pensassem e agissem um pouco mais como mulheres dentro das instituições e dos mercados que atuam? Acredito que as coisas seriam melhores.

 

Não basta ser uma das melhores empresas para se trabalhar

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Uma edição especial das revistas Você SA e Exame traz, anualmente, a lista das 150 melhores empresas para se trabalhar – empresas que mais se destacaram na satisfação de seus funcionários. Os critérios utilizados (benefícios, remuneração, ética e cidadania, desenvolvimento profissional, equilíbrio e ambiente) refletem os elementos que cada empresa pode oferecer de melhor para seus colaboradores.

 

O guia ganhou uma relevância muito grande nos últimos anos, transformando-se em um dos poucos indicadores plenamente aceito e respeitado pelas organizações para avaliar o desempenho de suas divisões de RH. A importância do guia vai além da medição e do reconhecimento das práticas que aumentam a satisfação e, consequentemente, a produtividade de seus funcionários. Mais do que isso, constar no guia representa, para a empresa, uma forma de reter seus profissionais mais valiosos e também a garantia de atratividade para que os melhores talentos do mercado sejam seduzidos para trabalhar lá.

 

Este é o momento em que as empresas, principalmente as que já se tornaram habitués neste guia, com várias aparições ao longo das edições, devem se perguntar: E agora? Qual o próximo passo? O que vem agora? Continuar se mantendo ano após ano neste guia? Talvez a melhor resposta para isso seja ‘não’, complementado com ‘é preciso galgar o próximo passo’. E qual seria este novo patamar?

 

Como diz o velho ditado ‘não existe almoço grátis’, há um preço a se pagar por todas as mordomias, benefícios e vantagens que as empresas oferecem. Um levantamento sobre estas empresas mostrou que nelas se trabalha mais do que em outras empresas fora do ranking. A principal crítica dos funcionários que vem crescendo ao longo dos foi com relação à qualidade de vida, ou seja, o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal está dando lugar à sobrecarga de trabalho. Embora seja um ponto da agenda de todas elas que tem grande prioridade, a demanda do mercado puxa a outra ponta da corda e cobra outro tipo de equilíbrio: Entre o que se investe na melhoria das condições do ambiente de trabalho versus o valor real que cada colaborador efetivamente agrega com o seu trabalho.

 

Aparentemente este seria o novo patamar: melhorar a qualidade de vida através da diminuição da pressão sobre os funcionários e obrigá-los a trabalhar apenas dentro do horário formalmente contratado. Mas, em minha opinião, as melhores empresas para se trabalhar não devem mais caminhar pela busca de mais estrelas para o guia. O caminho certo está na busca por um retorno sobre o investimento em atrair e reter talentos. Elas devem buscar aumentar a capacidade de contribuição de cada um, explorar todo o potencial de seus maiores talentos, ampliar as competências organizacionais e melhorar os resultados através da inovação.

 

Muitas destas empresas se tornaram atrativas no mercado de trabalho, mas o que torna uma organização atrativa para a maioria dos colaboradores não necessariamente tem a mesma atratividade para quem tem um perfil mais dinâmico, inovador e empreendedor. As empresas, precisam agora separar o joio do trigo, identificar as pepitas em meio ao cascalho, diferenciar os talentos empreendedores dos demais colaboradores, descobrir quem efetivamente conduzirá a organização rumo ao sucesso.

 

Este tipo de profissional raramente se deixa encantar por muito tempo pelos atrativos dos benefícios, remuneração e clima. Eles buscam outras coisas que não constam oficialmente entre os critérios do guia. Para o empreendedor corporativo, a liberdade de agir, de assumir responsabilidades por conta própria, de assumir riscos, de tomar decisões sem depender de ninguém e poder transitar livremente pelos meandros políticos e organizacionais vale muito mais do que bolsas de estudo, restaurantes privativos ou vagas no estacionamento da empresa.  Para o empreendedor corporativo, ser desafiado constantemente com projetos arrojados, motivadores, instigadores e relevantes é muito mais importante do que salário e equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Para ele, previdência privada, assistência médica e ações sociais podem ser trocados pela possibilidade de se tornar sócio da empresa em algum negócio.

 

O próximo patamar, portanto, é concentrar ações que viabilizem a liberdade, desafios e perspectivas para estes profissionais. É descobrir como estes colaboradores, que efetivamente fazem a diferença, são motivados. Nesta descoberta, poderão até constatar que mudanças organizacionais mais profundas sejam necessárias para este fim. Pode-se descobrir que as estruturas hierárquicas formais devem ser modificadas, que algumas relações de poder e influência devem ser desmanteladas, que algumas regras e normas devem dar lugar à confiança e respeito mútuo. O desafio do RH se torna maior e muito mais abrangente. Mas este já é o caminho natural do RH. Na sua evolução, o RH se transforma numa área de Desenvolvimento Organizacional e será valorizado por ações mais profundas e menos cosméticas. O próximo patamar, portanto, não é com relação ao guia, mas com relação à própria identidade do RH.

Amar a profissão não significa trabalhar de graça!

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O que falar daqueles pseudoclientes, ‘colegas’ e ‘parceiros’ que insistem em inventar historinhas mequetrefes para conseguirem consultoria gratuita ou obterem informação de mercado aos seus respectivos negócios/projetos?

É rasteiro! É nauseabundo! Absolutamente covarde.  Amar a profissão não significa trabalhar de graça! Chega de graça! Trabalhar pressupõe uma relação financeira. Não existe almoço grátis, já aponta a expressão nascida na década de 1940.

 

Quem nunca passou – seja você uma agência, um consultor independente ou escritório de consultoria e treinamento de marketing (como eu e minha equipe) – por uma situação que acabou trabalhando de graça por confiar em quem não deveria? Oportunistas atrás de consultoria gratuita são muitos e representam o fim do mundo. Esse tipo de atitude, desrespeitosa, escatológica e medíocre, me causa um horripilante e desdenhoso sentimento de repulsa. É comportamento de profissional fraco, amorfo e hórrido. Escória. Alguém, por um acaso, meus prezados amigos, enche o carrinho de chocolates no supermercado e sai sem pagar? Há alguma possibilidade de comermos em um restaurante com a namorada ou noivo e pagar com um belo sorriso irônico? Não. Claro que não!

 

A analogia pode ser simples, mas é correta. Nós também não estamos disponíveis para um descompromissado happy hour que seria regado a valiosas dicas de marketing para qualquer pessoa ou empresa. Conhecimento merece respeito e dinheiro. E não que eu defenda que todos cobrem preços de serviço premium. Cada um sabe a real competência, prestígio, intelecto e talento que possui. E isso pode ser definido- aliás, só assim pode ser feito – pelo julgamento do mercado.

 

A palavra respeito vem do latim respectus, particípio passado de respicere: “olhar outra vez”. Empreendedores, executivos e afins (sem generalizações, pois me refiro à minoria), olhem outra vez e valorizem os serviços de consultores/profissionais de marketing. Caros colegas profissionais da ideologia da empresa moderna, por obséquio, também olhem outra vez, valorizem a si mesmos e seus colegas!  Oras, verdade seja dita: agências de propaganda são as que mais sofrem com oportunismo vagabundo. Empresas levantam uma concorrência com dez agências. Assistem e anotam cuidadosamente à apresentação de todas. Contratam a mais barata e sugerem as ideias da que realmente merecia ganhar. Medonho, não é mesmo? É lastimável!

 

Colegas de profissão também precisam superar a Síndrome de Gérson (princípio em que determinada pessoa age de forma a obter vantagem em tudo que faz). Devem tomar uma injeção de bom-senso (eu admito que, privadamente, refiro-me a esses patifes malcriados furibundos em tons muito mais impróprios). Agências (sem generalizações, pois trabalhamos com muitas delas que são corretas), por exemplo, adoram tirar vantagem de consultores. Não faz tanto tempo vivi um indecoroso caso exatamente com essa característica. “Estamos no meio de uma concorrência, será que alguém do escritório de vocês pode vir até nós imediatamente para nos ajudar?”. Apesar de todos os deadlines e compromissos que, graças a Deus, nosso escritório, localizado na Av. Faria Lima em São Paulo, é bastante requerido a cumprir (nosso trabalho é sério), fomos até lá. Depois de um belo papo recheado de direcionamentos para ganharem (ou quase), a tal concorrência, proposta enviada… e nem um e-mail de agradecimento, feedback ou ligações atendidas (as desculpas mais estapafúrdias possíveis foram inventadas). Quando a idiotia encontra-se com a má fé e a estripulia moleca. O nome da agência é Doca8. Doca8. Doca8. Repetindo: Doca8. Doca8. Doca8. Doca8.

 

Mas há outras situações, claro. Ao menos duas estão fixas em minha mente, martelando nestes últimos dias. Situação 1: um possível concorrente (independente de ser mais bem estabelecido ou não no mercado) lhe chama para um almoço ou café para trocar ideias sobre a conjuntura mercadológica. Nada demais nisso, prática saudável. O problema é que só uma pessoa fala e a outra só escuta, um típico caso de averiguação. É patético, pois a pessoa trata quem tem boa fé como um tonto, chegando a acreditar que você não está ciente que está sendo averiguado. Situação 2: concorrente direto, na caricatura de um amigo, em conversas informais começa a formular quinhentas perguntas sobre sua empresa, praticamente querendo que você entregue os 5 Ps da sua estratégia de bandeja. Isso é bisonho. Que fique claro: Benchmarking e inteligência competitiva são disciplinas sérias e com nenhuma relação com esse show de horrores.

 

No conto infantil de Chapeuzinho Vermelho, a menina é seduzida pelo lobo e, logo depois, desonrada e usurpada. Nem Chapeuzinho Vermelho, nem Lobo Mau. Sejamos firmes. Vacinados. Justos. Sensatos. Profissionais. Não exercitemos a pistolagem rasteira e a cretinice. Não trabalhemos de graça. Não sejamos bananas coniventes com o desprestígio de nossa função. Não é justo com os clientes que nos pagam, acreditam, respeitam e nos prestigiam. Não é justo com nós mesmos! Repito: amar a profissão não significa trabalhar de graça.

Mídias sociais: o debate precisa desesperadamente evoluir

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Você está preparado para evoluir e sair dos questionamentos diários sobre a ação viral promocional divertida, a “facebookização” do Twitter ou parar de ir às mesmas palestras sobre as melhores práticas para blogs corporativos? Tudo isso já soa repetitivo, não é mesmo? Nada de dados, soluções ou ideias surpreendentes. O momento agora é de movimento rápido, evolução e um olhar para as mídias sociais e de todos os seus processos de escuta para que eles sejam práticas não estéreis, mais técnicas e que realmente impactem em processos decisórios delicados. O ideal é que tais processos injetem conhecimento em todos os departamentos dentro das corporações (tradicionais ou não), transformando vidas e gerando inovações que criem retorno sobre o investimento (ROI) verdadeiramente plausíveis para executivos e mercados de alta performance.

 

Chegou a hora de iniciar uma nova discussão, trazer ar fresco para o mundo corporativo. Precisamos – todos – nos tornar, talvez, um pouco mais seletivos em relação ao conteúdo. É importante lembrar que, para o branding moderno e as comunidades digitais gerarem real vantagem competitiva em muitas organizações, é preciso que os responsáveis embarquem em uma jornada de trabalho metódica em torno da essência da marca e mergulhem de cilindro em um trabalho que integre as mídias sociais junto a todo singular departamento dentro da companhia – nível gerencial ou não. Uma das perguntas específicas que o profissional envolvido com marketing e branding deve estar apto a responder é seguinte: “A empresa possui cinco produtos. Três não estão vendendo muito bem. Como as mídias sociais podem acelerar – rapidamente ou não – as vendas destes produtos que estão com a performance abaixo do esperado? Como mensurar este processo de forma profissional e apurada?”

 

É claro que ações pontuais e ferramentais continuam sendo bastante importantes. Porém, numa visão mais holística e direcionada para a integração com o mundo dos negócios, a discussão precisa progredir. Que tal: Como antecipar o que meu cliente vai fazer ou expressar através da análise de perspectivas históricas digitais, assim estando apto a empregar os recursos adequados para direcionar as minhas decisões estratégicas? Como se tornar cada vez mais social por meio do aprendizado diário e da escolha das ferramentas de monitoramento adequadas? Que tal estas outras perguntas: Como pode uma corporação mensurar o sentimento em tempo real, ou seja, os comentários favoráveis e não favoráveis sobre uma empresa ou marca nas mídias digitais, analisando as fases de engajamento de seus stakeholders? Como equacionar tempo e tecnologias emergentes e escalonar os esforços dos colaboradores no webspace para que o seu negócio e marca sintam impactos plausíveis? Quais as oportunidades para fortalecer os pontos de contato e identificar as áreas de melhoria durante o ciclo de vida do consumidor?

 

O maior desafio para marcas e empresas não é nem a tecnologia nem o budget, mas, sim, a mudança de cultura que permitirá para estas companhias reconhecer que o branding na web social requer um processo que permeia todos os departamentos, reinventando o processo de escuta, aprendendo e gerando mudanças e reconhecendo que nada é mais permanente. Afinal de contas, trabalhar mídias sociais não é grátis. Também é preciso considerar que isto leva tempo e cada vez mais ele é moeda de troca. Também é necessário trabalhar com gente competente, para iniciar os projetos e participar das comunidades ativamente, sendo fonte de influência e reputação. Como já foi dito, muitas empresas têm dificuldades em escalonar seus colaboradores para atuar na web, mas quando conseguem, há inúmeros benefícios para o negócio.  Do ponto de vista corporativo, as mídias sociais são muito mais aprendizado do que entretenimento. Seu papel agora é ser um catalizador e integrar todos os departamentos e colaboradores ao redor da era digital. O debate precisa desesperadamente evoluir.

A comunicação de diferenciais inexistentes

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Qual é a diferença entre uma celebridade atual e uma celebridade do passado?

Fácil, não é? A celebridade do passado continha talento e mérito!
O termo celebridade nos dias atuais tornou-se muito mais pejorativo que adjetivo, exatamente por esta carência de trajetória, conteúdo e mérito.

Este fenômeno aparentemente trivial que bem podia perder-se nos bastidores da vida cotidiana possui intrinsecamente uma crise de marketing de imensa profundidade e repercussões éticas. E esta crise é uma das razões pelas quais as pessoas confundem tanto marketing (que é administração) com propaganda (que é comunicação).

Se observarmos o desenvolvimento do marketing desde seus primórdios (lembrando que, sob certa ótica, a propaganda lhe é anterior, ao menos como prática, uma vez que os fenômenos da comunicação e persuasão são tão antigos quanto a própria humanidade e a administração é um fenômeno bem mais recente em nossa história), vamos identificar a generalização de uma prática entendida e repudiada como antiética, que aos poucos, vai se tornando cotidiana.

Em tese, de maneira simplificada, cabe ao marketing identificar necessidades, caminhos e soluções para atendê-las, dentro das particularidades do público que compõe o seu mercado-alvo, e estabelecer com estes prospects uma comunicação mercadológica que aproxime vendedores e compradores em uma relação ganha-ganha. Neste contexto a propaganda é utilizada como comunicação mercadológica que apresenta as soluções, ganha o interesse e estimula o desejo dos clientes, o que em um regime de livre concorrência implica apresentar os diferenciais do produto/marca quando comparado com a concorrência.

Até aí, tudo bem!

O problema começa quando se percebe que é possível comunicar através de estratégias inteligentes, diferenciais inexistentes.

Uma coisa é comunicar algo importante que um concorrente esqueceu de comunicar, mas está, de fato, presente no produto e serviço. Outra, bem diferente é comunicar algo inexistente como se, de fato, existisse. Neste momento começa o caminho que conduz às celebridades atuais, entendidas tanto enquanto pessoas quanto enquanto produtos supostamente Premium, que de Premium só possuem a estratégia de comunicação.

Graças a esta distorção, “marketing social” se passa por responsabilidade social e “marketing da sustentabilidade” se passa por consciência e prática de sustentabilidade.Isso sem falar dos “placebos” vendidos por uma série de segmentos de negócios, da indústria aos serviços.

Quando se generaliza a prática da comunicação de diferenciais não existentes, as empresas dão um tiro no pé, que sangra lentamente, mas termina assassinando o mercado para uma imensa quantidade de players.Um exemplo simples, bem na moda: observe a quantidade de coachs anunciados no mercado que nunca tiveram sequer um coachee, apenas fizeram um curso de coach com outra pessoa que igualmente nunca realizou um trabalho significativo na carreira de ninguém. Imagine o impacto que isso tem na carreira de clientes mal informados e a repercussão que terá na visão da sociedade sobre o coaching e os coachs legítimos…

Agora, imagine que o mesmo fenômeno ocorre na indústria farmacêutica, de cosméticos, automobilística, laboratórios, hospitais, seguradoras, planos de saúde, operadoras de telefonia, etc.  A comunicação de diferenciais inexistentes substitui a alma, a ética e o mérito das empresas por slogans de impacto. Está longe de ser propaganda e distante de ser marketing, entendidas como disciplinas inseparáveis da ética, ainda que tomada da forma mais minimalista.

Este fenômeno está criando uma massa crítica de clientes cada vez mais descrentes em um mundo onde as empresas dizem querer fidelizar seus clientes com base em suas crenças e valores. Veja o tamanho da distorção!Fala-se em sustentabilidade do modelo de negócios e incentiva-se a proliferação de clientes descrentes?!

Esta nova miopia de Marketing que estamos vivendo agora é muito mais grave que a tratada por Levitt em seu clássico artigo, porque desta vez o foco está no mercado, mas está subestimando a inteligência e paciência dos clientes.

Marketing não é, mas contém, propaganda e propaganda pode até ser uma comunicação ampliada da realidade (com maior impacto e força persuasiva), mas contém verdade! Na ausência destes pré-requisitos não há nem propaganda nem marketing, mas um modelo já há muito utilizado pelos políticos de carreira que apostaram durante muito tempo na baixa qualidade da informação, memória curta e fé incondicional por parte de seus eleitores em promessas contundentes. Mas até para eles os tempos mudaram.

As pessoas, ainda que equivocadas em sua maneira de protestar, parecem preferir um autêntico palhaço em cadeira pública a serem feitas de “palhaças” por um marketing político pobre, anacrônico e descolado da realidade. Quando os demais profissionais e empresas perceberão este fato em seus respectivos segmentos?

Precisamos de chocolates que tenham sabor, serviços apropriados para a timeless society, coachs e palestrantes com profundidade e conhecimento, escritores que tenham o que dizer, atores e atrizes com talento, cantores que cantem e empresas que sabem o que é, e executem um MARKETING com letras maiúsculas – da pesquisa, à produção, comunicação e comercialização de produtos de real valor!

Em mundo repleto de “marqueteiros”, precisamos do retorno dos profissionais de MARKETING! Que seja breve!

A era da inovação… no Brasil?

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O tema criatividade tem sido bastante explorado pela mídia em geral, principalmente na internet. O tema é fascinante não só pela amplitude de aplicação e estudo, mas sobretudo pelo que, hoje em dia, ele propicia para pessoas e empresas. Nem é preciso ressaltar o quanto a habilidade criativa constitui num dos mais importantes trunfos do empreendedor.  Apesar deste interesse, uma pergunta é recorrente: Porque o brasileiro, conhecido como um dos povos mais criativos do mundo, é também um dos que menos registram patentes? Vejamos alguns fatos:

 

O grupo Cisneros, um dos maiores fundos de investimento na América Latina, realizou uma pesquisa e descobriu que Israel, num período de 4 anos, aumentou o número de patentes registradas em 4,6 vezes, contra apenas 2,8 vezes de aumento no Brasil. Indo mais a fundo na pesquisa, descobriu-se que este salto ocorreu pelos seguintes motivos:

1) O governo colocou à disposição um superfundo direcionado apenas a projetos inovadores. O governo facilita o processo de inovação, ao contrário do Brasil que gera entraves por meio da burocracia, corrupção, influências políticas e estruturas confusas e inacessíveis. Os poucos programas brasileiros, capitaneados por entidades como Capes, CNPQ ou BNDES, geralmente orientados para projetos ligados à tecnologia, são pouco divulgados e os requisitos, processos de submissão de trabalhos e prazos dificultam o acesso a estes fundos.

2) Incentivo à entrada de capital estrangeiro. No Brasil até existe abertura para a entrada de investimentos em projetos inovadores, o problema está mesmo com a cultura brasileira. Os investidores não acreditam que o brasileiro possa fazer bons negócios, ou seja, até podem ter idéias criativas, mas não sabem como transformá-las em realidade. São inexperientes em gestão. Faltam técnicas e ferramentas para conduzir novos projetos e administrar novos negócios.

3) Os exemplos de sucesso são amplamente divulgados, de forma a conquistar credibilidade internacional. O Brasil não possui muitos modelos de referência. São poucas as empresas que podem ser citadas como exemplos de empresas que incentivam a inovação, que possuem um departamento dedicado para desenvolver novos projetos, que alocam um verba exclusiva para pesquisa, que cultivam um clima que promova a inovação e a geração de idéias. A seção ‘Você em ação’ da revista Você S.A. traz alguns exemplos de pessoas que fazem a diferença, mas muito mais em função de esforços pessoais do que como resultado de programas estruturados de desenvolvimento de novos projetos.

4) Investimento em educação e pesquisa. 80% das pesquisas no Brasil são feitas por universidades, mesmo assim, trata-se de mera pesquisa burocrática. Os poucos projetos que saem dos laboratórios públicos demoram demais para se tornar produtos comercialmente rentáveis. Muitos projetos são até interessantes, mas sequer possuem viabilidade mercadológica ou econômica. Outros projetos que passam por esta peneira acabam se perdendo na burocracia pública. Há ainda a dificuldade imposta por um enorme fosso cultural que divide o cientista público da iniciativa privada. O cientista ou pesquisador não tem visão de negócios e não possui os fundamentos básicos de gestão para administrar o desenvolvimento comercial de sua criação, o que acaba por levar ótimos produtos ao obscurantismo do potencial mercado consumidor.

5) Ambiente empresarial favorecedor. Outra diferença cultural entre o Brasil e países como Israel ou EUA. As empresas brasileiras querem empreendedores em seu ambiente de trabalho (os chamados intraempreendedores), mas só possuem funcionários. O fracasso aqui ainda é penalizado, ainda que novas correntes trazidas pelo fenômeno da ‘Nova Economia’, há mais de 10 anos, tenham ajudado a mudar um pouco esta mentalidade no sentido de ver o erro como uma etapa natural do processo de aprendizado e criação. As relações entre o meio empresarial e o meio acadêmico ainda são insipientes e tomam forma a partir das Universidades Corporativas, que demonstra um alentador ritmo crescente mais com pouca projeção para trazer resultados palpáveis ainda.

 

Há, enfim, um longo caminho a percorrer neste sentido, mas o fato do tema se tornar tema estratégico na pauta dos direcionamentos estratégicos da maior parte das grandes empresas no país demonstra que a consciência está mudando, a sementinha da necessidade de desenvolver habilidades criativas está começando a germinar. Falta pouco para caracterizarmos o fim da era do conhecimento e o início da era da Inovação.

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